Serie A

28ª rodada: Horizonte nada distante

A festa da Juventus é grande. Afinal. o bicampeonato da Serie A já está no horizonte (EFE)

Já são 9 os pontos de vantagem da Juventus para o Napoli, vice-líder da Serie A. Os azzurri, em queda, talvez nem sejam mais os grandes adversários da Velha Senhora ao título. Com 11, um Milan em grande fase é, em potência, o adversário da Juve – porém, 11 pontos atrás. Não é difícil perceber que a equipe de Turim está com uma mão e meia na taça, faltando 10 rodadas para o final do campeonato. Por mais que uma vez, em 1999-2000, a Juventus já tenha desperdiçado esta vantagem e perdido o título para a Lazio, hoje a situação é bem diferente e a equipe é amplamente superior às outras.

Enquanto isso, a briga pela Liga dos Campeões esquenta. A diferença entre Napoli, 2º colocado, e Inter, 6ª, é de apenas 6 pontos. É aí e no fundo da tabela que as emoções devem se concentrar no restante da Serie A. Veja o que aconteceu na 28ª rodada e esquentou a luta por vagas em competições europeias e o desespero de equipes que tentam evitar a Serie B.

Juventus 1-0 Catania
O Catania chegou a Turim
com um objetivo claro: não perder. Para isso, encolheu-se na defesa e,
com muita organização, praticou um catenaccio como antigamente. A
Juventus jogou o tempo todo no campo do adversário e até criava algumas
oportunidades de gol, mas não conseguia convertê-las. A dificuldade é a
mesma da temporada passada: não conseguir furar os bloqueios de times
que se propõem apenas a defender. Nessas horas, fica clara a falta que
faz um grande atacante, aquele que decide um jogo truncado.
Mas, nesses momentos, também aparece uma das
principais virtudes desse time de Conte, a paciência. A equipe não
desistiu em momento algum e foi premiada já nos acréscimos, aos 91
minutos. Pogba dominou bonito pelo lado direito e fez belo cruzamento. Giaccherini matou a bola no peito e a chutou para o fundo das redes. Os três
pontos colocam a Juve 9 à frente do Napoli e 11 acima do Milan,
principais rivais pelo scudetto. O título está praticamente nas mãos,
mas é bom ficar alerta. Na temporada 1999-2000, a Velha Senhora chegou a
essa altura do campeonato com os mesmos 9 pontos de vantagem, mas
acabou perdendo o título para a Lazio, que se recuperou muito bem nas
últimas dez rodadas. (Rodrigo Antonelli)

Genoa 0-2 Milan

Pensando no Barcelona, mas focado na Serie A, o Milan abriu
a 28ª rodada encarando o Genoa, no Luigi Ferraris. Com uma sequência invejável
de bons resultados, os milanistas se deram até ao luxo de poupar nomes como
Boateng e Balotelli e ainda assim não tiveram dificuldades em bater os
genoveses. Um placar de 2 a 0 que assegurou por mais uma rodada a terceira
colocação ao Milan, que de quebra encostou ainda mais no Napoli, segundo colocado – que novamente tropeçou. Enquanto isso, o Genoa, que soma três jogos sem vitórias, vê a zona de rebaixamento se aproximar novamente, após a vitória do Siena sobre o Palermo.
Embora tenha jogado apenas para o gasto, vale destacar o
quanto melhorou a defesa rossonera nos últimos jogos. Ante o Genoa, a dupla
formada por Zapata e Mexès (substituído por Yepes após sentir uma lesão) quase não
deu chances para Bertolacci, Borriello ou Immobile, fazendo Abbiati ter pouco
trabalho. As melhores oportunidades rossoblù apareceram apenas na segunda etapa,
primeiro em uma cabeçada de Portanova e em um chute de fora da área de Jorquera. Já o Milan aproveitou as melhores chances que criou. Nelas, Pazzini (que se machucou antes de marcar o gol e não estará no Camp Nou) marcou aos 21, num belo chute da entrada da área e
Balotelli aos 15 da segunda etapa, em um toque com categoria após passe de
Zapata, garantiram a vitória. (Caio Dellagiustina)

