Serie A

37ª rodada: após empate contra a Juve, Atalanta está cada vez mais perto de fazer história

A penúltima rodada do Campeonato Italiano, como esperado, foi muito tensa e nos permitiu projetar muita emoção para a jornada final. Na parte de cima da tabela, tivemos definições importantes, como a Roma garantindo classificação para a Liga Europa e o Torino abandonando suas chances de coroar um ano muito positivo. Na disputa por Liga dos Campeões Milan, Inter e Atalanta vão decidir tudo na rodada final, mas só a dupla nerazzurra depende de si própria. Os atalantinos até subiram para a terceira posição, depois de empatarem com a Juventus no jogo da entrega da taça.

Na ponta inferior da disputa, Parma, Cagliari, Udinese e Bologna garantiram sua permanência na elite, enquanto Fiorentina e Genoa viram sua vida se complicar: terão um confronto direto para fugir do rebaixamento e secam, de todas as formas, o Empoli, que deixou a zona de descenso. Confira o resumo do fim de semana.

Juventus 1-1 Atalanta
Mandzukic (Cuadrado) | Ilicic (Masiello)

Tops: Szczesny (Juventus) e Ilicic (Atalanta) | Flops: Ronaldo (Juventus) e Gollini (Atalanta)

Atalanta e Juventus tinham motivos para entrar com confiança para o duelo de domingo, no Allianz Stadium. A última vitória da Atalanta sobre a Juventus na Serie A ocorreu 29 jogos atrás, em fevereiro de 2001, contudo, nas quatro últimas partidas pela Serie A, houve três empates entre os times. De 2017 até aqui, a Atalanta é a equipe que menos perdeu para a Velha Senhora – de quebra, a Dea eliminou a adversária na Coppa Italia desta temporada com um sonoro 3 a 0.

Allegri tinha três desfalques importantes para a partida e decidiu escalar a equipe no 4-4-2, com Barzagli titular na zaga e Ronaldo e Dybala como dupla de ataque. Gasperini novamente tinha desfalques em seu sistema defensivo, como Rafael Toloi e Palomino. A Dea entrou em campo em seu tradicional 3-5-2, com Gómez, Ilicic e Zapata comandando o ataque. O jogo foi bem animado desde os primeiros minutos, com a Juventus controlando a posse de bola e a Atalanta buscando a transição rápida, sempre pautada pelos apoios de Ilicic e a participação ofensiva de seus volantes e meias.

A primeira boa oportunidade da partida foi dos bianconeri. Cancelo encontrou um lindo passe para Cuadrado nas costas de Masiello; o ponta colombiano invadiu a grande área e rolou para Can finalizar. O chute saiu sem direção, encontrou Cristiano Ronaldo na marca do pênalti, mas o craque do campeonato finalizou por cima do gol. Na sequência foi a vez dos nerazzurri, com Freuler tabelando com Zapata e arrematando para boa defesa de Szczesny.

Precisando pontuar, para prosseguir em sua luta pela vaga na Liga dos Campeões, a Dea continuou sendo muito perigosa com as transições rápidas e a bola parada teve papel decisivo para que chegasse ao gol. Em escanteio cobrado do lado esquerdo, Barzagli quase marcou contra – o que mancharia a sua despedida dos gramados. Depois, em cobrança no lado contrário, Masiello desviou no primeiro pau e Ilicic apareceu livre para empurrar para o fundo da rede.

Na volta do intervalo, a Juventus não conseguia criar chances efetivas e transformar seu controle da posse de bola em chances de gol. Allegri fez, então, trocas bem ofensivas, tirando Alex Sandro e Barzagli e colocando Bernardeschi e Mandzukic em campo. Cuadrado passou a jogar como lateral-direito e Cancelo foi deslocado para a canhota. Com Dybala trabalhando mais na zona central e contando com a presença de área de Mandzukic e Ronaldo a Juventus cresceu na partida e conseguiu empurrar a Atalanta dentro do campo.

