Com sequência de vitórias, Milan se junta ao grupo de equipes que brigam por vaga na Liga Europa (BeIn Sports)
Por quase toda a temporada, foi difícil imaginar que o Milan chegaria a abril e maio com algo em disputa. Pois é, deixaram o Diavolo chegar – e não estamos falando do Flamengo, senhores. Balotelli começou a jogar mais e a ser decisivo, como não vinha sendo na primeira parte da temporada, Seedorf substituiu Allegri e deixou o vestiário e o time mais leve dentro de campo, jogando sem peso nas costas. Reforços como Rami e Taarabt se adaptaram bem e melhoraram o futebol da equipe. São cinco vitórias consecutivas, após o triunfo frente ao Livorno.
Com isso, hoje, os rossoneri só não estariam classificados à Liga Europa porque perdem no confronto direto contra o Parma, que tem os mesmos 51 pontos. Porém, na sétima posição, a equipe de Milão tem chances mais do que reais de se classificar para a segunda maior competição continental da Europa. A questão é: o time chegou, mas vai conseguir uma vaga europeia, de fato? Os dois próximos jogos, no Olímpico contra a Roma, e no San Siro contra a Inter, vão definir o destino da equipe e apenas a vitória interessa.
Além disso, falamos sobre a Juventus quase campeã, a Roma garantida nos grupos da Liga dos Campeões e de uma Inter em recuperação, além da briga na zona de rebaixamento. Confira!
Milan 3-0 Livorno
Jogando contra o penúltimo colocado, o Milan não teve dificuldades para confirmar a vitória e entrar de uma vez por todas na luta pela Europa. Já no primeiro tempo, a equipe treinada por Seedorf abriu o placar, com um gol de cabeça irregular de Balotelli – seu 30º com a camisa rubro-negra – e encaminhou a quinta vitória em sequência. Com 51 pontos, a equipe vê a Inter cinco pontos à frente e o Parma, com a mesma quantidade, à frente no confronto direto. O Livorno, com 25 pontos, ainda sonha evitar o rebaixamento: a distância para a glória continua em três pontos, graças à derrota do Bologna. Para buscar a salvação, a equipe demitiu Di Carlo, que somou apenas um ponto nos últimos seis jogos, e trouxe de volta Nicola.
Após o gol de Balotelli, única emoção de um primeiro tempo lento dos rossoneri, em que Kaká e Robinho passaram longe de brilhar, a equipe cresceu na segunda etapa e o Livorno, que não aproveitou para incomodar no primeiro tempo, sofreu. Insipirado por Balotelli, o Diavolo chegou ao segundo gol com Taarabt, que tabelou com o atacante e marcou seu quarto gol na competição. Depois, Balo serviu novamente: passou a bola para Pazzini, com cavadinha, definir o placar e ver o estádio gritar o nome de Seedorf. Difícil entender porque o treinador ainda corre riscos de ser demitido ao final de maio. (Nelson Oliveira)
Parma 0-2 Inter
O enredo foi parecido com o da semana passada: a Inter entra como visitante para realizar uma partida frente a um adversário difícil, vê seu goleiro brilhar defendendo pênalti e, mesmo sem brilhantismo, vence com autoridade. Desta vez, no Ennio Tardini, a equipe treinada por Walter Mazzarri conseguiu um feito maior do que o da semana anterior, frente a Sampdoria, porque conseguiu superar um adversário direto na briga pela Liga Europa, chegou aos 56 pontos e ampliou para cinco a vantagem sobre os ducali e sobre o Milan, que tem 51, logo abaixo. Os nerazzurri terão tabela difícil nas próximas rodadas, mas terá três jogos em casa (contra Napoli, Lazio e o dérbi contra o Milan, no qual os rossoneri são mandantes). Com os jogos em casa, alguma gordura para queimar e um confronto direto, são boas as possibilidades de a equipe voltar à Europa após uma temporada de ausência.
