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A raça de Diego Simeone conquistou as torcidas de Inter e Lazio

Natural de Buenos Aires e torcedor racinguista, Diego Pablo Simeone não começou a carreira no clube do coração, mas sim no Vélez Sarsfield, clube da própria capital. Conhecido como “El Cholo”, o raçudo volante argentino fez sucesso na Espanha, mas também na Itália, onde vestiu as camisas de Pisa, Inter e Lazio. Só no futebol do Belpaese, ele conquistou cinco títulos. Simeone, além de vencedor, não se resumia à raça: também era forte nos cabeceios, chutava muito bem, executava bons passes e era um marcador implacável.

No Vélez, Simeone iniciou a carreira aos 17 anos iniciou a carreira e logo na temporada de estreia fez 28 partidas. A velocidade impressionante com que alcançou o sucesso, o levou à Europa muito cedo, através do Pisa do presidente Romeo Anconetani, em 1990. Antes de contratar Simeone, o mesmo mandatário já havia levando Dunga ao clube da Toscana. Porém, a primeira aventura do argentino na Bota não teve bons frutos: sua temporada de estreia foi a última do Pisa na Serie A, já que o time caiu para a série cadetta e Simeone disputou a segunda divisão pela primeira vez em sua carreira.

Durante esse período, no entanto, Simeone, que já fazia parte da seleção argetina desde os 18 anos, conquistou seus três títulos junto à albiceleste: duas Copa América e uma Copa das Confederações. Com a Argentina ele ainda disputou três Copas (1994, 1998 e 2002), mas em todas elas a albiceleste ficou devendo. Atualmente, Simeone é um dos três jogadores que mais vestiram a camisa da seleção argentina, com 106 presenças.

O Pisa foi a porta de entrada de Simeone para o futebol italiano (imago)

Em 1992, depois de o Pisa não conseguir retornar à elite, Simeone foi vendido para a Espanha, onde primeiro atuou por dois anos no Sevilla e depois ficou três temporadas no Atlético de Madrid. “El Cholo” se tornou um ídolo colchonero, pois participou da histórica equipe rojiblanca de 1995-96, que venceu a Copa del Rey e La Liga. Depois do período na Espanha, Simeone voltou a chamar a atenção dos italianos, por seu estilo de jogo extremamente adaptável ao futebol tático da Bota.

A volta ao futebol italiano teve mais pompa e o argentino chegou à Inter junto com Ronaldo, o melhor do mundo à época. A temporada foi muito boa: os nerazzurri perderam o título da Serie A nas últimas rodadas para a Juventus, mas conquistaram a Copa da Uefa sobre a Lazio, vencendo a final por 3 a 0. Simeone deu lançamento primoroso para o gol inaugural da partida, anotado pelo chileno Zamorano. Seu primeiro ano com a Inter também reservou protagonismo no Derby della Madonnina disputado 22 de março de 1998. “El Cholo” anotou dois tentos na vitória interista por 3 a 0 sobre o Milan, o que lhe reservou um lugar cativo na memória dos torcedores.

Após mais um ano com a Inter, o argentino se transferiu para a capital, para jogar na Lazio, clube no alcançou o maior sucesso no futebol italiano. Pelos biancocelesti, enriquecidos pelo dinheiro da Cirio na gestão Sergio Cragnotti, Simeone encontrou muitos atletas que ajudou a derrotar na final da Copa da Uefa dois anos antes. Além da forte base, os laziali haviam contratado Juan Sebastián Verón, outro craque argentino. Os indícios de que seria uma boa temporada sob o comando de Sven-Göran Eriksson, vieram logo na Supercopa europeia, quando a Lazio bateu o Manchester United, por 1 a 0, com gol de Salas.

O argentino não dava folga para os mais habilidosos rivais, como Weah (imago)

O próximo título conquistado teria um significado especial para Simeone: os biancocelesti venceram a Inter na final da Coppa Italia e o argentino marcou o segundo gol da vitória por 2 a 1 sobre seu ex-clube, no Estádio Olimpico de Roma. No segundo jogo em Milão, a igualdade sem gols garantiu o título para a Lazio. A maior conquista de Simeone com a equipe capitolina foi a Serie A em 2000. O scudetto veio na última rodada e foi conquistado com apenas um ponto de vantagem sobre a vice-campeã Juventus. Na campanha, “El Cholo” marcou cinco gols, sendo muito importante para a equipe. A temporada seguinte se iniciou com a conquista da Supercoppa italiana, mais uma vez sobre a Inter.

A Lazio perdeu fôlego nos anos seguintes depois que a bolha de investimento da Cirio estourou, mas em sua última temporada na Itália, Simeone conseguiu anotar seis tentos na Serie A e participou da boa campanha laziale na Copa Uefa, que acabou na derrota para o Porto na semifinal. Ele deixou a Lazio para encerrar a carreira europeia ao retornar para o Atlético de Madrid, onde passou dois anos até retornar para a Argentina.

Em seu país, ele finalmente realizou o sonho de defender La Academia. Depois de jogar pelo Racing por aproximadamente uma temporada, “El Cholo” deixou os gramados e iniciou o trabalho como técnico na equipe do coração. Logo passou para o Estudiantes, onde venceu o Apertura de 2006 – o primeiro título pincha em 23 anos –, depois comandou o River Plate, que venceu o Clausura de 2008 e por fim chegou ao San Lorenzo, onde encerrou seu trabalho em 2010.

Depois de passar pela Inter, Cholo dirigiu o meio-campo da Lazio (Allsport)

Simeone voltou à Itália em 2011, com o desafio de livrar o Catania do rebaixamento. Conseguiu, e ainda por cima levou os sicilianos ao recorde de pontos em uma única temporada. El Cholo rescindiu o contrato ao final da temporada e retornou ao Racing, onde fez um ótimo trabalho outra vez.

Depois de dissabores com a diretoria, chegou ao Atlético de Madrid em dezembro de 2011. A partir de então, conduziu a equipe a uma fase mágica, com títulos da Liga Europa, da Supercopa Europeia, Copa do Rei, Supercopa Espanhola, e o mais importante: o Campeonato Espanhol. O argentino, um dos técnicos mais prestigiados do mundo ultimamente, também levou os colchoneros à final da Liga dos Campeões, perdida para o Real Madrid na prorrogação.

*Atualizado em 2015.

Diego Simeone
Nascimento: 28 de abril de 1970, em Buenos Aires, Argentina
Posição: volante
Clubes como jogador: Vélez Sarsfield (1987-90), Pisa (1990-92), Sevilla (1992-94), Atlético de Madrid (1994-97 e 2003-05), Inter (1997-99), Lazio (1999-2003) e Racing (2005-06)
Clubes como treinador: Racing (2006 e 2011), Estudiantes (2006-07), River Plate (2008), San Lorenzo (2009-10), Catania (2011) e Atlético de Madrid (2011-hoje)
Títulos como jogador: Campeonato Espanhol (1995-96), Copa del Rey (1995-96), Copa da Uefa (1997-98), Supercopa da Uefa (1999), Serie A (1999-00), Coppa Italia (1999-00), Supercoppa Italiana (2000), 2 Copas América (1991 e 1993) e Copa das Confederações (1992)
Títulos como treinador: Apertura (2006) e Clausura (2008), Liga Europa (2011-12), Supercopa Europeia (2012), Copa do Rei (2012-13), La Liga (2013-14) e Supercopa Espanhola (2014)
Seleção argentina: 106 jogos e 11 gols

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