Aos 80 minutos, o gol de empate saiu. Cuadrado realizou o cruzamento do lado direito e encontrou Mandzukic na entrada da pequena área no lado esquerdo: o croata acreditou na jogada e só teve o trabalho de tocar rasteiro para o fundo do gol. O desvio não foi forte, mas Gollini se distraiu e deixou a bola passar por entre as pernas. No fim das contas, o empate foi valioso para a Dea: Gasperini não conseguiu o resultado que queria, mas seu time agora depende apenas de uma vitória dentro de casa para estar na próxima Liga dos Campeões. A Vecchia Signora não passava duas rodadas seguidas sem vencer em seus domínios desde 2015, mas quem se importa? A entrega da taça não foi maculada e a festa para Barzagli foi completa.

Rodada final: Sampdoria-Juventus e Atalanta-Sassuolo

Em dia de despedidas, Juventus levantou a taça no Allianz Stadium (LaPresse)

Napoli 4-1 Inter
Zielinski (Ruiz), Mertens (Callejón), Ruiz (Malcuit) e Ruiz (Mertens) | Icardi (pênalti)

Tops: Ruiz e Koulibaly (Napoli) | Flops: D’Ambrosio e Miranda (Inter)

O jogo se desenhava muito complicado para Inter. Além de toda qualidade do time partenopeo, o retrospecto recente no San Paolo é terrível para os nerazzurri, que chegaram a esta partida sem vitórias nos domínios o Napoli há 12 partidas, graças a oito derrotas e quatro empates  – sendo esse o recorde caseiro dos mandantes contra os interistas. No fim das contas, a goleada foi a maior aplicada pelos campanos no duelo e obrigam a Beneamata a bater o Empoli na última rodada. Isso, claro, se o time de Spalletti ainda tiver vontade de ir à UCL.

Ancelotti montou mais uma vez sua equipe no 4-4-2, com boa combinações nos lados do campo: Ruiz e Zielinski pela esquerda, sendo a base de controle do time, e Allan e Callejón pela direita, com maior força de penetração e profundidade. Spalletti escalou a Inter no 4-2-3-1, escolhendo por Miranda no lugar do lesionado De Vrij, e optando por Martínez no ataque – Icardi ficou no banco.

O começo de jogo era bem morno e combinava mais com a proposta do Napoli. A dinâmica ficou ainda mais perfeita para os donos da casa quando, aos 9 minutos, Zielinski soltou um petardo de longa distância e marcou um golaço. Mesmo que precisasse do resultado e tivesse que aumentar o fluxo ofensivo, a Inter jamais conseguiu assumir uma postura agressiva dentro da partida. Foi sempre muito passiva na abordagem e teve pouca circulação no terço final do gramado. Lautaro pouco pegava na bola, Brozovic ficava sobrecarregado e as melhores chances eram do Napoli no contra-ataque.

Observando isso, Spalletti sacou Politano (que chegou a ser vetado, por lesão) e colocou Icardi na volta do intervalo. A Inter passou a marcar 4-4-2 e atacar em 3-2-5, com D’Ambrosio como zagueiro e Gagliardini e Brozovic na base do meio-campo. As mudanças acabaram não surtindo muito efeito, já que – mais do que problemas táticos e técnicos – faltaram à Inter postura e vontade.

Nessa toada, aos 61 minutos saiu o segundo gol do Napoli. Callejón cruzou e Mertens apareceu entre D’Ambrosio e Miranda para, de cabeça, deixar o seu. Com o gol sofrido, o sistema defensivo da Inter se perdeu de vez e o jogo ficou simples para o Napoli matar em transição. Aos 71, Mertens cruzou a bola para Milik nas costas de Skriniar e o centroavante bateu para a defesa de Handanovic: no rebote, Malcuit rolou para o meio da área e Ruiz marcou. Sete minutos depois, o belga encontrou Ruiz nas costas de D’Ambrosio e o meia espanhol invadiu a área até bater no canto de Handanovic, ampliando a vantagem. No final, Icardi sofreu pênalti de Albiol e teve a chance de anotar o gol de honra interista.

