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Enzo Francescoli, príncipe no Uruguai e majestade na Sardenha

Fisicamente muito parecido com Sylvester Stallone, Enzo Francescoli fez história nos anos 80 e 90, mas ao contrário do ator, jamais se destacou pela força. Com bom repertório de dribles, facilidade para trocar passes e instinto artilheiro, o uruguaio foi um dos atacantes mais completos de sua época. Por ser muito habilidoso, muitas vezes, “El Principe” acabou sendo recuado para jogar como meia e também deu conta do recado. Além disso, Francescoli também era especialista em cobranças de falta e era bom cabeceador.

Desde pequeno, Enzo Francescoli foi torcedor do Peñarol, mas em seus 14 anos de carreira jamais realizou seu sonho de defender o carbonero. Em seu país natal, “El Principe” só defendeu o Montevidéu Wanderers, de onde partiu para o River. Sua contratação chegou a ser questionada, mas logo na primeira temporada com os millonarios, chegou à seleção uruguaia, mostrando todas as suas qualidades. Pela celeste olímpica, “El Maestro” venceu a Copa América, marcando uma vez na final, vencida contra o Brasil.

Antes de se transferir para a Europa, Francescoli ganhou e foi artilheiro de um Campeonato Argentino, com 25 gols. A porta de entrada no continente foi a França, através do Racing Club de Paris. Em 1987, Francescoli adicionou outra Copa América a seu currículo. Após três anos na capital francesa, o uruguaio se transferiu para o Olympique de Mareseille, onde virou ídolo. Jogando apenas uma temporada, “El Principe” encantou os torcedores do OM. Um deles era especial: Zidane, que diz ter se inspirado no estilo de jogo do uruguaio e homenageou o ídolo ao nomear seu primogênito como Enzo. Em Marselha, ele venceu o Campeonato Francês, marcando 11 vezes.

Francescoli foi o grande nome do Cagliari em temporadas inesquecíveis (imago)

O único ano em Marselha fez o uruguaio ficar marcado na história do clube. De lá, Francescoli parte para a sua segunda Copa, na Itália e após os uruguaios terem caído para a Itália, nas oitavas, no Mundial, o camisa dez celeste em 1990 acabou ficando no Belpaese. O destino foi a Sardenha, para defender o Cagliari, que tinha acabado de retornar para a Serie A, com Claudio Ranieri no comando, e também contratou seus compatriotas Daniel Fonseca e José Herrera.

Em seus dois primeiros anos no time rossoblù, Francescoli, já mais experiente, começa a se reinventar: joga mais recuado, como trequartista, e assume o posto de craque do time. Nos dois anos, ajudou a equipe a somar, em ambas s temporadas, 29 pontos, suficientes para livrá-la do rebaixamento. Em seu último ano no Cagliari, com Carlo Mazzone, o time cresceu e terminou na sexta colocação, que valia vaga na Copa Uefa. O uruguaio marcou sete vezes na Serie A – seu maior número jogando na Itália.

O príncipe Enzo diante de seu compatriota, o interista Rubén Sosa (Arquivo/Cagliari Calcio)

Francescoli, no entanto, não viveria a segunda parte do renascimento do Cagliari na década de 90. Ao final do campeonato, o uruguaio se transferiu para o Torino, campeão da Coppa Italia na última temporada e vice-campeão da Copa Uefa na anterior. Pela equipe granata, foi vice-campeão da Supercopa italiana e chegou às semifinais da Coppa Italia, atuando como titular na campanha que levou o Toro ao oitavo posto na Serie A. Ao final da temporada, o uruguaio voltou ao River Plate. Voltar a vestir a camisa branca e vermelha fez bem à Francescoli: o River conquista o Apertura de forma invicta, e El Principe, com 12 gols, foi o artilheiro do torneio.

Com a taça na bagagem, ele foi defender e conquistar com a sua seleção mais uma Copa América. Desta vez, jogando em casa e, novamente, derrotando o Brasil na final. Porém, o grande ano da carreira ainda estava por vir. Em 1996, além de mais um Apertura, onde novamente marcou 12 vezes, veio a tão sonhada conquista continental: uma campanha quase perfeita na Libertadores, com apenas duas derrotas, deu a taça para o capitão Francescoli e seus companheiros, entre eles, o à época jovem, Crespo, que faria história no futebol italiano.

O segundo e último clube do uruguaio na Itália foi o Torino (Tumblr)

Antes de se aposentar, o uruguaio ainda conquistou mais um Apertura, um Clausura e a Supercopa sul-americana. Títulos que o deixam para sempre na história dos millonarios. A adimiração da torcida do River Plate por “El Principe Millonario”, pode ser medida pela sua despedida, que emocionou o Monumental de Núñez.

Enzo Francescoli
Nascimento: 12 de novembro de 1961, em Montevidéu, Uruguai
Posição: Meia-atacante
Clubes como jogador: Montevidéu Wanderers (1980-82), River Plate (1983-86 e 1994-97), Racing Club Paris (1986-89), Olympique de Marseille (1989-90), Cagliari (1990-93) e Torino (1993-94).
Títulos: Copa América (1983, 1987 e 1995), Campeonato Argentino (1985-86), Apertura (1994, 1996 e 1997), Clausura (1997), Campeonato Francês (1989-90), Taça Libertadores (1996) e Supercopa sul-americana (1997)
Seleção uruguaia: 73 partidas e 17 gols

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