Serie A

Parada de inverno: Lecce

Chevantón: sem camisa, sem calma e sem futebol (Getty Images)

Campanha
19ª posição. 17 jogos, 15 pontos. 4 vitórias, 3 empates, 10 derrotas. 16 gols marcados, 34 sofridos.
Maior sequência de vitórias: –
Maior sequência de derrotas: 4, da 11ª à 14ª rodada.
Maior sequência de invencibilidade: 3, da 4ª à 6ª rodada.
Maior sequência sem vencer: 7, da 9ª à 15ª rodada.
Artilheiro: David Di Michele, 4 gols.
Fair play: 38 cartões amarelos, 4 vermelhos.

Time-base
Rosati; Rispoli (Donati), Gustavo, Fabiano, Giuliatto; Vives (Munari), Giacomazzi, Mesbah; Olivera, Piatti (Grossmüller); Di Michele.

Treinador
Luigi De Canio. Se a ideia era contar com um ataque perigoso, De Canio logo se decepcionou. Corvia continua não correspondendo, enquanto Chevantón sequer apareceu e Ofere não emplacou. Por conta disso, o treinador acabou recuando um de seus atacantes, e hoje reveza entre o 4-4-1-1 e o 4-3-2-1. De Canio tem o mérito de montar uma boa linha de volantes, mas que não pode fazer muito em frente à defesa fraquíssima. Reginiussen sequer entrou em campo, enquanto Sini mal o fez. Donati só começou a ganhar espaço recentemente numa linha defensiva desprovida de qualquer regularidade e entrosamento. Esses são os pontos (negativos) que mais chamam atenção na montagem de De Canio.

Destaque
David Di Michele. Apesar dos 34 anos, ele ainda é perigoso. Depois de ajudar o clube na reta final da campanha que levou o Lecce à divisão de elite, Di Michele assumiu mais responsabilidades. Experiente, o atacante é figura carimbada na Serie A, sendo quem finaliza a grande maioria das jogadas da equipe. Num time que carece de qualidade em todos os setores, o atacante – que já vestiu a camisa da seleção italiana -, faz a sua parte. Dotado de técnica acima da média e conservando certa agilidade, Di Michele é motivo de segurança para um Lecce bastante inconfiável. Quem também apareceu foi Ignacio Piatti, cada vez mais titular, mesmo após início discreto.

Decepção
Javier Chevantón. Até o momento, nada do ídolo se sobressair. A decadência é nítida na carreira do uruguaio, que há anos não firma uma boa sequência. Se voltar ao clube em que se consagrou deu ânimo aos torcedores, esse primeiro turno serviu para desconsolá-los. Não bastasse o início prejudicado por lesão, Chevantón, em uma de suas quatro partidas na Serie A, agrediu Ziegler, xingou o árbitro e ainda atirou a camisa em sua direção. Como resultado, levou um gancho de cinco jogos e ficou ainda mais distante de se redimir. O atacante ainda não marcou nessa Serie A, e hoje não é mais titular de um time que busca se virar com Di Michele lá na frente.

Perspectiva
Permanência na Serie A. Para isso, é preciso, antes de mais nada, ajeitar a defesa. Disparado na condição de pior do campeonato (foram 34 gols sofridos; a segunda pior levou 26), o Lecce depende de um conserto urgente para ter condições de pensar mais alto. O meio-campo tem peças aproveitáveis: Giacomazzi ainda é o porto seguro da equipe, enquanto Mesbah toma conta de qualquer articulação ofensiva, sendo o atleta mais participativo do elenco. No ataque as coisas dependem de Di Michele, embora Olivera tenha alguns lampejos de grande jogador. Com certo potencial e bastante experiência, ficar na divisão máxima não é uma meta absurda para o Lecce, e sim questão de detalhes. O potencial, contudo, é limitado, e em nada pode ajudar se continuar adormecido numa experiência que também pode ser só velhice.

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