Mesmo numa partida que nada valia para o Napoli, o time de Ancelotti conseguiu mostrar alguns dos motivos que lhe fazem ser a segunda força do futebol italiano na atualidade. Já a Inter perdeu a oportunidade de confirmar sua presença na próxima Liga dos Campeões. Vai jogar no San Siro com toda a pressão do mundo na última rodada, tendo um Empoli muito confiante pela frente.

Rodada final: Bologna-Napoli e Inter-Empoli

Milan 2-0 Frosinone
Piatek, Suso

Tops: Donnarumma e Suso (Milan) | Flops: Ciano e Trotta (Frosinone)

No San Siro, Milan e Frosinone se enfrentaram em uma partida de vida ou morte para o Diavolo, que acabou sendo bem mais tensa do que o torcedor esperava. Contando com a presença de mais de 60 mil torcedores e com Gattuso contando com força máxima, o Milan começou o jogo indo para cima da já rebaixada equipe do Frosinone e buscando trabalhar bem por ambos os lados do campo, com Çalhanoglu sendo a maior arma ofensiva na zona central e Suso em suas características jogadas pelo lado direito.

Como o Frosinone apenas buscou fechar suas linhas e defender com muitos homens dentro da área, o primeiro tempo foi um monólogo rossonero – com bom volume ofensivo, mas pouca pontaria. Entre os chutes de Çalhanoglu e os cruzamentos buscando Piatek, os donos da casa somaram oito finalizações no primeiro tempo, mas apenas uma delas foi na direção do gol.

Depois do intervalo, o Frosinone conseguiu finalmente agredir a área rival, graças a uma roubada de bola sobre Kessié. Na sequência, Paganini foi derrubado por Abate, que coroou sua partida de despedida em San Siro com um pênalti para os visitantes. Ciano bateu com força no canto inferior direito, mas Donnarumma voou para defender a cobrança e salvar a pele do companheiro e de sua equipe. Com a injeção de moral oferecida por Gigio, o Milan voltou a aumentar seu ritmo ofensivo e finalmente conseguiu marcar.

Sete minutos depois do pênalti desperdiçado pelos ciociari, Suso inverteu o lado da jogada com um bonito passe e Borini bateu para o meio da área. Zampano desviou a bola, que acabou encontrando Piatek e, depois, as redes. Dez minutos depois do 22º tento do polonês, Suso definiu a partida, numa linda cobrança de falta. Com a vitória, o Milan se colocou em uma posição melhor na busca pela vaga na próxima Liga dos Campeões, mas não depende de si: precisa pontuar contra a Spal e secar Atalanta e Inter.

Rodada final: Spal-Milan e Frosinone-Chievo

Preocupação nerazzurra: após ser goleada pelo Napoli, Inter precisa vencer na última rodada para ir à LC (Getty)

Sassuolo 0-0 Roma

Tops: Lirola (Sassuolo) e Florenzi (Roma) | Flops: Djuricic (Sassuolo) e Zaniolo (Roma)

Na última partida do sábado, Sassuolo e Roma fizeram uma boa partida no Mapei Stadium, com muitas chances de gol e boas defesas de Consigli e Mirante. De Zerbi não pode contar com Sensi e Bourabia para a partida e, assim, escalou um meio-campo com Locatelli, Duncan e Magnanelli. Já Ranieri não tinha nenhum desfalque importante e também escalou o time no 4-3-3, com El Shaarawy e Ünder nas pontas.

Desde o começo da partida, o Sassuolo assumiu o controle, trabalhando com seu jogo apoiado. Ranieri trabalhou as transições desde o começo, com Cristante e Zaniolo pressionando por dentro, mas o plano não saiu da maneira esperada, muito pela falta de resistência física do jovem Zaniolo. Ainda assim, quando recuperou a bola, a equipe giallorossa teve Dzeko como pivô e o ataque em diagonal com os pontas.

No segundo tempo, a Roma aumentou a força do jogo pelos flancos, com a entrada de Kluivert no lugar de Ünder e, com isso, forçou cada vez mais os cruzamentos laterais – o que levou muito perigo ao gol de Consigli. El Shaarawy chegou a desperdiçar chance clara em finalização em frente ao gol, Dzeko fez o goleiro trabalhar e Kluivert, numa dividida, chegou a acertar a trave. Em quase todas essas ações, Florenzi foi importante nas ultrapassagens pelo corredor e também nas tabelas por dentro.

