Serie A

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 Cicinho e os microfones: seu novo esporte (Efe)

Cicinho desembarcou em Roma em 2007, abraçado por fãs ansiosos, que o aguardaram no aeroporto. Veio do Real Madrid após reclamar que Bernd Schuster não o dava as oportunidades dignas, contestando principalmente o fato de ter jogado, por um breve período, na lateral-esquerda do time merengue. Sua contratação foi valiosa, rendendo-lhe um contrato que só expira em 2012. Se começou bem – mesmo tendo que brigar pela posição com um inspirado Panucci -, Cicinho, desde a lesão que o afastou do time em 2008, só coleciona bolas fora.

Em 2007-08, sua primeira temporada, entrou em campo 30 vezes na Serie A e, embora pecasse bastante na parte defensiva, era sempre incisivo no ataque, mostrando-se um bom reforço para a equipe da capital. Acontece que, no início do segundo turno da época seguinte, o lateral se contundiu. Numa partida contra o Genoa, após abrir o placar, Cicinho feriu os ligamentos e ficou afastado por pelo menos seis meses. Nesse meio tempo, o jovem Marco Motta, emprestado pela Udinese, tomou conta da posição, e o brasileiro perdeu espaço.

Desde então, nunca mais apareceu. Se Motta era o titular de Luciano Spalletti, Claudio Ranieri fez ressurgir Marco Cassetti. Não houve mais lugar para Cicinho, que chegava a passar algumas partidas sem sequer compor o banco de reservas. Pouco tempo bastou para que o jogador começasse a chiar. Ao invés de lutar por um lugar na equipe, Cicinho reclamou publicamente da postura da Roma, o que lhe rendeu uma multa e um metafórico tapa na cara. Não adiantava reclamar.

No mercado de inverno da temporada passada, optou pela alternativa de muitos brasileiros mal-sucedidos na Europa: o retorno à terra natal. Surgiu o São Paulo, clube pelo qual foi campeão da Libertadores e Mundial em 2005, e, em fevereiro, acertou seu empréstimo. E o lateral, que afirmava se sentir em casa, reclamou outra vez. Cicinho precisou de poucas semanas para criticar Ricardo Gomes, e ser prensado outra vez – agora por Juvenal Juvêncio. A novidade veio ontem: o lateral, expressando sua vontade de permanecer no clube paulista – onde, vale dizer, até o momento não se firmou -, decidiu protestar novamente. Segundo Cicinho, Ranieri não gosta de brasileiros.

Júlio Sérgio foi apresentado à Europa com Claudio Ranieri, e Juan fez sua melhor temporada com o técnico romano. Se Doni e Júlio Baptista ficaram abaixo do esperado, o mesmo treinador foi atrás de Fábio Simplício e Adriano, que defenderão a Roma na próxima temporada. Além de totalmente ilógica, a reclamação de Cicinho beira o patético, e só expõe sua tendência de jogar a culpa no próximo, sem se preocupar com o próprio futebol. Como disse Leonardo Bertozzi, cara-de-pau é pouco.

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2 comentários

  • Nossa. Única expressão cabível diante dessa declaração sem nexo do Cicinho. Os argumentos a favor de Ranieri, você mesmo já deu, Ribeirete, é só ver as contratações e a quantidade de brasileiros no elenco da giallorossa. E enquanto ele continuar assim e tivermos Maicon e Daniel Alves, a lateral direita da canarinho ele não vê tão cedo.

  • É ridícula a decadência desse cara. De reserva imediato do Cafu, aclamado e festejado como futuro camisa 2 da Seleção Brasileira a reserva imediato de um volante improvisado na lateral, no São Paulo FC.

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