No gramado do Tardini, debaixo de chuva, a Inter mostrou mais uma vez porque é o grande Robin Hood do campeonato, fazendo bons jogos contra a maior parte dos times da parte de cima da tabela e bem nos confrontos diretos – até agora, na briga pela Europa, só tem desvantagem contra a Lazio. No início do jogo, o Parma era melhor, e Handanovic foi fundamental em cabeçada e cobrança de pênalti de Cassano, interista de coração e quase sempre fatal contra sua ex-equipe – são 23 pênaltis defendidos pelo esloveno em sua carreira, uma altíssima taxa de um terço de acertos. No final do primeiro tempo, Icardi ainda perdeu cabeçada e Cambiasso viu um chute seu explodir na trave e nas costas de Mirante antes de sair. Já no segundo tempo, Paletta acabou expulso aos 3 minutos, ao receber segundo amarelo e a Inter abriu o placar: Hernanes bateu falta e Rolando, de cabeça, marcou seu quarto gol em 2013-14. O Parma saiu em busca do empate, colocou bola na trave, mas esbarrou em uma defesa organizada. No final, Guarín entrou em campo e, no primeiro toque na bola, definiu o 2 a 0. (NO)
Fiorentina 0-1 Roma
Outra vez, a Roma de Rudi Garcia mostrou que, se não fosse a Juventus extraterrestre desta temporada, o título acabaria no Olímpico. Numa complicada partida contra a Fiorentina, em Florença, foram os romanos que mandaram no jogo, favorecidos por uma viola que não contou com homens de área de origem. No duelo entre Cuadrado e Gervinho, dois dos mais velozes pontas do campeonato, melhor para o marfinense da Roma, que embora tenha perdido um gol sem goleiro, fez uma boa partida – o colombiano também, foi o melhor em campo pelos donos da casa, mas não conseguiu ser muito perigoso. O resultado garantiu a Roma na fase de grupos da Liga dos Campeões e, com a verba proveniente da competição, dá para imaginar uma equipe ainda mais forte em 2014-15. Já a Fiorentina continua com 58 pontos e deve se classificar à Liga Europa.
Desde os primeiros minutos, a Roma mandou no jogo, mesmo com alguns desfalques em todos os setores. Atento em campo, quem mais produzia era Ljajic, ex-jogador da Fiorentina e faminto para ter uma boa atuação contra seu antigo clube. Foi dele o primeiro chute que levou perigo ao gol de Neto e o passe que deixou Gervinho com o gol aberto. Também foi dele a jogada do gol que decidiu a peleja: o sérvio deixou Nainggolan na cara do gol, com um passe açucarado entre cinco marcadores, e o belga apenas empurrou para as redes. No segundo tempo, os florentinos buscaram a reação, mas apesar de terem a posse de bola, pouco agrediram, uma vez que Pizarro, Borja Valero, Ilicic e Joaquín estavam em dia pouco inspirado. (NO)
Lazio 3-3 Torino
Jogo movimentado na Cidade Eterna e que exemplificou bem a disputa pela última vaga para a Liga Europa. No final das contas, depois de muita emoção, ruim para ambos os clubes, que deixaram de encostar no vacilante Parma e viram o Milan ultrapassá-los. Na primeira etapa, apesar do gol isolado de Mauri, seu segundo desde que voltou de suspensão por omissão no caso de apostas ilegais, já aos 42, os times mostraram ímpeto ofensivo e várias ocasiões foram criadas, ainda que sem muita precisão, o que mudaria após o intervalo, com cinco gols.
O empate veio logo aos 52, quando Kurtic completou bola cruzada de Meggiorini, aproveitando grande espaço na área laziale. A resposta do time da capital veio dez minutos depois, após Padelli cometer pênalti bobo em Keita. Na cobrança, Candreva, à Panenka, fez 2 a 1. Mas a defesa de Reja voltou a vacilar e Tachtsidis, emprestado pela Roma, completou escanteio de El Kaddouri aos 67, dois minutos após entrar em campo. A Lazio teve Novaretti expulso e diminuiu o ritmo no último quarto, enquanto o Torino partiu para a pressão, quando Immobile deu às caras após partida apagada. A cria juventina alertou Berisha, que salvou três vezes seguidas, mas foi incapaz de segurar a pancada do camisa 9 em tabela com Barreto. Mas a partida só acaba no apito final do árbitro, e Candreva mostrou porque é “o cara” em Formello e empatou aos 94, marcando seu 11º gol na Serie A, após tentativa de chute de Felipe Anderson. (Arthur Barcelos)
Atalanta 1-2 Verona
Numa decisão estranha de Colantuono, o treinador nerazzurro deixou os titulares Cigarini, Morález e Estigarribia no banco, promovendo a titularidade dos jovens Baselli, Livaja e Nica. Num jogo decisivo entre times que ainda sonham com remota chance de Liga Europa, uma decisão muito contestável e que foi decisiva no tropeço da Dea em casa, hoje praticamente fora da briga por vaga europeia. Vacilante em 2014, o Verona venceu a partida contra uma de suas principais rivais de forma inesperada e ainda está caça pela sexta colocação, a dois pontos de Parma e Milan, empatado com Torino e Lazio.