O jogo, contudo, terminou mesmo sem gols, acabando com as chances da Roma de classificação para a Liga dos Campeões – na verdade, a equipe ainda pode torcer por apenas uma combinação entre 81 possíveis, o que é extremamente difícil de ocorrer. Nada mais apropriado para uma equipe que teve uma temporada bem abaixo do que era esperado, com má execução de seu plano de jogo.

Rodada final: Atalanta-Sassuolo e Roma-Parma

Empoli 4-1 Torino
Acquah (Pajac), Brighi, Di Lorenzo (Pajac), Caputo (Diego Farias) | Falque (Belotti)

Tops: Pajac e Di Lorenzo (Empoli) | Flops: Rincón e Moretti (Torino)

Tivemos uma partida muito segura do Empoli no Carlo Castellani. Mais uma, aliás – e diante da fortíssima defesa de um Torino também embalado. Engatando uma sequência de três vitórias, o Empoli deixou a zona de rebaixamento e agora irá viajar até Milão dependendo apenas de suas forças para escapar da Serie B: a tarefa é difícil, já que precisa bater a Inter ou torcer para o Genoa não pontuar. Já o Toro, mesmo realizando sua melhor temporada desde que as vitórias passaram a valer 3 pontos, em 1994, vai ficar sem vaga europeia.

Andreazzoli mandou a campo um time muito concentrado e com muita atenção para as combinações pela zona central, com Bennacer como organizador primário e Acquah e Traoré pressionando os zagueiros rivais por dentro – no intuito de, posteriormente, ativar Di Lorenzo e Pajac pelas alas. Já o Torino não conseguiu repetir a consistência defensiva que teve em todo o campeonato. Sentiu muita falta de Ansaldi como escape ofensivo pelo lado esquerdo e viu seu jogo ficar muito dependente dos apoios de Belotti.

Nesse contexto, o primeiro gol do jogo saiu aos 27 minutos, em boa jogada de Pajac. O croata flutuou do lado esquerdo para o centro do campo e tocou para Acquah finalizar com categoria e marcar contra sua antiga equipe. O Torino foi atrás do empate, sempre tendo Belotti como principal figura do ataque, e o obteve aos 56: após participação do centroavante, Falque acertou finalização rasteira no canto esquerdo.

Com objetivos diferentes dentro campeonato, as duas equipes precisavam atacar e saíram para o jogo. Aos 65, o Empoli voltou a ficar na frente do placar, graças ao veteraníssimo Brighi. A jogada começou com Traoré por dentro, teve Caputo finalizando para boa defesa de Sirigu e, em outro rebote – dessa vez em chute de Di Lorenzo – Brighi aproveitou a sobra e empurrou para as redes. Cinco minutos depois o Empoli aumentou a vantagem, novamente com o trabalho de Traoré por dentro e a participação dos alas. Pajac inverteu o jogo com passe em elevação para Di Lorenzo, que deixou Moretti sentado no chão e bateu firme.

Vendo seu sonho europeu escorrer, o Torino tentou sair em busca de um empate improvável e perdeu sua melhor característica – a defesa bem posicionada. Com espaço para agredir nos contra-ataques, o Empoli conseguiu criar com muita velocidade. Sirigu defendeu uma boa finalização de Traoré, mas não teve como dar jeito depois, quando Diego Farias achou Caputo no meio dos zagueiros. O artilheiro do Empoli deu números finais à partida e fez seu 16º gol na Serie A.

