No sábado que ficará marcado pela escolha de um italiano para o comando técnico da seleção inglesa (sim, também pela comemoração do banco em que don Fabio guarda seus vencimentos), os anticipi da 16ª rodada da Serie A não reservaram grandes surpresas. O fato mais marcante talvez tenha sido a confirmação do “repouso” de Foggia. O esterno ficará de fora da partida deste domingo frente à Internazionale e será renegociado em janeiro, muito graças aos incidentes que levaram à dispensa, nesta semana, de Marchini. Com muito futebol em pouca cabeça, Foggia não aproveitou sua provável última chance na Serie A. E entra, de vez, na extensa lista das decepções do calcio.
Catania 2-0 Udinese – Mascara [2]Na abertura da rodada, o retorno de Pasquale Marino ao estádio no qual comandou o Catania pelas duas últimas temporadas. Em suas mãos, os etnei passaram de coadjuvantes da Serie B a sensação da Serie A. Mas desta vez, num elenco substancialmente mais caro – e ambicioso – não basta jogar pra frente. A mesma Udinese que bate a Juventus em Turim consegue ser goleada em casa pelo Napoli e derrotada pelo Catania apresentando um futebol irreconhecível. E a irregularidade geralmente é um preço caro para quem quer retornar à Liga dos Campeões.
Com uma marcação bem postada no meio-campo, travando o fluxo de jogo da Udinese a partir de Inler e D’Agostino, o Catania encontrou no reserva do suspenso Spinesi os dois gols para decidir a partida. Mascara abriu o placar aproveitando-se de lance do peruano Vargas e o fechou após passe de Izco. Outra vez surpreendendo a Itália, agora sob a regência de Silvio Baldini, resta saber até onde vai este Catania, que termina o sábado na oitava colocação. Se, ano passado, o incidente que culminou na morte do inspetor Raciti acabou tornando-se um entrave no fim do campeonato dos sicilianos, neste ano o grande problema pode ser a abertura do mercado de inverno: os sul-americanos Vargas e Martínez, destaques do início da temporada, já são especulados em Milan, Roma e Juventus.
Lazio 2-3 Juventus – Pandev [2]; Trezeguet, Del Piero [2]Após ameaçar um futebol vistoso no início da temporada, pouco a pouco a Juventus vem conseguindo se firmar como antes: se não de todo a velha senhora da década de 90, pelo menos os resultados cínicos voltam a aparecer. Contra uma Lazio guerreira até o fim e dona das melhores oportunidades, porém perdida em nervosismo, Del Piero acabou decidindo com dois gols após lançamentos de Cristiano Zanetti.
Com um meio de campo perdido, desde o início a Juventus viu-se obrigada a apostar nos lances de bola parada e nas verticalizações para Nedved e Salihamidzic. A estratégia forçada deu resultado aos trinta minutos de jogo, quando Del Piero cobrou escanteio e o bósnio finalizou dentro da grande área, contando com a ajuda de Trezeguet para desviar a bola para o fundo das redes. A Lazio, com apenas um desfalque, se considerado o time titular, manteve sua insistência na troca de passes curtos e chegou ao gol com Pandev. Em bela jogada pelo lado esquerdo, Rocchi escorou de peito para Mutarelli cruzar de primeira, na cabeça do macedônio. Ao fim do primeiro tempo, porém, os laziali já deixavam clara sua insatisfação com o árbitro Brighi, que não apitou um pênalti claro de Chiellini sobre Mauri.
Scaloni, mais uma vez de volta à lateral direita, dividiu com Nedved uma bola que custou ao tcheco alguns pontos sobre a testa, além de uma substituição no intervalo. No segundo tempo, chegou atrasado nos dois esplêndidos lançamentos de Zanetti para o capitano Del Piero, que não tomou conhecimento de Ballotta em nenhum deles. Se na frente havia garantia de sucesso, atrás a defesa tentava comprometer de todas as formas. Tiago, como tem sido tônica, entrou mal na partida, perdido entre armação e marcação. Zanetti e Nocerino, por outro lado, formaram uma dupla bastante efetiva na guarnição de Chiellini, Leggrottaglie e Zebina, em noite abaixo das expectativas.
Já a Lazio, sem Zauri na linha defensiva e com Mauri e Ledesma abaixo do condicionamento físico ideal, encontrou bastante dificuldade para desferir seus golpes finais. Quando não era o último passe o que falhava, era Buffon que se transformava numa parede intransponível. Por pelo menos três vezes o goleiro salvou a Juventus de um gol de Rocchi, duas vezes por cima e outra por baixo. Só foi antecipado por Pandev nos acréscimos, quando Darko garantiu sua inútil doppietta após cruzamento de Rocchi. A Juve, com a vitória, mantém o passo buscando Inter e Roma. Do lado laziale, mesmo se não tem opções para trabalhar o elenco, está clara a vontade do grupo em manter Delio Rossi no cargo. Assim, sua ameaça de demissão dificilmente se concretizará – mesmo que uma combinação desastrosa de resultados possa fazer os biancocelesti terminarem a rodada numa desconfortável 15ª posição. Até porque é trabalho árduo fazer limonada sem limões.
A Lazio é uma brrrincalhona! [/Neto] Uns dez segundos antes dos dois últimos gols da Juve era o time romano que atacava. Rebosteio total.
pelo menos agora o cinismo da Juve se da com um 3×2, antes era aquele fastioso 1×0.
Ranieri está fazendo um bom trabalho, acredito que com a volta de Andrade e um bom reforço em janeiro, a Juve passará a tomar menos gols e pode até ameaçar a Inter.