Liga dos Campeões

Um sonho chamado Londres

Di Natale carrega mais do que a missão de ser o homem-gol da Udinese: leva em suas costas o sonho friulano e o desejo italiano de voltar a vencer na Europa (Getty Images)

A Udinese é Itália nesta terça-feira. A frase que soa clichê quando uma equipe é a única de seu país em determinada fase de uma competição continental não poderia ser mais adequada para a situação atual do futebol da Bota. Depois de ultrapassados pelos alemães no ranking de clubes da Uefa, os italianos precisam colher bons resultados em torneios europeus para não despencarem ainda mais na lista, perdendo assim mais vagas em campeonatos futuros. E os friulanos são responsáveis por tentar dar mais gás aos planos italianos quando entrarem em campo diante do Arsenal, em Londres, pelo jogo de ida da última eliminatória pré-fase de grupos da Liga dos Campeões.

Para conseguir se classificar para a fase de grupos pela segunda vez em sua história, os bianconeri deverão encontrar alguns obstáculos perigosos, começando dentro do próprio clube. Time-sensação da última temporada italiana, a Udinese foi alvo dos gigantes europeus na abertura de mercado e entra em campo diante do Arsenal com uma equipe modificada em relação a que terminou a última Serie A na quarta colocação. Sem o veloz Alexis Sánchez e o cerebral Gökhan Inler, os friulanos deverão mudar o estilo de jogo que encantou a Bota em 2010-11.

No ataque, setor que mais deverá sentir os impactos do mercado, o técnico Francesco Guidolin deverá mudar drasticamente. Se na última temporada o treinador abusou da velocidade do chileno, agora jogador do Barcelona, para armar jogadas pelas pontas do campo, deverá fazer seu debute em 2011-12 com uma formação diferente, tendo o artilheiro Antonio Di Natale como único jogador no setor. Antonio Floro Flores, que retornou de empréstimo, deverá ser opção para o decorrer da partida. No meio-campo, certeza apenas de que as jogadas pelo lado do campo, sempre com Isla e Armero, deverão ser as tentativas de tentar suprir a ausência do chileno.

A partida em Londres ainda deverá marcar a estreia do zagueiro brasileiro Danilo pela Udinese. Contratado junto ao Palmeiras, o defensor passou nos últimos dias por alguns problemas físicos, mas se recuperou e deverá estar em campo ao lado de Benatia, Neuton e Domizzi no 4-1-4-1 no qual o time deverá se estruturar. Apoiados pelo volante Asamoah, os defensores são a aposta de Guidolin para neutralizar o forte ataque do Arsenal, que nas últimas dez partidas que jogou em casa pela Liga dos Campeões colecionou nada menos do que nove vitórias e um empate, além de 34 gols marcados. Um retrospecto que torna ainda mais difícil a missão friulana.

Missão esta que passará também por problemas recentes do adversário. Se conta com um estádio lotado e um histórico recente favorável, os Gunners passam por um momento delicado quanto à formação de seu time. A saída do meio-campo Cesc Fàbregas para o Barcelona escancarou a insatisfação de parte do elenco com a falta de títulos que ronda o clube londrino. Até mesmo Emmanuel Eboué deixou o clube, rumo ao Galatasaray. Sem poder contar também com os suspensos Robin van Persie e Samir Nasri – este que também pode estar de saída do time – e os lesionados Jack Wilshere e Abou Diaby, o Arsenal apostará principalmente no marfinense Gervinho, até agora a maior contratação do clube para a temporada. Tomáš Rosický, outro nome importante do elenco, será submetido a testes físicos momentos antes da partida para saber se terá condições de jogo.

A primeira partida entre Arsenal e Udinese colocará frente a frente dois clubes com propostas de jogo bastante ofensiva e parecida, mas que atravessam momentos bastante turbulentos devido às movimentações de mercado. Um jogo que colocará em oposição o sonho londrino de seguir na caminhada para um título inédito, que ficou próximo em 2005-06, e o desejo friulano de, pela primeira vez em sua história, chegar à fase de mata-mata, que quase foi conquistada na mesma temporada, apoiado por uma Itália que precisa desesperadamente de vitórias na Europa. Um sonho chamado Londres, como bem definiu o próprio clube bianconero na hora de criar um slogan para a campanha que começará em alguns minutos.

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