Quem acompanhou o início da atual temporada da Serie A teve o desprazer de observar a pior fase da carreira de Francesco Totti. Lento, previsível, impreciso e preguiçoso, o atacante romanista esteve a constelações de distância das atuações que o consagraram. Sob o comando de Claudio Ranieri, Totti vinha sendo, na metade final de 2010, um mero batedor de pênaltis com representação histórica.
A chegada de Vincenzo Montella, contudo, tratou de ressuscitar o experiente capitão. Muito mais disposto e participativo, Totti realizou três doppiette em quatro partidas, e agora mantém uma média de um gol a cada 75 minutos com o novo treinador no banco. Já foram sete bolas na rede em seis partidas. Mas os méritos não são só de Montella: a mudança no staff do clube responsabilizou o médico Giacinto Donato Miggiano por melhorar as condições atléticas de Totti, e ele o fez.
Seguindo uma dieta rigorosa no uso de carboidratos e açúcar, o atacante emagreceu mais de cinco quilos desde o Natal passado. Outro participante na evolução é o retornado Paolo Bertelli, preparador físico na época de Spalletti, que, por sua vez, submeteu Totti a um treinamento suplementar de resistência. A parte psicológica certamente vem de Montella. O treinador, que junto de Totti atuou por uma década, deu muito mais confiança a um jogador desmotivado, visto ultimamente no banco com desdém e despretensão.
Dotado de maior agilidade e motivação, Totti decidiu o dérbi romano; algo que há muito não ocorria – ele não marcava contra a Lazio desde 2005. A partida embalou o atacante, que acabou fazendo dois gols na Fiorentina e outros dois na Udinese. Ele, que havia marcado no empate contra o Parma, chegou aos 11 gols na temporada. O romano também atingiu a marca de 203 tentos na Serie A, dois atrás de Roberto Baggio, o quinto maior artilheiro da história da competição. Eis uma dor de cabeça a menos para Thomas DiBenedetto: com o intocável do time em boa fase, certamente será mais fácil começar o trabalho em Roma.
Processo inverso
Se Totti ressurgiu, dois nomes do setor ofensivo da equipe desapareceram: Jérémy Menez e Marco Borriello. O primeiro nitidamente não se deu bem com Montella. Se o francês era um dos poucos a se salvar na péssima temporada romanista, hoje só é notícia nas especulações de mercado.
O meia nunca apresentou muita constância, mas os momentos de brilho do semestre passado davam a entender que ele afastaria de vez a possibilidade de ser uma eterna promessa. E Menez tem seus motivos para reclamar: mesmo em sua melhor fase, ele sempre foi o sacrificado da equipe. Foram pouquíssimas as partidas que jogou por completo, tendo sido o preferido na hora de se colocar um defensor, ou então mudar as caras no ataque.
O problema de Borriello é mais simples: faltam gols. O ex-milanista começou com tudo em Roma, fazendo valer o fato de ter sido o último reforço da era Sensi. A euforia passou, contudo, e o centro-avante já se acostumou a ser suplente na equipe de Montella, principalmente depois de perder pênalti contra o Shakhtar na eliminação romanista da Liga dos Campeões. Para Borriello, o jogo contra a Udinese firmou uma sequência inglória de quatro inícios seguidos no banco de reservas. Ah, sim; ele também virou notícia em outras seções…
Grande Capitano!que continue nesta otima fase e que jogue até 2014!
torço muito para que ele chegue pelo menos em terceiro na artilharia de todos os tempos do calcio.
Você contabilizou o gol de Totti contra Juventus como parte da recuperação dele, mas este gol foi marcado no 1º Turno do Campeonato (12ª Rodada), e ele estava em má fase.
Frederico, tem toda a razão; confundi aqui. Obrigado pelo toque! Totti marcou no empate contra o Parma, já com Montella (27ª rodada), depois passou em branco contra o Lecce e aí veio o dérbi.