Chievo 2-0 Napoli

O Chievo venceu o Napoli por 2 a 0 e se distanciou ainda mais da
zona do rebaixamento. Por outro lado, a derrota desastrosa deixou os
partenopei nove pontos atrás da líder Juventus e só deflagrou de vez a crise em Fuorigrotta. Zúñiga levou perigo à
meta de Puggioni, mas o tiro saiu ao lado da baliza. Se o ala do Napoli
não tinha calibrado o pé, Dramé o fez. O lateral-esquerdo do Chievo soltou
um petardo da intermediária e De Sanctis nem teve chance de defesa. O
Ceo poderia ter ampliado na sequência, porém, a finalização de Paloschi
parou no travessão. Ainda no primeiro tempo, Théréau aumentou a
vantagem, após receber lançamento e contar com colaboração do goleiro azzurro.
Desde 2011 no Chievo, Puggioni teve pouquíssimas
chances como titular, uma vez que Sorrentino era o número 1
inquestionável. E Puggioni vai crescer para cima do artilheiro do
campeonato? Claro. Cavani foi derrubado na área por Dainelli e, na
cobrança, o goleiro defendeu. O uruguaio chegou ao oitavo jogo sem
conseguir balançar a rede, seu recorde negativo desde que chegou ao clube. No fim da partida, o goleiro da equipe de
Verona fez outra defesaça em finalização do Matador (que não tem feito jus ao apelido). O Napoli encara a
Atalanta na próxima rodada; também no domingo, o Chievo joga no
Adriatico contra o Pescara. (Murillo Moret)

Lazio 0-2 Fiorentina
Outra
surpresa em Roma. Depois da boa vitória na Alemanha, deixando
encaminhada a vaga nas quartas de final da Europa League, a Lazio voltou
a tropeçar na Serie A. É preocupante o desempenho do organizado time de
Petkovic desde o início do ano: o futebol apresentado tem caído por causa de problemas físicos em uma série de jogadores do grupo, mas também por causa do elenco escasso. Em 10 jogos, foram cinco
derrotas, três nos últimos quatro jogos. A equipe venceu apenas três nesse
período, a última contra o vice-lanterna Pescara, há duas semanas.

a Fiorentina, apesar do momento irregular em 2013,
vem conquistando resultados importantes contra concorrentes na briga
por vaga em competições europeias. Depois da goleada frente a Inter, um 2
a 0 tranquilo fora de casa que, além de recolocar a equipe na 4ª colocação, a frente de Inter e Lazio e a 5 e 3 pontos de Napoli e Milan, respectivamente, também serviu para amadurecer o
4-3-3 que Montella vem utilizando ultimamente, fugindo da “febre” do
3-5-2 em terras italianas. Os artilheiros do time, Jovetic e Ljajic, com 12 e 5 gols respectivamente, fizeram os gols da
vitória toscana em Roma. (Arthur Barcelos)

Inter 0-1 Bologna
Se o lado vermelho e preto de Milão sorri, o azul e preto está de cara bem fechada. A Inter deu mais um vexame neste domingo e mostrou que a irregularidade continua em alta pelos lados de Appiano Gentile. Depois de virar uma partida complicada contra o Catania e levar uma surra do Tottenham, a Beneamata voltou a tropeçar frente a um Bologna sempre superior em campo. No primeiro tempo, os comandados de Pioli foram mais perigosos e, com Gabbiadini, Gilardino e Diamanti, quase marcaram algumas vezes. Porém, apenas no segundo tempo, com Gilardino, o placar foi aberto.

