Serie A

16ª rodada: Agora vai?

A Roma de Luis Enrique venceu o Napoli e teve outro bom resultado contra uma equipe que briga por grandes objetivos na Serie A. Agora vai? (Getty Images)

Não faltaram emoções na 16ª rodada da Serie A. Além de jogos cheios de gols e viradas, como Fiorentina 2-2 Atalanta, Lazio 2-2 Udinese e Parma 3-3 Lecce, o futebol bem jogado foi a tônica da rodada, que teve média de 3 gols por jogo. Grande parte dos jogos disputados tiveram em campo equipes interessadas na vitória até o final. Prova disso é que todos os empates da rodada foram cheios de gols e sua definição aconteceu apenas nos minutos finais dos jogos – em Florença e Parma, nos cinco minutos que antecederam o apito final. Porém, o destaque do domingo ficou por conta da Roma, que venceu em Nápoles e, depois de duas partidas positivas, pode iniciar uma sequência positiva. Agora vai, Luis Enrique?

Napoli 1-3 Roma

“Vitória dedicada a Luis Enrique”. Foi assim que Totti definiu o feito romanista no dérbi do Sol. Palavras que só confirmam que, ao contrário do que se afirmou bastante nos últimos meses, o grupo está fechado. Em campo, a bem da verdade, apesar dos méritos do treinador em colocar a Roma para jogar para frente, a equipe contou com dois gols de sorte para definir o jogo: o primeiro saiu aos dois minutos, quando Lamela fez boa jogada pela esquerda e De Sanctis falhou feio ao agarrar a bola e fez contra; o segundo, no finalzinho, quando o Napoli reagia, e o chute de Simplício acabou desviado pela defesa. Sem contar que o gol de Osvaldo, após ótimo cruzamento de Totti, aconteceu graças a desatenção monstruosa de Campagnaro. De qualquer forma, errar tanto paga, e a Roma se mostrou mais compacta em campo do que os partenopei, tendo merecido a vitória e, possivelmente, iniciando uma sequência de jogos positiva, depois das boas performances nas últimas duas rodadas. Agora, as duas equipes estão empatadas com 21 pontos, próximas da zona de classificação para a Liga Europa. Para os próximos jogos, o Napoli contará com o desfalque de Lavezzi, que se lesionou e ficará parado por um mês.

Lazio 2-2 Udinese

Hernanes e Di Natale ficaram no banco, por opção dos técnicos, que pouparam os jogadores para os jogos de quarta (no caso do brasileiro, pela má fase também), mas o espetáculo não ficou longe do Olímpico. Em uma partida aberta movimentadíssima, os dois times mostraram porque estão na parte alta da tabela. No primeiro tempo, um gol para cada lado: a Udinese saiu na frente com Floro Flores, de cabeça, e a Lazio empatou pouco antes do intervalo, com chute forte de Lulic, que não tem feito o time sentir falta de Mauri e Hernanes. No segundo tempo, a Lazio logo virou o jogo, com Klose, que chegou aos nove gols na Serie A. Lulic, melhor em campo, participou da jogada e continuava impossível, até que a entrada de Abdi e Di Natale, na Udinese, fizeram a equipe visitante sair do 3-5-1-1 e passar para o 4-4-2, segurando-o mais no campo de defesa. Com mais volume no meio-campo, em um contra-ataque Di Natale passou para que Pinzi empatasse o jogaço, aos 28. Até o minuto final, s equipes se agrediram e criaram muito, mas, como o gol não saía, venceu apenas o futebol. Para o jogo contra a Juventus, nesta quarta, a Udinese terá um grande desfalque: não poderá contar com Benatia, suspenso.

Juventus 2-0 Novara

Três duas antes da partida em Údine, contra a Udinese, Antonio Conte preferiu fazer com que boa parte do seu time titular repousasse para o jogo mais importante da semana. Frente ao fraco Novara, no dérbi do Piemonte (que não acontecia há há 56 anos), a Juve se impôs rapidamente e jogou o suficiente para manter a liderança. Logo nos primeiros minutos, Pepe completou um cruzamento de De Ceglie e tranquilizou o time, que administrou o jogo e não marcou mais no primeiro tempo por detalhes. Del Piero quase deixou o seu, mas a verdadeira festa foi feita por Quagliarella, que voltou a marcar depois de um ano sem balançar as redes, já que sofreu uma gravíssima lesão. O jogador, que mira a seleção italiana, pode ser importante para o time daqui para frente, já que além de marcar gols, oferece uma alternativa de velocidade ao setor. Atrás, Buffon continua uma garantia e, quando o fraco ataque do Novara teve chances, estava lá para garantir mais uma vitória para manter a invencibilidade bianconera.

