Liga dos Campeões

Dos males, o menor

Kaká bem que tentou, mas se o Milan repetir o bom futebol, tem chances de sair com a vaga (Uefa.com)
Seedorf e Simeone sempre tiveram características diferentes
quando jogavam. Enquanto o holandês gastava sua técnica e habilidade, o
argentino era um grande marcador, e distribuía bordoadas sem abrir mão do espírito aguerrido. Como
técnicos, os papeis se inverteram. Hoje, Simeone faz com que o Atlético
apresente um futebol envolvente e eficiente, enquanto Seedorf remonta o Milan
e, mesmo buscando dar um novo padrão ao time, sabe das condições da equipe e
não se envergonha das faltas, especialmente com volantes do calibre de De Jong
e Essien.
Repleto de desfalques, Seedorf fechou um time com uma formação cautelosa, promovendo o retorno de Poli e dependendo muito da mobilidade de
Kaká. Enquanto defendia, o rossonero armava duas linhas de quatro, com Essien e
Taarabt nos lados e Poli fechando o meio, deixando Kaká atrás de Balotelli. Já
quando atacava, Essien e De Jong seguravam e os três meias variavam de lado a
lado, com Kaká saindo da esquerda e encostando em Balotelli. Essa formação
atrapalhou o jogo madrilenho, que pouco conseguiu fazer no primeiro tempo.
Ainda assim, o Atlético pressionou no ataque,
sufocando o Milan no campo defensivo. Aos poucos o futebol dos italianos fluiu e as oportunidades começaram a aparecer, tanto que foi o Diavolo que criou as duas principais
chances do primeiro tempo. Na primeira, Kaká chutou da entrada da área e acertou
o travessão de Courtois; minutos depois, Poli, livre na frente da pequena área
obrigou o goleiro belga a fazer uma bela defesa – a pelota ainda tocou na trave. Com chutes de longe, Kaká e Balotelli ainda
tentaram, com perigo, mas não vazaram a defesa espanhola.
O segundo tempo começou morno, truncado e cheio de faltas, mas com os
colchoneros forçando a saída de bola milanista. Kaká, Taarabt e até Balotelli
sumiram do jogo e, aos poucos, o Milan sucumbiu à boa marcação e não criou as mesmas oportunidades da
primeira etapa. Cansado e já sem Balotelli, que saiu lesionado, com muitas
dores no ombro, o Diavolo segurava o empate até que, num vacilo defensivo, saiu o
gol do Atlético, já aos 37 do segundo tempo. Após cobrança de escanteio, Abate
desviou e Diego Costa, sozinho na segunda trave, cabeceou para o gol, dando a
vitória ao time de Simeone.
Apesar da derrota, o time milanês saiu de cabeça erguida, e aplaudido
pela torcida, que reconheceu o esforço e a superação de uma equipe que tenta
salvar a temporada e fez sua melhor partida em muito tempo. Resta agora torcer
por uma recuperação de Balotelli e o retorno de outros jogadores para conseguir
bater o Atlético em pleno Vicente Calderón. E, numa rodada em que todos os
mandantes perderam e não marcaram gols, o Milan foi aquele que se deu melhor – se é que
podemos dizer isso. Pelo futebol apresentado, tem plenas condições de
reverter o resultado e avançar à próxima fase.

Ficha técnica: Milan 0-1 Atlético de Madrid
Milan: Abbiati; De Sciglio (Abate), Bonera, Rami e Emanuelson; De Jong, Essien, Poli (Constant), Kaká e Taarabt; Balotelli (Pazzini). Técnico: Clarence Seedorf
Atlético de Madrid: Courtois; Juanfran, Godín, Miranda e Insua; Mario Suárez, Gabi, Koke e Arda Turan (Cristian Rodríguez); Raúl Garcia (Adrián); Diego Costa. Técnico: Diego Simeone.
Árbitro: Pedro Proença (POR)
Gol: Diego Costa, aos 83.

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