Depois disso, uma Inter absolutamente sem ideias pouco ameaçou a meta defendida por Curci. No melhor estilo “muricybol”, com Ranocchia fazendo às vezes de centroavante nos 15 minutos finais, a equipe cruzou uma infinidade de bolas na área e consagrou a defesa felsinea. Na única chance verdadeiramente clara, já nos acréscimos, Curci espalmou uma cabeçada de Cambiasso, com dificuldade. A crise em Milão é grande e pode sobrar para Stramaccioni e para o diretor esportivo Branca. Moratti esteve na sede do clube e se mostrou bastante insatisfeito – de acordo com a Gazzetta dello Sport, teria havido até um ultimato aos dois. (Nelson Oliveira)

Udinese 1-1 Roma
No
Friuli, jogo de poucas emoções entre equipes que, previamente,
brigariam por vaga nas competições europeias, mas fazem temporada pra lá
de decepcionante. Depois do chute de Di Natale defendido por
Stekelenburg logo no início, foram necessários 20 minutos para que
alguém voltasse a chutar. Sorte de Lamela, que depois de cruzamento de
Totti para o cabeceio do baixinho Florenzi – sempre aparecendo como
elemento surpresa na área adversária -, aproveitou o rebote de Brkic
para inaugurar o marcador.

A
Udinese de Guidolin, mesmo atrás do placar, pouco perigo oferecia à bem
postada Roma de Andreazzoli, que ao contrário do time de Zeman, se
destaca por ter um sistema defensivo mais seguro, porém ainda sofrendo
com a ineficiência do ataque, principalmente porque o tridente ofensivo joga mais recuado em respeito aos tempos do técnico tcheco. Os donos da casa só voltaram a fazer
Stekelenburg trabalhar na segunda etapa, quando Maicosuel, após passe de
Allan – mais uma vez tendo boa exibição -, teve seu chute defendido.
Pouco depois, Maicosuel deu passe em profundidade para Muriel, que
driblou dois marcadores e finalizou para marcar bonito gol, empatando a
partida. No final, Osvaldo ficou cara a cara com Brkic, mas bateu para fora e desperdiçou a chance para dar a vitória para sua equipe, e confirmou para quem ainda não havia notado: sua fase é péssima. (AB)

Palermo 1-2 Siena

Quantas vezes você já não disse “putz, aquele time tem sorte de
campeão!”? Existe isso. A equipe pode ser competente, pode ser a mais
qualificada do país, mas às vezes ela recebe aquela pitada extra de
sorte durante a temporada – uma bola na trave que entra ao invés de
sair, um gol contra do adversário na última partida… Pois o Palermo é
exatamente o oposto. A equipe rosanera, com azar de rebaixada, perdeu de
virada para o Siena e está bem próxima do descenso. Anselmo deu a
vantagem para o Palermo no fim do primeiro tempo, mas foi só, já que o time da casa parou em ótimas defesas
de Pegolo.
Sorrentino se saiu muito bem nos 45 minutos
iniciais. O goleiro ex-Chievo fez uma defesa absurda em finalização de Rosina. Só que o Siena igualou o marcador aos 6′ do
segundo tempo: Rosina cruzou, Muñoz e Sorrentino trombaram dentro da
área e Emeghara empurrou a bola para a meta vazia. A virada aconteceu
aos 27′, com pênalti de von Bergen em Emeghara. A cobrança foi
convertida por Rosina. Sabe o azar? Pois bem, Múñoz, já no fim da
partida, escorou o cruzamento de Ilicic e a bola explodiu no travessão.
No último lance do jogo, Nelson chutou de muito longe e… na trave
novamente. O revés fez com que Gasperini, que voltou a dirigir o time duas rodadas atrás, fosse demitido novamente – desta vez, rescindiu o contrato. Sannino, que dirigiu a equipe nas três primeiras rodadas da Serie A está de volta para tentar o milagre da permanência – se não for demitido antes, claro. O Palermo continua na lanterna do campeonato, com 21 pontos, e
encara o Milan na próxima rodada; o Siena, com 24, recebe o Cagliari. (MM)

Parma 4-1 Torino

Que reviravolta. Com cinco gols marcados no segundo tempo, o Parma virou para cima do Torino e voltou a vencer uma partida – algo que não acontecia desde o início de janeiro. O primeiro tempo foi movimentadíssimo e, se Amauri dava trabalho para Gillet, Bianchi também fazia Mirante trabalhar. O gol que abriu o placar, no entanto, só surgiu aos 11 da segunda etapa, depois que Birsa fez boa jogada e passou para Santana fazer para o Torino.