Sem criatividade, os donos da casa nada mostraram na primeira etapa, enquanto os visitantes incomodaram com seus principais jogadores, Toni e Iturbe – o argentino, por sua vez, justificou o apelido de “Iturbo” e foi o motorzinho gialloblù. Mas só na volta do intervalo os gols saíram. Primeiro com Donati, cria da base atalantina, em ótimo chute de fora da área, aos 53. Depois, aos 72, com Toni completando jogada de Iturbe e marcando seu 18º gol. A Atalanta, que teve Cigarini, Morález e Estigarribia no segundo tempo, criou várias oportunidades ainda antes do segundo gol veronês, justamente com os três, mas parou em Rafael e só descontou aos 87 com Denis (12 gols na Serie A), após desvio de Morález em cobrança de escanteio de Cigarini. (AB)
Juventus 1-0 Bologna
Faltam 10. Em
um campeonato praticamente impecável da Juve – foram apenas duas
derrotas e três empates em 34 jogos até aqui -, o título já está
encaminhado e a equipe de Antonio Conte persegue um outro objetivo:
superar os 100 pontos. Com a vitória dessa rodada, contra o Bologna, o
time já chega a 90 e terá mais quatro jogos para somar os outros 10.
Enquanto isso, o Bologna continua sua luta sem fim para tentar
permanecer na elite do futebol italiano e a derrota para a Velha Senhora
complica sua situação. Agora, a equipe está de volta à zona de
rebaixamento em momento crítico: já são cinco jogos sem vencer.
Apesar da derrota, o time de Ballardini se fechou
bem e deu muito trabalho para uma Juve atuando no piloto automático. A
estratégia das últimas rodadas – abrir o placar no início e depois
administrar o resultado -, porém, não deu certo e por pouco os
bianconeri não saem de campo sem a vitória. Sem espaço para criar e com a
dupla de ataque sem inspiração, foi Pogba que resolveu. O francês fez
jogada individual e acertou belo chute de fora da área para garantir os
três pontos. Assediado por times de toda a Europa, o jovem garantiu que
nem ele sabe seu destino na temporada que vem. Buffon assistiu à partida
de camarote e não precisou fazer nenhuma boa defesa. (Rodrigo
Antonelli)
Udinese 1-1 Napoli
Em jogo entre
dois times que não querem mais nada no campeonato, o empate foi o
resultado mais justo. Dez pontos à frente do quarto colocado, o Napoli
já está praticamente garantido na próxima Liga dos Campeões e não se
esforçou muito para vencer a partida fora de casa. Do lado da Udinese, a
opção de Guidolin por deixar Di Natale no banco evidencia que a equipe
bianconera – no meio da tabela, sem chance de rebaixamento, nem de
classificação para alguma competição europeia – também não almejava os
três pontos tanto assim.
Sem Higuaín e Albiol, machucados, os napolitanos
começaram melhor e abriram o placar com Callejón aos 38 minutos de jogo.