Cesena 0-1 Inter

Quer espetáculo, vai ver o Barcelona. Um pouco brincando, um pouco enfático, Claudio Ranieri reconheceu, após a vitória em Cesena, que esta Inter precisa apenas ser eficiente. No Dino Manuzzi, o que se viu foi a Inter dos últimos tempos: pouco criativa, mas bem postada defensivamente. Nem mesmo a canseira provocada por Candreva e Éder desestruturaram a zaga nerazzurra: quando passavam por Ranocchia, o que mais sofreu na caça aos atacantes cesenáticos, Lucio ou Maicon estavam atentos. E mesmo quando ninguém conseguia evitar o perigo, Júlio César aparecia para resolver, como quando Ghezzal chutou à queima-roupa. A Inter chegou, agora, a três jogos sem sofrer um gol na competição – e à terceira vitória consecutiva, o que não acontecia desde que Leonardo treinava a equipe. No ataque, se Pazzini e Milito continuam longe dos seus melhores dias, quem resolve é quem vem de trás: Nagatomo, autor de gols decisivos nos últimos dois jogos, quase marcou contra sua ex-equipe no primeiro tempo, mas foi Ranocchia quem decidiu a partida na segunda etapa, antecipando-se a Antonioli e completando para o gol um cruzamento de Maicon.

Catania 2-0 Palermo

Jogar fora de casa continua sendo o grande problema do Palermo. Nem mesmo no dérbi siciliano, quando a rivalidade poderia incentivar os rosanero a ir para cima do adversário, o time ofereceu resistência. A defesa (desta vez com Balzaretti como lateral direito e Mantovani do lado oposto) foi mal mais uma vez e, não fossem as defesas de Benussi, o Catania poderia ter goleado. O meio-campo foi inteiramente dominado pelos etnei, graças ás excelentes prestações de Almirón, Lodi e Barrientos. O gol de Lodi, em belíssima cobrança de falta, demorou a sair e, quando aconteceu, o Palermo sucumbiu de vez. Maxi López, que sofreu pênalti e converteu a cobrança que definiu o placar, saiu emocionado de campo, naquela que pode ter sido sua última partida pelo clube no Angelo Massimino: está negociando com o Milan. No Palermo, mais um jogo sem marcar fora de casa e um recorde negativo levaram Maurizio Zamparini a demitir Devis Mangia e contratar Bortolo Mutti, que será o quinto treinador do time em um ano. Do lado azul e vermelho da Sicília, o jovem Montella faz excelente trabalho e coloca o Catania um ponto acima do Palermo, na oitava colocação.

Genoa 2-1 Bologna

Quis o destino que, contra o Bologna, onde fez um dos melhores trabalhos de sua carreira, Alberto Malesani comemorasse sua centésima vitória na Serie A. Em um dos melhores jogos da rodada, não faltaram boas oportunidades para os dois times, na aberta partida do Marassi, mas o que acabou decidindo foi o melhor elenco do time da casa e a sorte, quando Di Vaio acertou a trave no momento em que o jogo estava empatado. Se a torcida do Genoa se ressentia da boa atuação dos seus atacantes, pode ter um pouco de alívio: Zé Eduardo pareceu mais ligado no jogo e participou bem da jogada do primeiro gol, enquanto Pratto foi o melhor em campo, além de ter feito um gol e dado uma assistência. O Bologna pelo menos saiu do estádio de cabeça erguida: o esquema 4-3-2-1 de Pioli continua funcionando bem, embora Diamanti tenha jogado pouco em relação a Ramírez e Di Vaio, que fizeram boa partida. Falta somar mais pontos para abrir uma distância considerável da zona da degola.

Parma 3-3 Lecce

A partida mais emocionante da rodada, porém, foi disputada no Ennio Tardini. Depois de um primeiro tempo dominado inteiramente pela equipe da casa, que fez 1 a 0 graças a cobrança de pênalti de Floccari, o Lecce deixou a letargia da primeira etapa e voltou para o segundo tempo com uma postura diferente. O time não tinha chutado uma única bola no gol, mas virou o jogo em três minutos, com uma doppietta de Di Michele – o segundo, de meia-bicicleta. Faltando menos de 15 minutos para o fim, a equipe de Serse Cosmi ainda marcou o terceiro, com Cuadrado, e parecia respirar na briga pela permanência. Porém, o Parma se deu conta de que a defesa giallorossa é a pior do campeonato (26 gols sofridos) e partiu para cima. Aproveitando um erro incrível do jovem goleiro Gabrielli (substituto de Júlio Sérgio, que saiu lesionado), diminuiu com Pellè, e com desatenção da defesa, empatou nos acréscimos com Galloppa. O Lecce pode comemorar minimamente por causa das ótimas partidas de Di Michele e dos jovens Cuadrado e Muriel, que podem ajudar o time a ficar na Serie A. Melhor ainda para a Udinese, que é dona dos direitos dos dois últimos e, caso continuem evoluindo, pode ter alegrias (e lucros) futuramente com ambos.

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Seleção da 16ª rodada

Júlio César (Inter); Sardo (Chievo), Lucio (Inter), Andreolli (Chievo), Lulic (Lazio); Lodi (Catania), Almirón (Catania), Asamoah (Udinese), Lamela (Roma); Pratto (Genoa), Di Michele (Lecce). Técnico: Vincenzo Montella (Catania).

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