A partida mudou a favor do Parma apenas aos 27 minutos, quando Donadoni colocou o atacante Sansone em campo. Em 14 minutos, a virada chegou e até se transformou em placar elástico. A mobilidade de Sansone permitiu que Amauri marcasse o primeiro, após receber passe de Palladino, aos 32. Sansone marcou o gol da virada aos 35 e, aos 39, viu Amauri deixar três adversários para trás e marcar outra vez. O terceiro do atacante ítalo-brasileiro veio nos acréscimos, depois de mais um passe de Sansone. Uma vitória para colocar o time, que vinha muito bem até o fim de 2012, nos eixos novamente. (NO)

Cagliari 3-1 Sampdoria

Na Sardenha, o Cagliari
jogou com o estádio vazio mais uma vez e a torcida não pôde acompanhar
de perto o show de Ibarbo, que fez, provavelmente, sua melhor partida
como profissional. Com ótima movimentação, passe apurado e oportunismo, o
colombiano foi o protagonista da partida, com três gols, e principal
responsável pela vitória que dá um pouco mais de tranquilidade à equipe
rossoblù na tabela. Do outro lado, é verdade, estava uma Sampdoria
apática e que parece nunca ter entrado em campo.
O primeiro gol saiu ainda aos 18 minutos de jogo,
depois que Ibarbo aproveitou rebote do goleiro Romero em boa jogada de
Tiago Ribeiro e Ekdal. A equipe da casa continuou pressionando e Ibarbo
quase ampliar, aos 42, mas Palombo salvou em cima da linha. Enquanto
isso, a Samp apenas assistia ao jogo e em hora nenhuma conseguiu levar
perigo ao gol de Agazzi. Aos sete minutos do segundo tempo, então,
Ibarbo acertou belo chute e fez 2 a 0. Aos 27, o atacante colombiano
completou sua primeira tripletta na Serie A e decidiu o jogo. No fim,
Rossettini cometeu pênalti desnecessário, foi expulso e deixou a Samp
diminuir, com Maxi López. Agora, o Cagliari chega aos 34 pontos e
respira mais aliviado, longe da zona de rebaixamento. (RA)

Atalanta 2-1 Pescara

As esperanças de permanecer na elite da Serie A estão
diminuindo a cada rodada para o Pescara. Jogando em Bérgamo, a equipe comandada
por Cristian Bucchi até começou bem e chegou ao gol aos 21 minutos, num belo
chute de D’Agostino. Mas, nove minutos depois um pênalti cometido por Zanon em
Bonaventura, o argentino Denis cobrou e empatou o jogo, anotando seu décimo gol
na competição.
Na volta pra a segunda etapa, o ataque bergamasco, formado
por Livaja e Denis, deu trabalho à Pelizzoli e aos 22 minutos chegou a virada
com mais um gol do tanque argentino. Após cruzamento de Biondini, o artilheiro dominou com
categoria e chutou forte para o gol. O Pescara até tentou, na base da vontade,
mas não teve qualidade suficiente para chegar ao gol de Consigli. Com os três
pontos a Atalanta afasta o perigo do rebaixamento, chegando aos 33 pontos, nove
a mais que o Siena, primeiro time rebaixado no momento. (CD)

Relembre a 27ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui

Seleção da rodada
Puggioni (Chievo); Garics (Bologna), Astori (Cagliari), Zapata (Milan), Dramé (Chievo); Ibarbo (Cagliari), Borja Valero (Fiorentina), Della Rocca (Siena), Ljajic (Fiorentina); Denis (Atalanta), Amauri (Parma). Técnico: Stefano Pioli (Bologna).

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