Com apenas um ponto conquistado nos últimos cinco jogos disputados, já tem quem defenda a queda de Edoardo Reja, há quatro anos no comando do Napoli. Ainda que possua uma boa parcela de culpa pelos resultados recentes da equipe, não é só por Reja que os partenopei se encontram nesta situação, após o ótimo início de temporada.
Naufrágio napolitano
Na derrota para o Palermo, neste domingo, ficou ainda mais claro: falta pulmão para o Napoli. Principalmente por três fatores que agem interligados. Enquanto a maioria das equipes atravessa neste momento o ápice de sua rendimento físico, o Napoli já está desgastado por ter começado a temporada pelo menos um mês antes dos rivais, por estar envolvido nas Copas Intertoto e Uefa.
Com isso, o Napoli sofre em outro ponto: a falta de um elenco suficientemente extenso e com qualidade para suportar uma temporada que todos já sabiam que seria pesada. Mannini, Pazienza, Rinaudo e Aronica, juntos, custaram mais de 20 milhões de euros, mas nunca estiveram à altura dos titulares quando entraram em campo. Os problemas físicos de Bogliacino e Montervino também causam a saturação das peças-chave do elenco: Denis fez 26 partidas oficiais nesta temporada, seguido por Hamsík, Maggio, Blasi, Contini (23) e Lavezzi (22).
E, mesmo com tanto dinheiro investido, ainda faltou no elenco um goleiro confiável. Iezzo e Gianello já provaram diversas vezes que não passam de jogadores medianos, com sérias limitações em momentos importantes. De quebra, ambos se encontram lesionados. O argentino Navarro tem seguido pelo mesmo caminho. A emergência no gol é tamanha que o Napoli fez ressurgir Bucci, no alto de seus 40 anos e 330 gols sofridos em 278 partidas na Série A.
Mas a principal contestação a Edoardo Reja é realmente a falta de rotatividade entre os jogadores que entram em campo. Ainda que nenhum dos titulares tenha feito um número desumano de partidas, praticamente todos estão em seu limite, já sem pernas para correr pelos outros. Nesse cenário, o argentino Dátolo chega como titular inquestionável antes mesmo de estrear.
O questionado 3-5-2 que o time usava há anos foi abandonado nas últimas rodadas em favor de um 4-3-1-2, o que acabou se tornando uma armadilha. Maggio e Vitale são mais meias externos que propriamente laterais, o que fez a mudança gerar um buraco na defesa napolitana. Quando algum zagueiro é improvisado pelos lados, como o foi Aronica contra o Palermo, o resultado tem sido horroroso.
A queda nas quartas-de-final da Copa Itália para a Juventus, na última quarta-feira, não é exatamente um presente. A sequência ruim chegou a tal ponto que Reja vive sua pior crise de resultados desde que assumiu o clube. O treinador terá de se dedicar a um extenso trabalho psicológico para tentar salvar o resto da temporada: depois da derrota na Sicília, Blasi, Contini e Lavezzi estavam tão aturdidos que não conseguiam sequer conceder entrevistas.
Se a crise de nervos não terminar no próximo sábado contra o Bologna, não é de se duvidar que alcance o presidente De Laurentiis. Ainda que seja pouco provável que Reja caia ainda nesta temporada, apenas a classificação para alguma copa europeia pode salvar seu pescoço em maio. Porque a lista de treinadores especulados para o futuro do Napoli já é extensa e vai de Mancini a Giampaolo.
Braitner,
Parabéns pelo ‘post’, como sempre perfeito!
Aliás, parabéns pela divulgação também no ‘site’ da Trivela, isso que é ser importante!
Aliás, sei que é pedir muito, mas tenho sentido sua falta lá no ‘Calcio Serie A’, nem da ‘L’Enigma’ você tem participado…
Agora, quanto ao Napoli, hoje contra o Bologna a equipe atuou mais uma vez abaixo do esperado e, sem Hamsik (e Blasi), o ‘centrocampo’ ficou aquém, além de que a defesa e o Navarro pareciam sempre prontos a entregar o ouro para o bandido (no caso, o ‘solito’ Di Vaio).
Abraços,
Reja é um treinador nível Serie B. Quando o Napoli liberou Cupi, Rullo, Calaiò, Sosa e toda aquela turma sem grife que subiu, ele também teria que ter vazado…
Abraços,
Gustavo Vargas