Rodada final: Empoli-Inter e Torino-Lazio

Binóculos acionados: Champions League está distante do Milan, mas ainda pode ser alcançada (Getty)

Parma 1-0 Fiorentina
Gerson (contra)

Tops: Bastoni (Parma) e Vitor Hugo (Fiorentina) | Flops: Ceravolo (Parma) e Mirallas (Fiorentina)

Vivendo um momento terrível no campeonato, a Fiorentina viajou até Parma para um duelo que costuma ser indigesto para a Viola. Com a derrota deste domingo, agora são sete jogos sem vitória contra os crociati. Com esse triunfo, o Parma garantiu sua permanência na elite italiana, enquanto a Fiorentina aumentou sua sequência negativa e, sem comemorar vitórias há três meses, vai ter que conviver com o fantasma da Serie B na rodada derradeira. A Viola enfrenta o Genoa em casa e não pode nem pensar em perder, pois o confronto direto favoreceria os genoveses. Além disso, Montella e companhia secam o Empoli.

Com os dois times precisando somar pontos em sua busca pela permanência, tivemos escalações bem ofensivas para a partida. O Parma de D’Aversa entrou em campo no 4-3-3, com a volta de Gervinho à equipe titular. Já Montella tentou uma mudança tática para mudar a forma recente da equipe, defendendo em 4-4-2, com Chiesa e Simeone como dupla mais avançada, e atacando em 3-5-2, com Milenkovic sendo o homem responsável por alternar entre zagueiro e lateral-direito.

Como os crociati e os gigliati são duas equipes com muitos problemas na transição defensiva, e que contam com peças velozes e de muita explosão no setor ofensivo, desde os primeiros minutos o jogo foi muito pautado por muitas perdas de bola em zona central e máxima aceleração das equipes a cada retomada. Dessa maneira, Chiesa e Gervinho foram as principais figuras do primeiro tempo, aproveitando o campo aberto para correr e deixar muitos rivais para trás, criando as melhores chances de suas equipes.

O jogo seguiu com essa pegada intensa por quase todo o tempo. Contudo, Bastoni e Vitor Hugo foram o ponto de resistência de cada uma das equipes, evitando que as chances criadas se transformassem em gols. Bastoni teve oito cortes e venceu cinco dos sete duelos individuais que teve na partida, sendo o melhor em campo no Ennio Tardini. A boa atuação das defesas encaminhava o duelo para um empate em 0 a 0, mas apareceu a bola parada e o momento complicado da Viola. Scozzarella cobrou falta lateral para o miolo da zaga dos visitantes e o brasileiro Gerson desviou a bola, marcando contra. Mesmerizada, a jovem equipe violeta passou a errar muitos passes nos minutos finais e não chegou nem perto de reagir.

Rodada final: Roma-Parma e Fiorentina-Genoa

Lazio 3-3 Bologna
Correa (Lucas Leiva), Bastos (Immobile), Milinković-Savić | Poli (Palacio), Destro (Palacio), Orsolini (Destro)

Tops: Palacio e Destro (Bologna) | Flops: Guerrieri e Badelj (Lazio)

No jogo que fechou a 37ª rodada, Lazio e Bologna proporcionaram aos seus torcedores uma partida muito intensa e divertida no Olímpico – mas com domínio dos visitantes. Depois da conquista do título da Coppa Italia e da vaga europeia no meio de semana, os laziali entraram em campo sem nenhuma pressão. Já os bolonheses, em grande fase, precisavam de um empate para se livrarem matematicamente do rebaixamento. Ficou tudo em casa e Mihajlovic, ídolo dos aquilotti, pode comemorar o êxito de seu ótimo trabalho no time emiliano.

A equipe de Inzaghi conseguiu trabalhar bem suas subidas laterais com Rômulo e Lulic, sempre contando com o suporte de Lucas Leiva pelo centro do campo. Foi do brasileiro o passe para Correa abrir o placar, aos 13 minutos. Lindo drible e finalização do argentino para vencer o goleiro Skorupski. O Bologna não encontrou o seu jogo no primeiro tempo, mas voltou do intervalo bem mais ajustado, trabalhando melhor as jogadas laterais e contando com a infiltração de sua dupla de volantes. Quando começou a produzir, o domínio visitante foi notório e, em dois minutos, os felsinei viraram o jogo.

