Liga Europa

O Bologna dominou mesmo com um a menos, mas só empatou com o Brann pela Europa League

O Bologna viveu uma noite de frustração no Renato Dall’Ara. Com Lykogiannis expulso aos 23 minutos, os campeões da Coppa Italia tiveram coragem, controle territorial e um volume ofensivo raro para uma equipe nesta situação, porém, o time de Vincenzo Italiano ficou apenas no 0 a 0 diante do Brann, da Noruega, pela quarta rodada da Europa League. O resultado, somado ao equilíbrio absoluto do meio da tabela, deixa os rossoblù em uma posição delicada: com cinco pontos, ocupam o 24º lugar geral, dentro da zona de playoffs, mas pressionados por adversários imediatos. A sensação, no entanto, é de que ficou muito barato para os visitantes, salvos por seu goleiro, Dyngeland, e por um cartão vermelho contestável, que alterou todo o roteiro da partida.

Italiano, que desfalcou o Bologna em quatro jogos, distribuídos em cerca de duas semanas, voltou ao banco rossoblù após se recuperar de pneumonia e escalou o seu time num rodízio habitual até aqui: Skorupski no gol, Holm, Heggem, Lucumé e Lykogiannis formando uma linha de quatro na defesa, Ferguson e Moro na volância, com Bernardeschi, Fabbian e Cambiaghi servindo o atacante Castro. O estádio, lotado e ruidoso, respondia com entusiasmo ao retorno do treinador. Do outro lado, Freyr Alexandersson, treinador do Brann, apostava em Gudmundsson, Haaland – que não é parente do homônimo famoso – e Kornvig, ex-Spezia, Cosenza e Cittadella, para conter os italianos.

Os primeiros minutos mostraram um Bologna embalado após a vitória no clássico o Parma na última rodada da Serie A. Bernardeschi foi o primeiro a tentar efetivamente algo com perigo, aos 17: o camisa 10 recebeu um cruzamento na área, driblou o marcado e tentou encontrar alguém no meio, mas ninguém conseguiu resvalar na pelota. O Brann respondeu com Mathisen e Sørensen, aproveitando erros de saída forçados pelo seu bloco alto. A partida, sem chances mais claras, mudou aos 22.

Após cerca de duas semanas afastado por pneumonia, Italiano voltou ao banco do Bologna e teve que lidar com problemas (Getty)

O lance que marcou o jogo veio em um choque entre Lykogiannis e Kornvig. O lateral grego, que chegou claramente primeiro na bola, acabou acertando a canela do adversário no movimento de disputa. O árbitro Daniel Schlager interpretou como conduta violenta e mostrou o vermelho direto para o lateral rossoblù. A partir daí, Italiano foi obrigado a reorganizar tudo: sacou o meia Fabbian para a entrada de Miranda, que reveza com o helênico no flanco esquerdo.

Curiosamente, o Bologna cresceu com um a menos. Bernardeschi seguiu protagonizando ações ofensivas, Castro lutava em cada bola dividida e Cambiaghi era um tormento pelo lado esquerdo. O árbitro voltou ao centro das atenções aos 38 minutos, quando ignorou um possível pênalti sobre Miranda, derrubado após infiltração na área. Pouco tempo depois, aos 40, o Brann teve sua melhor oportunidade até então, com um chute de Kornvig poucos passos fora da área – a finalização desviou e passou raspando a trave de Skorupski. Logo depois, Bernardeschi respondeu com uma nova oportunidade em arremate colocado, mas a bola passou longe do gol.

A segunda etapa começou com o Bologna incendiando o estádio. Mesmo em desvantagem numérica, os rossoblù empurraram o Brann para dentro da própria área, empilhando escanteios, cruzamentos e finalizações. Aos 65, após uma boa virada de jogo, a bola chegou novamente em Bernardeschi. O italiano encontrou Ferguson na entrada da área e o escocês finalizou sem pensar duas vezes, mas a bola desviou em Castro – que não conseguiu recuperar o lance.

Um minuto depois, Cambiaghi saiu na cara do gol após passe de Santiago Castro, mas finalizou mal, desperdiçando uma chance enorme. O Brann respondeu com Dragsnes, após uma boa tabela com Niklas Castro – coincidentemente, também camisa 9, mas chileno, e não argentino. A conclusão do norueguês foi apenas um lampejo isolado, pois o volume de jogo era todo italiano.

Bernardeschi foi um dos mais ativos em campo, mas o zero não saiu do placar (Getty)

A partir dos 75 minutos, as substituições intensificaram o ritmo do jogo. Italiano lançou Orsolini e Odgaard para o ímpeto final, enquanto o Brann trocou duas peças na tentativa de respirar. O domínio, porém, só aumentou. Aos 85, Ferguson obrigou Dyngeland a uma defesa monumental, após uma boa jogada de Orsolini, e Odgaard foi travado no rebote, no momento mais perigoso dos mandantes no confronto. Logo depois, em dois escanteios consecutivos, Lucumí teve o gol aberto diante de si, mas novamente o goleiro norueguês salvou de maneira quase milagrosa.

A reta final foi um ataque contra defesa. Odgaard tentou em finalização prensada, Orsolini ganhou seus duelos individuais, mas o Brann resistia como podia, recuado em um bloco cada vez mais baixo. Pouco antes do apito final, o Bologna rondava a área com seus nove jogadores de linha, incluindo os zagueiros já posicionados como atacantes, enquanto o adversário buscava apenas sobreviver aos cruzamentos e finalizações desviadas. O apito final trouxe frustração, mas também uma ovação a um time que, apesar do empate, apresentou uma das exibições mais esforçadas sob o comando de Italiano, justamente com o cenário mais complicado.

No balanço geral, o Bologna foi superior em praticamente todos os aspectos que não o placar. Dominou o segundo tempo, criou mais que o dobro de finalizações, acumulou escanteios e empurrou o Brann para o campo defensivo mesmo em inferioridade numérica. Faltou apenas o gol. O tropeço, no entanto, pesa: os rossoblù chegam a cinco pontos e ficam em 24º na classificação geral da liga, ainda dentro da zona de playoffs, mas com três equipes logo atrás, todas com quatro pontinhos.

Agora, o cenário europeu exige perfeição. O próximo compromisso internacional será no dia 27 de novembro, em casa, contra o Salzburg, antes disso, terá o complicado Napoli, também no Renato Dall’Ara, e visitará a Udinese no retorno da Serie A após a data Fifa. Já o Brann, 11º colocado da Europa League, visitará o PAOK, também no fim de novembro.

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