A equipe de Benítez continuou melhor no início da segunda etapa e teve
duas chances de ampliar, com Zapata e Insigne, mas não o fez. Um erro do
goleiro Pepe Reina, aos nove minutos, então, deixou a Udinese empatar:
Pinzi se adiantou, roubou bola que seria para Fernandéz e tocou para
Bruno Fernandes, em posição irregular, empatar. A Udinese até procurou
mais o jogo depois, mas não criou chances claras. (RA)
Chievo 0-1 Sassuolo
Chievo parecia se encaminhar para mais uma salvezza nas últimas rodadas, mas um tropeço inesperado no Bentegodi esquentou ainda mais a briga contra o rebaixamento. O Sassuolo, que tanto melhorou com a volta de Di Francesco ao comando técnico, engatou o terceiro jogo sem derrota e conquistou fundamentais três pontos fora de casa para sair do Z-3 pela primeira vez desde a vitória sobre o Milan, ainda na 19ª rodada – desde então colecionou derrotas e só venceu o Catania antes dos sucessos contra Atalanta e Chievo.
Dono do jogo, o Sassuolo criou várias chances no primeiro tempo, inclusive o único gol da partida. Floro Flores lançou Berardi e a promessa calabresa marcou seu primeiro 13º gol no campeonato – o atacante, que colecionou polêmicas em 2014, não marcava desde janeiro, quando anotou os quatro gols fatídicos contra o Milan e um contra o Livorno. Os neroverdi ainda criaram algumas oportunidades na segunda etapa, enquanto o Chievo, sem ideias, parou na bem postada defesa emiliana, pouco acionou a dupla Paloschi-Théréau e só fez Pegolo trabalhar na bola parada. (AB)
Catania 2-1 Sampdoria
Tarde demais? Depois de mais de dois meses, o Catania voltou a vencer e ainda tem um pequeno fôlego para tentar uma heroica salvezza nas últimas rodadas da Serie A. Agora, os sicilianos tem 23 pontos, cinco a menos do que o Sassuolo, primeira equipe fora da zona de descenso. Dá para sonhar, uma vez que o elenco rossoazzurro é suficientemente qualificado e a permanência da equipe no fundo da tabela pode até ser considerada surpreendente. Já a Sampdoria, que nada mais almeja na temporada, chegou à terceira derrota seguida.
Jogando em casa, os etnei tentaram marcar desde o início, mas Leto perdeu uma ótima chance frente a Fiorillo. O meia-atacante argentino se redimiu no final da primeira etapa, depois que Peruzzi levantou uma bola e ele acertou esplêndida bicicleta, sem a menor chance para o goleiro. Na segunda etapa, Barrientos perdeu uma bola no meio-campo e Okaka aproveitou. O atacante, se valendo de força física e velocidade, deixou dois adversários para trás, correu por 50 metros e fuzilou Frison, empatando o jogo. Após sofrer o empate, o Catania não se rendeu e desperdiçou chance com Plasil, no minuto seguinte. Na jogada subsequente, Barrientos lançou Bergessio e o atacante decidiu o jogo. Nas arquibancadas, não faltaram insultos a Maxi López, ex-Catania e atualmente na Samp. (NO)
Genoa 1-2 Cagliari
A apatia do
Genoa parece não ter fim. Nos últimos oito jogos, foram apenas quatro
pontos conquistados. Já são quatro derrotas consecutivas e nenhum esboço
de reação da equipe de Gasperini. Assim, o Cagliari não teve muitos
problemas para vencer e se distanciar um pouco da zona de rebaixamento,
que ainda assusta o time. Agora, os sardos foram aos 36 pontos e abriram
oito de vantagem para a zona da degola. Não à toa, o resultado foi tão
comemorado pela equipe de Pulga.
Mas quem saiu na frente foram os donos da casa. Logo
aos três minutos, De Maio aproveitou bola rebatida na área e abriu o
placar. O Genoa ainda pressionou um pouco depois do gol e até teve a
chance de ampliar. Depois que levou o gol de empate, aos 37 da etapa
inicial, porém, não se encontrou mais em campo e deixou o Cagliari
dominar o jogo. Sau foi quem empatou, após pressão de Ibarbo na saída de bola. No segundo tempo, já aos 36
minutos, o colombiano virou a partida para os visitantes, com voleio. Poucos minutos mais
tarde, teve a chance de fazer 3 a 1, mas desperdiçou. Gilardino ainda
balançou as redes no fim, no que seria o empate do Genoa, mas estava em
posição irregular. (RA)
Relembre a 33ª rodada aqui.
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