O capitão Poli marcou o primeiro, depois de boa jogada construída por Lyanco. O brasileiro encontrou Palacio no lado esquerdo e o experiente atacante passou para Poli, que, de dentro da área, chutou no canto de Guerrieri – o terceiro goleiro da Lazio se posicionou muito mal. No minuto seguinte, Destro marcou o gol da virada. Novamente começando a jogada com um dos zagueiros (desta vez Danilo), o Bologna conseguiu chegar à linha de fundo com Orsolini. A bola cruzada passou por toda a área rival e chegou a Palacio, que ajeitou para o centro da área e viu Destro marcar o gol da virada.

O jogo continuou num ritmo altíssimo. Oito minutos depois do gol da virada do Bologna, a Lazio chegou ao empate com um belo chute do angolano Bastos. Apenas quatro minutos depois do novo empate, Pulgar cobrou escanteio pelo canto esquerdo, a bola pingou na área e Destro tocou de cabeça para Orsolini completar para a rede. Depois do terceiro gol bolonhês, a partida entrou num ritmo mais controlado, com poucas transições velozes, e o empate parecia distante para a Lazio. Até que Inzaghi colocou Milinkovic-Savic em campo: após marcar um dos gols do título da Lazio na quarta-feira, o sérvio acertou linda cobrança de falta e deu números finais ao jogo.

Rodada final: Torino-Lazio e Bologna-Napoli

Com gols dos veterano Brighi e Caputo, Empoli ainda sonha com a permanência na elite (LaPresse)

Udinese 3-2 Spal
Samir (De Paul), Okaka (De Paul), Okaka (De Paul) | Petagna (Bonifazi), Valoti (Kurtic)

Tops: De Paul e Okaka (Udinese) | Flops: Cionek e Vicari (Spal)

Na partida que abriu a penúltima rodada do campeonato, Udinese e Spal fizeram uma partida bem animada, mas com muitos erros de posicionamento na bola aérea defensiva das duas equipes. Um tanto desligada, a equipe spallina – que cumpria tabela – acabou ajudando o time da casa a garantir sua permanência na primeira divisão.

Logo aos 5 minutos, tivemos o primeiro gol da partida. De Paul cobrou falta com categoria, na cabeça de Samir, e o zagueiro brasileiro marcou. Depois do gol dos donos da casa, o jogo entrou em um ritmo morno, com as equipes buscando utilizar a força de sua transição ofensiva, mas pecando na escolha dos passes e cometendo muitos erros. De Paul, contudo, estava inspirado e – mesmo com muitos erros dos companheiros de meio-campo, especialmente Sandro – conseguiu produzir volume ofensivo com seus dribles em direção ao gol.

Apesar disso, o primeiro tempo foi mesmo pautado pela bola parada e ela foi decisiva mais uma vez, aos 31. De Paul cobrou escanteio com perfeição e Okaka aumentou a vantagem no placar. Apenas quatro minutos depois, o argentino foi eficiente novamente num corner e achou o ítalo-nigeriano, que testou pro fundo da rede, colocando o 3 a 0 no placar.

Os treinadores não fizeram mudanças no intervalo e o jogo caminhava num ritmo agradável para a Udinese até que, aos 53, Petagna marcou um dos gols mais bonitos da rodada – e também de sua carreira. O centroavante spallino, autor de 16 tentos na Serie A, recebeu na entrada da área, driblou Mandragora e Troost-Ekong e finalizou de direita, cruzado, sem chances para Musso. Com o gol marcado, os visitantes cresceram na partida, e empurrando os friulanos para dentro de sua área, com a presença física de Petagna e Floccari. Valoti completou cruzamento de Kurtic e reduziu a vantagem, deixando o jogo emocionante até o final, mas o placar não foi mais alterado.

Rodada final: Cagliari-Udinese e Spal-Milan

Genoa 1-1 Cagliari
Criscito (pênalti) | Pavoletti (Bradaric)

Tops: Criscito (Genoa) e Pavoletti (Cagliari) | Flops: Lapadula (Genoa) e Klavan (Cagliari)

No Marassi tivemos uma partida muito importante para as pretensões de Genoa e Cagliari. O Genoa chegou à partida com uma sequencia de oito jogos sem vencer, com cinco derrotas e três empates. Prandelli manteve o esquema com 3 zagueiros, trabalhando muito por dentro com o trio formado por Radovanovic, Miguel Veloso e Bessa. Já Maran escalou o Cagliari num esquema diferente do habitual, deixando de lado o 4-3-1-2 e trabalhando no 3-5-2, com João Pedro no banco e Cerri no ataque com Pavoletti.

