Serie A

Parada de Inverno: Genoa

Ranocchia: até quando neva, o defensor não dá folga para os atacantes. Sua venda para a Inter deverá ajudar o time a se reforçar em várias posições (Getty Images)

Campanha
11ª posição. 16 jogos, 21 pontos. 6 vitórias, 3 empates, 7 derrotas. 13 gols marcados, 15 sofridos.
Maior sequência de vitórias: 2, 11ª e 12ª rodadas.
Maior sequência de derrotas: 2, 9ª e 10ª rodadas.
Maior sequência de invencibilidade: 2, 11ª e 12ª rodadas; 14ª e 15ª rodadas.
Maior sequência sem vencer: 4, da 2ª à 5ª rodada.
Artilheiro: Luca Toni, 3 gols.
Fair play: 32 cartões amarelos, 1 vermelho.

Time-base
Eduardo; Rafinha, Dainelli, Ranocchia, Criscito; Rossi, Milanetto, Miguel Veloso; Kharja; Mesto (Rudolf), Toni.

Treinador
Gian Piero Gasperini, até a 10ª rodada. Davide Ballardini, a partir da 11ª rodada. A cega insistência de Gasperini no módulo 3-4-3 não trouxe resultados satisfatórios para os quase 40 milhões de euros investidos pelo presidente Enrico Preziosi na busca de uma vaga em competições europeias. A iminente demissão do treinador que há mais tempo dirigia um clube na Itália (quatro anos e meio) tem sido positiva para o Genoa. Ballardini abdicou do 3-4-3 e tenta readaptar os jogadores a novos esquema táticos (experimentou o 4-3-3, mas tem privilegiado o 4-3-1-2), mas tem encontrado dificuldades, devido às características de alguns jogadores, que jogam pelos lados do campo. Preocupa, ainda, o mau desempenho em casa: o caldeirão do Marassi não tem funcionado positivamente, os jogadores tem sentido a pressão da torcida e o time já tropeçou cinco vezes em casa – duas só com o novo treinador. O trabalho de Ballardini é árduo: qual a medida para não rachar o elenco com a exclusão de alguns jogadores que não servem a seu esquema ou readaptá-lo? E, ainda, como garantir a estabilidade da equipe?

Destaque
Andrea Ranocchia. Após duas ótimas temporadas no Bari, o zagueiro retornou a Gênova com a certeza de que jogaria na Inter um dia. Negociado com os nerazzurri em copropriedade em julho, permaneceu no Marassi e foi titular em todos os jogos da campanha rossoblù, ajudando a defesa a se tornar a quarta menos vazada do torneio. Depois de sua estabilidade ajudar a resolver os problemas defensivos que assolaram o time na última temporada, a Inter deve tê-lo já em janeiro, para substituir Samuel, que só voltará no próximo campeonato. Destaca-se ainda a onipresença de Criscito, que esteve em campo durante todos os minutos jogados na temporada e, como tem se afirmado cada vez mais como um dos líderes do time, ao lado de Rossi, deve ficar, mesmo com o interesse de Bayern e Zenit.

Decepção
Luca Toni. O péssimo desempenho do ataque do time é o grande ponto negativo do Genoa já há algum tempo: desde a última temporada a equipe não tem um matador e, nesta temporada, o ataque só não tem números piores que os de Bari, Cesena e Brescia, que lutam contra o rebaixamento. Toni foi contratado para suprir esta carência, mas marcou apenas três gols, o que revela também os riscos de sua contratação após um ano não tão brilhante por Bayern e Roma. Outro jogador que merece destaque negativo é o goleiro Eduardo, contratado após ótima temporada pelo Braga e uma Copa do Mundo acima da média por Portugal. Sorte dos grifoni que a linha de defesa vem bem: o bracarense não passa segurança e tem falhado demais, o que já faz o clube procurar por substitutos – fala-se em Marchetti, encostado no Cagliari. Quem também decepciona é Palladino, jogador de inegável capacidade técnica, mas que não consegue se firmar, seja por irregularidade ou por lesões. O toscano deve ser negociado com o Parma, juntamente com Modesto, em troca de Paloschi e Antonelli.

Perspectiva
Vaga na Liga Europa. Apesar de toda a desorganização tática e do ataque improdutivo, ainda dá para o Genoa conquistar o objetivo mínimo de chegar a uma competição europeia nesta temporada. Para isso, a recuperação de alguns lesionados será fundamental: Jankovic e Chico retornaram na reta final de 2010 e devem adicionar mais profundidade ao elenco, assim como Palacio, que retornará em janeiro. Outro que deve voltar é Sculli, ídolo da torcida e que deve dar mais alma ao time, sobretudo nos jogos em casa. Com as iminentes saídas de Ranocchia, Palladino e Modesto e as chegadas de Paloschi e Antonelli, o time vai se ajustando a Ballardini e a uma defesa com quatro jogadores. A saída de Ranocchia deve dar mais espaço a Kaladze e a Moretti, além de possibilitar a chegada de Antonelli (lateral esquerdo que pode ser titular, caso Criscito vá para o centro da zaga ou uma opção a mais ao time) e Paloschi, o vice-Toni. A se definir ainda se o atacante Hallenius, autor de um dos gols mais bonitos do ano e contratado em setembro junto ao Hammarby, será incorporado ao time agora. O mercado permanecerá ativo: o presidente Preziosi promete contratar pelo menos mais um meia – ou Biagianti (Catania) ou o eslovaco Kucka (Sparta Praga), que disputou a Copa do Mundo.

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