Desde muito jovem, Christian Vieri foi acostumado a não ficar morando em uma mesma cidade por muito tempo. O motivo de suas mudanças, mesmo naquela época, sempre foi o futebol: Roberto Vieri, seu pai, era atacante – como ele viria a ser. Bobo nasceu em Bolonha, mas com quatro anos já estava vivendo em Sydney, na Austrália. Ele acompanhava seu genitor, que emigrou para atuar no Marconi Stallions, clube da numerosa comunidade italiana que vive na cidade.
Foi no país da Oceania que Christian Vieri deu os primeiros passos de sua carreira futebolística, aos 14 anos, como lateral esquerdo no mesmo clube em que seu pai jogara. Logo foi avançado para o ataque e voltou para a Itália, onde juntou-se ao Santa Lucia, da cidade de Prato. Porém, logo trocou de clube novamente: assinou com o Prato, clube em que seu pai foi ídolo, e fez parte da equipe Giovanissimi, correspondente ao sub-15.
Em 1991-92, Vieri tinha 17 anos e já fazia parte do time Primavera da última boa equipe do Torino, que chegou à terceira posição da Serie A. Na mesma campanha, Vieri fez sua estreia na máxima divisão italiana. Vestindo granata, passou duas temporadas num mesmo clube, feito que só conseguiria repetir quando chegou a Inter, quase uma década depois.
Depois de deixar o Torino, Vieri rodou por três clubes da Serie B. Passou pelo Pisa sem deixar muitas saudades e transferiu-se para o recém-promovido Ravenna, onde, não obstante a pouca idade, foi titular e marcou 12 gols. Sua boa prestação não foi suficiente para salvar o time da queda para a antiga Serie C1 e ele se transferiu para o Venezia. O desempenho no clube vêneto, com 11 gols em 29 partidas, fez com que a Atalanta contratasse Bobo para disputar a Serie A, na temporada 1995-96.
Na elite, Vieri continuou mostrando as qualidades pelas quais seria reconhecido até o fim de sua carreira. Em suma, ótimo posicionamento, a estrela e o ótimo poder de finalização, seja com os pés ou com a cabeça – a propósito, se tornaria o artilheiro histórico da Serie A em tentos anotados com a testa. Mesmo na reserva da equipe de Bérgamo, Vieri marcou oito gols – mais que Pisani e Tovalieri, titulares. Juntamente com o uruguaio Paolo Montero, foi contratado ao fim da temporada pela Juventus, campeã europeia em 1996.
Em Turim, Vieri deu o verdadeiro salto em sua carreira: contando com uma concorrência acirrada no ataque bianconero (Del Piero, Padovano, Boksic e Amoruso), Bobo marcou oito gols na temporada e foi artilheiro da equipe, ao lado de Padovano e de Del Piero. Ao fim da temporada, havia ajudado a levar o clube ao título da Serie A e ao vice da Liga dos Campeões, chegando a ser escalado como titular na final contra o Borussia Dortmund. Com 23 anos, o bicampeão europeu sub-21 pelos azzurrini estreou pela seleção italiana principal em março de 1997, contra a Moldávia, mostrando sua estrela: marcou o milésimo gol da história da Squadra Azzurra.
Porém, Vieri não continuou na Velha Senhora na temporada seguinte. O clube recebeu uma proposta milionária e o centroavante transferiu-se para o Atlético de Madrid, que havia sido comprado dois anos antes pelo político Jesús Gil y Gil e brigava pelo título espanhol.
A primeira experiência estrangeira de Vieri foi um sucesso: apesar de ter passado por alguns problemas físicos, Vieri marcou 24 gols em 24 partidas e venceu o troféu Pichichi, dado ao artilheiro da competição – quatro destes gols foram marcados em uma única partida; mas o poker contra a Salamanca foi incapaz de evitar a derrota por 5 a 4. Suas atuações convenceram o técnico Cesare Maldini a convocá-lo para a Copa de 1998. Vieri foi titular da seleção italiana e marcou cinco gols em cinco partidas no torneio, até a Itália cair nos pênaltis para a França, dona da casa, nas quartas de final.
Mais uma vez, porém, o sucesso não faz com que Vieri fique no mesmo clube por mais de uma temporada. A Lazio, enriquecida com a presidência de Sergio Cragnotti e pela parceria com a Cirio, repatria o bomber italiano. Na temporada 1998-99, Vieri marcou 14 gols que levaram os biancocelesti ao segundo lugar na Serie A (com um ponto a menos que o Milan) e também um dos gols da vitória da equipe capitolina sobre o Mallorca, na final da Recopa Uefa. Ao fim da temporada, Vieri se transferiria mais uma vez, para permanecer muito tempo sem trocar de camisa.
A Inter contratou o camisa 32 da Lazio com o intuito de contar com uma dupla de ataque implacável formada por ele e Ronaldo. No entanto, a parceria em campo foi vista poucas vezes, devido a lesões de ambos os jogadores. E, a bem da verdade, ambos eram vistos mais vezes juntos nas boates de Mlão do que em campo. Durante os anos em que esteve em Milão, Vieri só deixava o time titular em caso de lesão, pelo menos até a última temporada.
Neste período, teve vários parceiros no ataque: Ronaldo, Recoba, Roberto Baggio, Zamorano, Crespo, Martins, Cruz e Adriano. Chegou a ser artilheiro da Serie A por duas vezes – em uma delas, no campeonato de 2002-03, fez 24 gols em 23 partidas. Neste mesmo ano, Vieri foi o autor dos quatro gols (um poker, como dizem os italianos) da vitória interista sobre o Brescia.
