Pela quarta rodada da Champions League, o Napoli enfrentou o Eintracht Frankfurt pressionado após a goleada sofrida por 6 a 2 diante do PSV Eindhoven. Os azzurri tinham que mostrar reação na competição, já que vinham de apenas uma vitória em três partidas, mas o empate sem gols contra o Eintracht Frankfurt só ampliou o sentimento de frustração. O time de Antonio Conte teve o controle da posse, criou pouco e viu a impaciência da torcida crescer a cada minuto de um 0 a 0 que o manteve em situação delicada na Europa.
Vindo de um empate sem gols pela Serie A, contra o Como, o Napoli tem empilhado atuações negativas neste início de temporada – a vitória por 3 a 1 sobre a Inter, também pelo campeonato, teve um quê de lapso. Na trajetória continental, a trupe de Conte somou a já citada derrota para o PSV e também uma queda para o Manchester City, além de triunfo sobre o Sporting. Já o Eintracht Frankfurt, após golear o Galatasaray por 5 a 1, apanhou pelo mesmo placar nos confrontos com Atlético de Madrid e Liverpool.
Mesmo com o apoio de sua fanática torcida, os partenopei decepcionaram desde o início. A primeira grande chance foi do Frankfurt: pela esquerda, Bahoya finalizou fraco, facilitando a defesa tranquila de Milinkovic-Savic, aos 3 minutos. O Napoli respondeu logo depois, com Højlund chutando em cima do goleiro Zetterer. Os italianos mostravam dificuldade na criação de jogadas e precisavam de mais paciência, já que o SGE se defendia bem. Arriscar mais de fora da área parecia uma boa alternativa.
Aos 11 minutos, Elmas tentou um chute forte da entrada da área, a bola desviou e saiu pela linha de fundo – sem escanteio. No lance seguinte, o próprio macedônio fez bela jogada individual, driblou dois defensores e finalizou com perigo, obrigando Zetterer a espalmar. Apesar da posse de bola e de algumas chances, o Napoli não encontrava espaços nem aproveitava as bolas paradas. O Eintracht Frankfurt, por sua vez, buscava esfriar o ritmo e ainda não acelerava a transição defesa-ataque.
Aos 30 minutos, o jogo seguia morno, com muita marcação e poucas emoções. Eram apenas duas finalizações do Napoli até então, o que começava a causar certo desespero na equipe de Conte, que via a retranca alemã prevalecer. A partida se tornava angustiante para quem assistia, tamanha a quantidade de passes laterais sem objetividade.
No segundo tempo, houve uma leve melhora técnica de ambos os lados. Mesmo precisando da vitória para melhorar sua situação na Champions League, o Napoli parecia não ter senso de urgência. Aos 48 minutos, Götze tentou de cabeça, mas Milinkovic-Savic defendeu. Pouco depois, Chaibi arriscou de fora da área, novamente sem grandes sustos para o goleiro sérvio. O time azzurro passou a pressionar a partir dos 60, mas de forma desorganizada e afobada. Aos 68, após cruzamento de Elmas pela esquerda, McTominay finalizou dentro da área, mas a bola desviou e saiu.

No fim da partida, o herói McTominay virou vilão por alguns segundos ao perder chance inacreditável (Getty)
Apesar do domínio territorial, o susto quase veio aos 73 minutos, quando, após bate-rebate na área napolitana, Knauff chutou de voleio e parou em defesa milagrosa de Milinkovic-Savic. Aos 78, o lateral Gutiérrez arriscou de longe e assustou Zetterer; logo em seguida, quase marcou contra, em cruzamento perigoso.
Já na casa dos 83, Anguissa fez boa jogada pela direita e cruzou para McTominay, que isolou a finalização de maneira constrangedora, mesmo sozinho e em ótima posição. Dois minutos depois, o Frankfurt respondeu: Brown avançou pela esquerda e mandou longe do gol. Nos instantes finais, Di Lorenzo desperdiçou boa oportunidade após confusão na área, e na última jogada, Zetterer defendeu duas finalizações seguidas, de Elmas e Højlund.
No fim, o que se viu em Nápoles foi um jogo que não entregou o que os torcedores de ambos os times esperavam. A situação de Napoli e Eintracht Frankfurt após a quarta rodada permanece idêntica: uma vitória, duas derrotas e um empate, com míseros quatro pontos somados. Se imaginava que as duas equipes produzissem campanhas mais consistentes, já que os elencos são qualificados – e falamos, ao menos de um lado, do campeão da Serie A. Inclusive, na seara partenopea, ficam as dúvidas: será que Conte tem mesmo um “prazo de validade” e não sabe preparar duelos em nível europeu? Ou os azzurri ainda não aprenderam a lidar com as exigências de um torneio continental? O que se sabe é que, por enquanto, o apuliano vai protagonizando mais um de seus vários fracassos em campanhas de Champions League.

