Serie A

Review da temporada: Milan

Ronaldinho cumprimenta Leonardo: o gaúcho foi bem mais oitenta do que oito (Getty Images)

A CAMPANHA 3ª colocação, 70 pontos. 20 vitórias, 10 empates e 8 derrotas

FORA DA SERIE A Eliminado pelo Manchester United nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões. Eliminado pela Udinese nas quartas de final da Coppa Italia

O ATAQUE 60 gols, o terceiro melhor

A DEFESA 39 gols, a terceira melhor

OS ARTILHEIROS Marco Borriello (14 gols), Alexandre Pato e Ronaldinho (ambos com 12)

OS ONIPRESENTES Ronaldinho (36 partidas), Andrea Pirlo (34) e Thiago Silva (33)

O TÉCNICO Leonardo

QUEM DECIDIU Ronaldinho

QUEM DECEPCIONOU Gianluca Zambrotta

QUEM SURGIU Thiago Silva

QUEM SUMIU Gennaro Gattuso e Filippo Inzaghi

MELHOR CONTRATAÇÃO nenhuma

PIOR CONTRATAÇÃO Klaas-Jan Huntelaar

NOTA DA TEMPORADA 5,5

Um Milan fraco. Time sem laterais, presidente intrometido, contratações que não dão certo, atletas em decadência, embora há anos se diga que o clube precisa renovar seu elenco… Já não se esperava que os rossoneri equivalessem seus arquirrivais no campeonato. Entretanto, o que se viu foi uma disparidade enorme entre as duas equipes. Tanto na tabela – algo claro na diferença de 12 pontos -, quanto nos confrontos diretos – derrotas por 4 a 0 e 2 a 0 para a Inter. Não só: houve também uma grande diferença mental. Se o Milan de anos atrás assustava, esse não põe medo em ninguém. Quando chegou perto de brigar pelo título, deixou várias oportunidades passarem, sem qualquer ameaça de reação. Enquanto isso, a outra parte da cidade comemorava com um time avassalador.

Tudo ia de mal a pior enquanto Leonardo não encaixava um padrão tático para a equipe. Uma reação se deu após a virada contra a Roma, na oitava rodada. Até que, pouco tempo depois, Nesta, Thiago Silva, Ronaldinho e Pato já faziam uma temporada exímia. O Milan deu sinais de que poderia chegar lá, mas caiu de produção. Foi difícil manter o ritmo num ano em que Zambrotta, Gattuso, Seedorf e Inzaghi não tiveram qualquer inspiração. Se o primeiro coleciona decepções desde o pós-Copa, os outros três sempre foram importantíssimos ao elenco. Gattuso começou lesionado e, por ter perdido espaço com Leonardo, até ameaçou sair. Inzaghi, por sua vez, não chegou perto de seus momentos iluminados, nos quais simplesmente achava gols cruciais. Mesmo assim, porém, o atacante renovou com o clube por mais um ano.

Problemas também vieram de fora: o Milan não se reforçou em nada com seus supostos reforços de mercado. Huntelaar foi um completo fracasso, Onyewu se lesionou e, assim como o goleiro Roma, sequer entrou em campo na Serie A. Nem Beckham deu sorte: depois de uma dezena de partidas, também se contundiu e ficou de fora da Copa do Mundo. Aliás, as lesões não deixaram de perseguir Nesta – interrompido após retorno de alto nível aos gramados – e Pato – outro elemento de qualidade freado por problemas físicos. E vale lembrar: Favalli chegou a ser titular, por algumas rodadas, neste Milan. Se o defensor foi ruim no ápice da sua carreira, é difícil crer que com 38 anos possa levantar o nível de um time que sonha em conquistar títulos.

Mas nem tudo são podres. Ronaldinho foi um verdadeiro fuoriclasse, e calou até os mais céticos a seu respeito. O gaúcho, adaptado no lado esquerdo de ataque do 4-3-3, não só marcou gols como distribuiu assistências. Borriello, por sua vez, fez o que pode na frente e, com uma reta final inspirada, foi o artilheiro do time na Serie A. Thiago Silva aguentou o tranco de substituir Maldini, se entendeu bem com Nesta, e, em sua primeira temporada em um grande campeonato europeu, deixou claro, para quem ainda tinha dúvidas, que tem qualidade. Dida também brilhou: despedindo-se do clube, fez bom segundo turno ao se firmar no onze inicial. Há muito a se aprimorar para a próxima temporada, porém. A começar pelos lados do campo, completamente inoperantes com os desgastados Oddo, Zambrotta e Jankulovski, e os fracos Antonini e Abate. Quem sabe Berlusconi decida abrir a mão com o (ainda indefinido) novo treinador, se é que tem tanto dinheiro para isso: já se fala em uma possível venda de 30% das ações do clube para a Gazprom, empresa petrolífera de Roman Abramovich.

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4 comentários

  • O Milan deveria tentar vender alguns jogadores e investir em jogadores mas jovens mas com um pouco de experiencia, precisam de uma reaçao imediata e garantida. Vou dar uma de dirigente:
    Vender ou incluir em negociaçoes de troca(com troco): Kaladze, Jankulovski, Zambrota, Gattuso, Huntellar, Abbiati, Bonera, Oddo.

    Alguns exemplos de bons investimentos: Defour (BELG), Hazard(BELG), Criscito(ITA), Ranocchia(ITA), Cassani(ITA), Marco Motta(ITA), Beck(GER), Luiz Suarez (URU), Akinfeev(RUS), Adebayor (TOGO), Gourcuff (FRAN) entre varios outros, basta ver como estao disponiveis contratualmente.

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