Os números do atacante na Inter são muito bons. Os 123 gols em 190 partidas pelo clube fizeram Materazzi coroar Vieri, consagrado como um dos de maiores marcadores da história nerazzurra e o principal goleador da Era Massimo Moratti, até então. Nos anos de Inter, era nome certo na seleção italiana.
Bobo perdeu a chance de vestir a camisa azzurra na Eurocopa de 2000 por causa de uma lesão, mas esteve presente na Copa de 2002, realizada conjuntamente por Coreia do Sul e Japão. Após marcar quatro gols no torneio, tornou-se (ao lado de Paolo Rossi e Roberto Baggio) o maior artilheiro da Nazionale em mundiais, com nove tentos. Com 23 gols em 49 partidas vestindo azul e branco, Vieri é também o nono maior artilheiro da história da seleção.
Porém, a Inter passava por um período complicado e não vencia títulos: chegou perto no fatídico 5 de maio de 2002, quando perdeu para a Lazio e deixou escapar o scudetto e também quando caiu nas semifinais da Liga dos Campeões em 2003. O único título do atacante em nerazzurro foi conquistado em seu último ano no clube: a Coppa Italia da temporada 2004-05, já sob a gestão de Roberto Mancini.
No fim da temporada, o atacante, que até hoje é um dos 10 maiores artilheiros da Inter, rescindiu seu contrato e gerou polêmica ao acertar com o Milan. Na saída da agremiação, o atacante abriu um processo contra o presidente Massimo Moratti, alegando que foi espionado através de escutas telefônicas feitas a mando do cartola.
Desde que deixou o clube de Via Durini, a carreira de Vieri desandou. Supostamente em depressão e vestindo rossonero, o atacante marcou apenas dois gols, até ser negociado com o Monaco, da França, após um semestre. Na França, a presença do centroavante ficou marcada pelos cada vez mais constantes problemas físicos, que o reduziram sua participação a apenas 11 partidas pelo clube monegasco. Em junho, Vieri assinaria com a Sampdoria, clube pelo qual seu pai fez mais sucesso na carreira.
Porém, o atacante não chegou nem perto dos feitos de seu pai: ainda em agosto, rescindiu seu contrato pelos recorrentes problemas físicos, para depois assinar um contrato anual com a Atalanta. Em Bérgamo, Vieri ganharia apenas pelos gols marcados pelo time em que despontou na Serie A. Sua estreia ocorreu apenas em abril de 2007 e, no mês seguinte, Bobo marcou um gol antológico: chutando de primeira do meio-campo, encobriu o goleiro Manninger na vitória por 3 a 1 sobre o Siena. No total, foram apenas dois gols em sete jogos.
Por incrível que pareça, na temporada seguinte, Vieri ainda ganharia uma chance na Fiorentina, que brigava por vaga na Liga dos Campeões e pelo título da Copa Uefa. Em Florença, Bobo não decepcionou e fez uma temporada bastante regular. Vindo sempre do banco, marcou nove gols e foi responsável por algumas assistências, ajudando o time a conquistar a quarta posição na Serie A e a chegar às semifinais da competição europeia.
Foi o último bom momento do bomber, que chegou a voltar à Atalanta (contestado pela torcida, que não queria sua volta) antes de perder completamente a forma física e declarar que havia encerrado a carreira. Depois de ter parado, Vieri foi sondado por Botafogo de Ribeirão Preto e Boavista-RJ, mas preferiu continuar fora das quatro linhas. Melhor assim, para assegurar um fim de trajetória menos melancólico para quem se acostumou a decidir partidas com tantos tentos: foram 271 gols em 550 partidas oficiais. Com as chuteiras penduradas, se destacaria como apresentador e comentarista, no comando da Bobo TV e em alguns canais especializados em esporte.
Christian Vieri
Nascimento: 12 de julho de 1973, em Bolonha, Itália
Posição: atacante
Clubes: Prato (1989-90), Torino (1990-92), Pisa (1992-93), Ravenna (1993-94), Venezia (1994-95), Atalanta (1995-96, 2006-07 e 2008-09), Juventus (1996-97), Atlético de Madrid (1997-98), Lazio (1998-99), Inter (1999-2005), Milan (2005-06), Monaco (2006), Sampdoria (2006), Fiorentina (2007-08)
Títulos: Coppa Italia (1993 e 2005), Europeu Sub-21 (1994 e 1996), Supercopa Uefa (1996), Copa Intercontinental (1996), Serie A (1997), Supercopa Italiana (1998) e Recopa Uefa (1999)
Seleção italiana: 49 partidas e 23 gols
bobo eterno!Jogou demais.
MATADOR NATO!Word Class demais!
A mais maneira das camisas do Inter…
bobo32! o maior matador que vi jogar. BOBO GOAL!!!
Não tinha pra ninguem, quando pegava na bola e abria os braços pra proteger dificilmente era parado Bobo gol é o cara, sempre vai ser, eterno 32…
Dos ultimos Centroavantes de verdade que vi jogar , Só Ibrahimovic se compara a C.Vieri msm assim ele é o Melhor !
Vieri é lenda, um dos melhores atacantes de area da história. 9 gols e 9 jogos de copas do mundo
Ele ganhou o espanhol pelo Atlético ou não?