Serie A

Acabou

Um dos nomes do jogo, Milito marcou dois e deu fim à série de 49 jogos de invencibilidade da Juve (Corriere dello Sport)

Depois de pouco mais de um ano e cinco meses, acabou a invencibilidade da Juventus na Serie A. Foram 49 jogos seguidos, entre as temporadas 2010-11 e a atual, 2012-13, sem uma derrota sequer. Desde 15 de maio de 2011, quando perdeu para o Parma, a equipe de Turim não perdia um jogo. Acabou sendo derrotada, há pouco, neste sábado, pela sua grande rival em solo nacional, a Inter, no Derby d’Italia.

Com dois gols de Milito e um de Palacio, em um jogo cheio de erros de arbitragem, os milaneses viraram e deram fim à grande sequência juventina, segunda maior na história. Apenas o Milan, entre 1991 e 1993, havia ficado mais tempo sem perder: foram 58 jogos. Foi, também, a primeira derrota juventina no seu novo estádio. Agora, a Inter está apenas um ponto atrás da Juve, que ainda lidera o campeonato, com 28 pontos. 

Resta saber como a Velha Senhora reagirá à perda da invencibilidade, uma vez que a Inter encostou e está fulminante fora de casa: venceu todos os jogos em 2012-13. E Andrea Stramaccioni persegue o recorde de vitórias consecutivas estabelecido por Roberto Mancni, em 2007-08. São nove vitórias consecutivas do time atual, contra 13 daquele de Mancio. A Juve tem uma base fortíssima – como lembra Leonardo Bertozzi, dá para escalar o time inteiro na ponta da língua, até o ataque -, mas foi penalizada pela falta de um grande atacante. Dificilmente o time deve ir atrás de um atacante de ponta em janeiro, o que deve reforçar os treinamentos com o intuito de manter o moral coletivo da equipe, com (talentosos) operários.

Neste sábado, a Inter começou mal. Com apenas 18 segundos de jogo, a arbitragem errou e não marcou impedimento de cerca de dois metros de Asamoah. Na sequência do lance, a Juventus abriu o placar, com Vidal. Pouco depois, a Inter teve gol bem anulado, com Palacio. Mas os nerazzurri cresciam no jogo, e apesar de a partida ser bem parelha e a equipe de Milão cometer algumas indecisões defensivas, pareciam mais em posse mental do jogo. A coragem de Stramaccioni, que lançou a Inter no 3-4-3, com seu poder de fogo baseado no tridente ofensivo, rendeu frutos. Curiosamente, a Inter fez um de seus melhores jogos no esquema malfadado que foi implantado por Gian Piero Gasperini, ano passado.

Em campo, após os polêmicos lances de impedimento, Tagliavento continuava a errar, sobretudo no quesito disciplinar. Deixou de expulsar Lichtsteiner e não mostrava critérios definidos para aplicar cartões. O primeiro tempo terminou frustrante, principalmente pela arbitragem. No segundo tempo, a Inter entrou à toda e, com doze minutos, teve um pênalti a seu favor. Uma ótima jogada de Nagatomo resultou em falta e, após mais uma jogada ensaiada por Stramaccioni, obcecado por treinamento de bolas paradas, Marchisio puxou Milito. O argentino converteu o primeiro, que abalou a Juventus.

Sem Vucinic, que saiu lesionado, e com Bendtner, a Juventus pouco levou perigo. A saída de Lichtsteiner ainda no primeiro tempo, por precaução, fez com que a Juve caísse ofensivamente. Pirlo aparecia pouco, Vidal e Marchisio não estavam nos seus melhores dias, e apenas Giovinco tentava alguma coisa, frente a uma defesa da Inter que se postava bem. Nas laterais, Nagatomo e Zanetti faziam partida decisiva, contendo os avanços dos alas bianconeri e, principalmente o japonês, criava problemas para a zaga juventina.

Depois do empate, e da entrada de Guarín no lugar de Cassano, a partida se decidiu. Enquanto Pogba, em grande fase, esquentava o banco, a Inter ganhava o meio-campo. E, em bela jogada do colombiano, virou o jogo. Guarín aproveitou erro de Vidal, avançou e soltou a bomba. Buffon não segurou e Milito, desmarcado, aproveitou o rebote.

A virada detonou a Juventus, psicologicamente. A equipe teve duas chances apenas porque a Inter errou em duas saídas de bola, com Gargano e Juan. Nessas ocasiões, Bendtner (que nada fez, além disso) e Quagliarella, que entrou com raça, quase empataram. Mas, em contra-ataque puxado mais uma vez por Guarín, Nagatomo fez a jogada que originou o gol de Palacio. E que colocou, definitivamente, a Inter como principal oponente da Juve na briga pelo título, uma vez que o Napoli, sem Cavani, parece perder forças.

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