Os grifoni começaram a partida com intensidade, trabalhando as aproximações por dentro e criando boas oportunidades: Daniel Bessa e Pandev saíram na cara de Cragno, mas não conseguiram capitalizá-las. O Cagliari não tinha volume ofensivo e trabalhava muito pouco em campo ofensivo. Até que, aos 40 minutos, Bradaric realizou a ligação direta com Pavoletti, que ajeitou de cabeça e fez um golaço de voleio.

Na volta para o segundo tempo, o Genoa perdeu o bom ritmo ofensivo que tinha, muito nervoso por conta de sua situação na tabela, e passou a precipitar as jogadas. Prandelli trocou Pedro Pereira por Kouamé e Lapadula por Sanabria, arriscando totalmente para aumentar a produção ofensiva. Através de cruzamentos laterais, o Genoa conseguiu ameaçar o gol da equipe sarda , mas Cragno estava muito bem na partida e fez sete defesas. Porém, aos 89, num dos muitos cruzamentos laterais dos genoveses, Bradaric colocou a mão na bola e o juiz marcou pênalti. Criscito cobrou e marcou, dando números finais a partida. O Cagliari se livrou do rebaixamento, ao passo que o Genoa entrou na zona de descenso: na última rodada, os lígures dependem só de si, porém.

Rodada final: Fiorentina-Genoa e Cagliari-Udinese

Chievo 0-0 Sampdoria

Tops: Semper (Chievo) e Praet (Sampdoria) | Flops: Barba (Chievo) e Linetty (Sampdoria)

No primeiro jogo do domingo, Chievo e Sampdoria se enfrentaram no Marcantonio Bentegodi, num jogo que só servia para cumprir tabela e registrar a despedida do veterano Pellissier. Com quase 40 anos, o atacante do Chievo deixou os gramados, foi ovacionado por seus torcedores e deve se tornar diretor da equipe. O outro “vovô” do duelo, Quagliarella, homenageou o colega, mas passou em branco, mesmo enfrentando sua vítima preferida – já marcou 11 gols contra os clivensi. Fabio ainda tem uma chance para igualar Sergio Brighenti como maior artilheiro da Sampdoria em uma unica edição da Serie A.

O Chievo demonstrou muitos dos problemas de toda a temporada, com pouca intensidade defensiva defendendo muito mal o funil na entrada na área. Ainda assim, o primeiro tempo foi morno e pouco proveitoso para a Sampdoria, que não aproveitou os erros de marcação e os espaços nas costas dos zagueiros rivais – nem mesmo depois que Barba foi expulso, após uma entrada violenta em Gabbiadini, aos 40 minutos. No segundo tempo os blucerchiati continuaram em busca do gol. Praet fez uma bela partida, circulando por toda a zona central, ligando os setores e trabalhando com sua qualidade técnica. A Sampdoria teve oportunidades com o próprio Praet, finalizando da entrada da área, e também com Gabbiadini e Defrel, que fizeram Semper trabalhar.

Depois do 0 a 0, o Chievo terá uma última chance para não entrar para a história de forma (tão) negativa. Até agora, a equipe venceu apenas dois jogos e está perto de ficar com o recorde de menor número de triunfos numa temporada da Serie A – ainda pode igular Treviso (2005-06) e Pescara (2016-17), detentores da marca vigente, com três vitórias.

Rodada final: Frosinone-Chievo e Sampdoria-Juventus.

Seleção da rodada
Donnarumma (Milan); Di Lorenzo (Empoli), Koulibaly (Napoli), Silvestre (Empoli), Pajac (Empoli); Ruiz (Napoli), Traoré (Empoli), De Paul (Udinese); Palacio (Bologna), Okaka (Udinese), Destro (Bologna) Técnico: Aurelio Andreazzoli (Empoli).

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