Liga Europa

A (quase) vingança dos perseguidos

Entre os não-perseguidos, Amelia foi o destaque do Genoa na partida (Reuters)

Com gols de Kharja e Floccari, o Genoa incomodou muito o Valencia em pleno Mestalla, no jogo mais movimentado da segunda rodada da Liga Europa. Para quem estava há 17 anos longe de competições europeias, a derrota por 3 a 2 para um clube que só não foi à Europa uma vez nos últimos dez anos está longe de ser uma zebra. A surpresa é a forma com que esse “EuroGenoa” se comportou no match clou do grupo. A dupla artilheira é a mais contestada do atual grupo rossoblù e, como diria o outro, aproveitou a partida para mostrar sua voglia di riscatto.

Sem vários jogadores importantes (Criscito, Biava, Palácio, o capitão Rossi), a defesa continuou batendo cabeça. Enquanto Moretti se firma como ótimo substituto de Ferrari pelo centro, Sokratis e Bocchetti tiveram sérios problemas para fazer funcionar a marcação com os meias externos que lhes cobririam, em especial pela direita, com o grego se complicando com Tomovic durante boa parte do jogo – já o italiano pareceu ingênuo em pelo menos um lance decisivo. Falando em ingenuidade, o pênalti cometido por Esposito no fim do jogo foi a cereja do bolo na má fase recente da defesa grifone.

O Genoa deu trabalho, mas mesmo assim não conseguiu se aproveitar do principal defeito do Valencia, decantado rodada após rodada na Liga Espanhola: os problemas de cobertura na lateral, com Miguel pela direita, e, principalmente, Mathieu pela esquerda. Mesto, escalado por Gasperini pela direita no tridente ofensivo do 3-4-3, fez uma de suas apresentações mais opacas das últimas semanas, ao invés de fazer a festa nas costas de Mathieu. Com liberdade, Mata também se soltou por aquele lado e o Genoa viu a partida sair de controle. Já pela esquerda, Palladino (em seu primeiro jogo como titular na temporada) não fez nem cócegas nas subidas de Pablo Hernández.

Os grifone, definitivamente, perderam a partida pelas laterais. Porque era só cruzar ali na área, onde o goleiro César estava longe de sua melhor noite “aérea”. Ainda assim, a derrota não tira moral do Genoa, em evolução na temporada e ainda favorito a uma das vagas para a próxima fase. Com os resultados de hoje, Lille e Valencia chegam aos quatro pontos, enquanto o Genoa continua com três. O Slavia já cai fora da disputa, com duas derrotas de largada.

Os búlgaros dão passagem
A Lazio viajou para Sófia, para enfrentar o Levski. Goleou com show de Meghni. Para a capital romana, a búlgara mandou seu CSKA. Que a Roma bateu com dois gols em três minutos. No primeiro, Motta tocou para Okaka bater à Inzaghi, no limite do impedimento. Já o segundo gol foi um clássico da “Primeira Roma Spallettiana”: em bola levantada por Pizarro, Perrotta anota pegando do jeito que ela veio. Em seu 12º jogo na temporada, foi a primeira vez em que os giallorossi não sofreram gol. Juan fez grande partida e tende a formar uma dupla afinadíssima com Burdisso, quem diria? Na sequência da Serie A, se a Roma vencer seus três próximos jogos, pode dar um bom motivo para a demissão de três treinadores: Donadoni (Napoli), Leonardo (Milan) e Ruotolo (Livorno).

Melhor ainda foi a vitória da Lazio, comandada pela fênix chamada Baronio. Afastado do elenco, emprestado para a Serie B, escalado junto com o time primavera… o regista passou de tudo antes de se tornar o metrônomo desse bom time que Ballardini vem formando. De quebra, faz lembrar um pouco a última temporada de Liverani em biancoceleste. Outro que jogou muito na goleada por 4 a 0 foi o argelino Meghni, numa de suas melhores atuações dos últimos meses. Zárate e Rocchi fizeram boa dupla no ataque laziale e o sub-20 Perpetuini foi bem, mesmo improvisado na lateral-esquerda. Tudo bem que não poderia ser diferente numa vitória tão sonora, mas um par de milagres operados entre as traves por Bizzarri mostram que a Lazio é que soube fazer seu o jogo. Com a confirmação da boa exibição contra o Palermo, a Fiorentina pode esperar um adversário encardido na sequência da Serie A. E o grupo na Liga Europa, a confirmação de um favoritismo.

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