Stankovic marcou um golaço que deixou a Inter em boa situação na Coppa Italia, a última chance de título na atual temporada (Associated Press)
Em jogo, a salvação de uma temporada abaixo das expectativas. Roma e Inter têm muito pouco o que fazer na Serie A, onde apenas buscam manter as atuais colocações para que possam disputar as competições europeias na temporada seguinte. Com isso, as duas equipes entraram com quase todos os titulares, à exceção de Totti, suspenso, e de Eto’o, machucado. Muito pelo mau momento dos dois lados, a torcida não se interessou pela partida de ida das semifinais da Coppa Italia e o resultado foi muito espaço nas arquibancadas do Estádio Olímpico, na capital italiana.
Montella armou os giallorossi no já tradicional 4-2-3-1, com Borriello exercendo o papel de centroavante. A Inter veio diferente, no 4-3-1-2, tendo Milito e Pandev combinando no ataque e Sneijder executando a função de trequartista. Porém, o macedônio não ficava espetado no frente e ajudava na marcação. Mesmo jogando no Olímpico de Roma, foram os nerazzurri que começaram dominando o jogo e, logo aos dois minutos, tiveram gol anulado de Stankovic por falta sobre Juan. O que faltava para a Inter era profundidade, pois Sneijder, seu principal armador, era muito acionado, mas não dava continuidade as jogadas, errando muitos passes.
Os donos da casa responderam equilibrando a posse de bola e com a dupla Borriello e Vucinic. O montenegrino acabou emulando seu pior momento na partida de sábado contra o Palermo e perdeu uma chance incrível, livre na pequena área e com Júlio César já batido. Vucinic, inclusive, continuou assim durante toda a partida e, totalmente desligado do jogo, foi, de longe, o pior romanista em campo. O primeiro tempo acabaria 0 a 0, não fosse por uma jogada iniciada por Cambiasso, que deu bom passe para Stankovic dominar e acertar belo chute de três dedos no ângulo direito de Doni.
Com o placar favorável, os visitantes optaram pela manutenção da posse de bola e foram pouco incomodados pelos giallorossi nessa estratégia. A passividade da equipe capitolina permitiu o crescimento da Inter no jogo. Sneijder seguiu sendo muito acionado, mas passou a acertar mais passes e criar espaço para seus próprios arremates, quando a Beneamata jogava no contra-ataque. Os nerazzurri seguiram com o jogo lento e de muitas trocas de bola até o fim, enquanto a Roma só tentou algo diferente quando acordou para o jogo e já não tinha Borriello, que saíra lesionado. Menez entrou mal no jogo e Vucinic estava fora de sintonia, facilitando a vida da Inter: as bolas cruzadas na área interista foram bem rebatidas pela defesa, que teve em Lúcio um porto seguro.
A vantagem para a segunda partida foi o prêmio para o time que mesmo jogando fora de casa buscou mais a vitória. No Giuseppe Meazza é pouco provável a reversão do placar, portanto a Roma deve focar ainda mais na Serie A, onde sua vaga na Liga Europa 2011-12 é fortemente ameaçada pela Juventus. A Inter também não tem posição confortável na competição e enxerga a Lazio muito próxima, mas a vitória em Roma certamente devolve um pouco de moral à equipe, fundamental neste momento, em que a manutenção do terceiro posto é fundamental para evitar uma pré-temporada mais curta e um desgaste físico ainda maior dos jogadores.