Serie A

900 minutos em 9: 10ª rodada

Amauri foi um dos protagonistas da belíssima noite da Juve na goleada sobre a Samp (AP)

Após a décima rodada, a Inter segue na liderança da Serie A, após vencer o Palermo por 5 a 3, em duas pasrtidas emocionantes. Duas? Exatamente, porque o que se viu no Meazza foram dois tempos muito distintos. Na primeira etapa, os nerazzurri dominaram a partida com propriedade e chegaram a abrir quatro a zero, com ótimas atuações de Cambiasso, Stankovic, Eto’o e, especialmente, de Maicon e Balotelli. O brasileiro não tomou conhecimento do romeno Melinte (lateral direito improvisado na esquerda) e, contando com a ajuda de Stankovic e Eto’o, fazia daquele setor o mais perigoso da Inter. Balotelli, por sua vez, participou dos quatro gols da Inter antes de sair lesionado, no início do segundo tempo. Além de marcar dois gols (assim como Eto’o e Miccoli), Super Mario deu uma assistência e também sofreu um pênalti. No segundo tempo, ao passo que a Inter relaxou, Zenga mudou a equipe e o jogo quando tirou Melinte para colocar o atacante Abel Hernández, de apenas 19 anos. O uruguaio se movimentou muito bem e, ao lado do experiente Miccoli, deu muito trabalho para a defesa interista, que acabou sofrendo três gols em menos de vinte minutos, em má participação de Santon e duas falhas de Cordoba – que havia ido bem na última rodada. Depois disso tudo, a Inter ainda perdeu Eto’o por lesão, mas manteve-se calma para definir o resultado quando Maicon fez grande jogada individual e cruzou para Milito, de volta ao time, concluir para as redes.

Nos calcanhares da Inter segue a Juventus que, dessa vez, convenceu. Não é qualquer um que bate esta ótima Sampdoria com cinco gols, um feito parecido com o da Inter contra o Genoa, há duas rodadas. Já são 14 jogos de Del Neri contra a Juve: 13 derrotas e um empate. Ferrara manteve o 4-2-3-1 que usou contra o Maccabi Haifa pela Liga dos Campeões e o time ganhou muito, com Diego livre e fazendo ótima partida na criação. Giovinco foi bem pela esquerda e, pela direita, Camoranesi fez um de seus melhores jogos desde sua chegada em bianconero. A opção que parecia arriscada para confrontar uma Samp muito forte com Mannini e Ziegler pelas laterais, anulou completamente a dupla doriana, que sentiu a falta de Palombo na regência. Outro que ressurge é Amauri, com quatro gols nas últimas três partidas: mesmo com febre, marcou dois gols e deu uma assistência. Na defesa, Cannavaro provou sua lealdade a Lippi ao anular Cassano. Mas, ainda que a Juve tenha sido absurdamente superior, Rocchi errou feio ao não marcar um pênalti de Buffon sobre Ziegler quando o placar ainda estava no zero.

Desta vez, o lado rossoblù de Gênova pode ficar feliz. Após algumas semanas de má fase, a boa defesa do Genoa funcionou, dando segurança para que a equipe de Gasperini jogasse bem e vencesse a Fiorentina por dois a um. A partida foi muito disputada no meio-campo, e não teve muitas chances, embora tenha havido leve vantagem para os donos da casa, que contaram com atuações consistentes de Zapater e Rossi. Do lado viola, ironicamente, Jovetic foi muito mal e, após péssima fase, Montolivo foi o melhor viola em campo, com atuação participativa sobretudo ofensivamente: com seus chutes de longa distância e em jogadas construídas por ele, a Fiorentina esbarrou em Amelia algumas vezes. Se Amelia defendia bem, Sculli e Palladino se entendiam ainda melhor na frente. O primeiro gol do jogo nasceu quando o primeiro lançou para o segundo matar no peito e deslocar Frey com um toque de calcanhar. No segundo tempo, a Fiorentina chegou a empatar com Marchionni, mas o dia era mesmo do Genoa e Mesto logo deu números finais à partida, colocando o Genoa na sexta posição, um ponto à frente dos viola.

Quem quase entrou na zona de classificação para a Liga dos Campeões foi o Milan. Um “quase” que o Napoli sentiu bem durante 90 minutos da partida: o empate só saiu nos acréscimos do segundo tempo, num fim de jogo emocionante. O iníco fulminante do Milan, com Ronaldinho e Pato muito bem abertos pelos lados, garantiu dois gols em seis minutos. E então o Milan se acomodou em campo e deu espaço para o Napoli passar mais de uma hora chutando de onde dava – e de onde não dava. Mazzarri testou sua terceira opção tática em três jogos: um 4-2-3-1 que não deu lá muito certo, com Quagliarella nulo na frente e Lavezzi pela esquerda no meio-campo. O time rendeu bem mais depois que passou ao 3-4-3, apesar da inoperância de Dátolo pela meia-esquerda no segundo tempo. Aí foi “só” esperar o fim do jogo. Com a expulsão de Abate (pior em campo), o Napoli pressionou ainda mais e fez seus dois gols: uma bela bomba de Cigarini e um cabeceio para ressuscitar Denis. Mazzarri continua invicto no comando partenopeo, com sete pontos em três jogos. E poderia continuar com os 100%, não fosse a péssima arbitragem de Rizzoli que negou três pênaltis ao Napoli, um deles claríssimo. E não tomou atitude quanto ao laser que a torcida da casa apontava para os olhos de Dida e que agora vai custar 15 mil euros aos cofres do clube.

Quem dói nos olhos é a Roma, e que o diga Floro Flores. Em jogo equilibrado, a Udinese derrubou a equipe de Ranieri com dois gols de cabeça do atacante. É a terceira derrota seguida dos giallorossi, que haviam perdido para Livorno e Milan e não passam uma partida sem sofrer gol desde o dia 3 de maio, quando empataram em 0 a 0 com o Chievo. Os bianconeri foram cruéis no Friuli, vendo seu adversário pressionar e matando qualquer chance de reação em duas bolas paradas; cruzamentos de falta e escanteio, respectivamente. Os comandados de Pasquale Marino vinham – que coincidência – de três derrotas consecutivas. A cara da partida, equilibrada e de certa forma movimentada, mudou pouco quando a Udinese abriu o placar, bem como prosseguiu com o empate de De Rossi, que, por sinal, também saiu de cobrança de escanteio. Taddei foi expulso no início do segundo tempo, enquanto Basta levou o vermelho na reta final. Artilheiro do campeonato, Di Natale não marcou, mas chegou bem perto de um gol de placa ao tentar encobrir Doni, já no fim da partida. Quem voltou aos gramados foi Cicinho, fora desde março por conta de uma lesão no joelho direito.

Falando em times da capital em má fase, a síndrome do Olimpico continua afetando a Lazio. Nas 16 partidas jogadas em casa em 2009, os biancocelesti só venceram quatro (a última, em 23 de agosto, contra a Atalanta). O time de Ballardini segue em queda livre, não vence desde a segunda rodada e agora está a apenas um ponto da zona de rebaixamento. Não é à toa que Lotito já mandou nesta quinta-feira o elenco para se concentrar em Siena para a partida de domingo. Contra o Cagliari, foi um jogo sem emoção, muito travado no meio-campo, só com Matuzalém e Lazzari se sobressaindo no primeiro tempo. Depois do intervalo, a entrada de Mauri não foi o suficiente para fazer a torcida laziale jogar com o time. Sob vaias, Muslera deixou a cobrança de falta de Conti passar por baixo de suas pernas para que Matri marcasse o único gol do jogo. A Lazio, depois do bom começo de campeonato, é uma bomba prestes a estourar. Nenhum dos sete “dissidentes” (entre eles, Pandev, Ledesma e Stendardo) viajou para Siena e já se fala de um problema sério ligado a rescisões contratuais antecipadas, reinvidicações desses excluídos.

Por outro lado, o Parma continua sua campanha surpreendente. Para quem subiu com poucas expectativas, o quarto lugar é algo muito bom já na décima rodada. Dessa vez, o time de Guidolin bateu o bom Bari, que viu sua defesa desmoronar sem Salvatore Masiello e pela primeira vez na temporada levou mais de um gol em 90 minutos. Com o lateral em campo, foram só quatro gols sofridos em sete jogos. Contra o Parma, os de Bojinov e Paloschi ficaram barato. Quem também segue em boa fase é Serse Cosmi, que venceu seu segundo jogo desde que chegou para treinar o Livorno – ao contrário de Conte, que perdeu seu primeiro desde que assumiu a Atalanta. Mesmo com a dupla Lucarelli-Tavano de volta, quem decidiu foi o zagueiro Migliónico, que acertou um bom cabeceio depois de falha do goleiro Consigli.

O Livorno chegou a nove pontos, mesmo número do Bologna que, com a vitória na estreia de Colomba, pode sair logo da zona de rebaixamento. Sem Di Vaio, suspenso, aos poucos Adaílton vai fazendo seu o time rossoblù, com o terceiro gol em cinco jogos na temporada. Osvaldo e Viviano também deixaram sua marca: o ítalo-argentino aproveitando cruzamento de Lanna para ampliar e o goleiro defendendo todas as bolas importantes até ser furado por Calaiò, tarde demais. A vitória do Bologna não para os protestos que pedem a saída da presidente Menarini e ainda pôs a torcida nos calcanhares de Osvaldo, que na comemoração saiu provocando a curva bolonhesa. Mas a derrota do Siena derrubou Giampaolo, que deixa o time na lanterna da Serie A. A vice-lanterna é do Catania, que perdeu em casa para o Chievo.

Com a colaboração de Nelson Oliveira, Rodrigo Antonelli e Mateus Ribeirete.

Para resultados, escalações, classificação e estatísticas da 10ª rodada, clique aqui.

Seleção da 10ª rodada
Dida (Milan); Maicon (Inter), Migliónico (Livorno), Chiellini (Juventus), Antonelli (Parma); Camoranesi (Juventus), Lazzari (Cagliari), Palladino (Genoa); Amauri (Juventus), Floro Flores (Udinese), Balotelli (Inter)

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