Serie A

Parada de inverno, parte 1

Calar os críticos? Vai ser difícil para algumas equipes, como o Genoa de Immobile (AFP)

Publicado também na Trivela.

A Serie A está em recesso até o dia 5 de janeiro, em virtude das
festividades de fim de ano e da parte mais rigorosa do inverno europeu,
mas a coluna não para. Enquanto a bola não rola nos campos da Itália,
trazemos a análise das primeiras 18 rodadas do campeonato e uma projeção
do que pode acontecer nos próximos meses, em um especial dividido em
duas partes, por ordem de classificação na tabela. Fique, agora, com o
que de mais importante marcou a primeira parte do campeonato para as
equipes classificadas entre a 20ª e 11ª colocações.

Siena
20ª posição. 18 jogos, 11 pontos, penalização de 6. 4 vitórias, 5 empates, 9 derrotas. 16 gols marcados, 26 sofridos.
Time-base: Pegolo; Felipe, Neto, Paci; Ângelo, Valiani, Vergassola, Bolzoni, Sestu (Del Grosso); Rosina; Calaiò.
Treinadores: Serse Cosmi, até a 17ª rodada, e Giuseppe Iachini a partir de então
Destaque: Gianluca Pegolo, goleiro
Artilheiro: Emanuele Calaiò, com 4 gols
Garçom: Francesco Valiani, com 4 assistências
Decepção: Zé Eduardo, atacante
Maior sequência de vitórias: 2 jogos, na 4ª e na 5ª rodada
Maior sequência de derrotas: 4, da 15ª à 18ª rodada
Maior sequência de invencibilidade: 4, da 11ª à 14ª rodada
Maior sequência sem vencer: 5, da 6 à 10ª rodadas e da 14 à 18ª rodada
Fair play: 46 cartões amarelos, 3 vermelhos
Expectativa: Não ser rebaixado

O
Siena começaria o campeonato com -6 pontos e ainda fez um mercado
contestável. As expectativas eram as piores possíveis e, embora, a
equipe ocupe a lanterna, com 11 pontos, o trabalho não é ruim. Serse
Cosmi vinha fazendo o que podia, com um elenco extremamente limitado, e
ainda conseguiu somar um bom número de pontos, que seriam suficientes
para deixar os senese fora da zona de rebaixamento, não fosse a punição.
O 3-5-2 do treinador romano era sólido e, com um contra-ataque muito
forte pelos lados do campo, conseguiu dar algumas esperanças para a
torcida, com vitórias importantes sobre Inter, Bologna e Genoa, além de
ajudar a ganhar pontos sobre quase todas as adversárias diretas ao
rebaixamento.

Na defesa, que não é das piores, o goleiro Pegolo
tem feito grande campeonato, e se tivesse a sua frente um ou dois
zagueiros mais gabaritados que os instáveis Paci, Felipe e Neto (e,
pior, no banco, Dellafiore e Contini), teria trabalho ainda mais
facilitado. No ataque, as opções a Calaiò são Zé Eduardo e Bogdani, que
juntos tem apenas 6 gols desde junho de 2011 – não é à toa que a equipe
tem o pior ataque do campeonato em jogos dentro de casa. Sem Cosmi,
demitido de maneira muito injusta, o Siena contará com Giuseppe Iachini,
que dirigiu a equipe apenas na derrota contra o Napoli, na última
rodada de 2012. Para continuar vendendo caro as derrotas, reforçar a
defesa e contratar um reserva à altura do capitão Calaiò será
fundamental. Para tornar a equipe mais atrativa, o novo técnico já
estuda a volta de D’Agostino ao time titular, formando, com Rosina, uma
dupla de jogadores que prometiam muito, mas não chegaram a explodir.
Pode ser suficiente para o Siena reagir e escapar da degola.

Genoa
19ª posição. 18 jogos, 14 pontos. 3 vitórias, 5 empates, 10 derrotas. 18 gols marcados, 30 sofridos.
Time-base: Frey; Sampirisi, Granqvist, Canini, Antonelli (Moretti);
Jankovic, Kucka, Bertolacci (Seymour), Tózser (Vargas); Borriello,
Immobile.
Treinadores: Luigi De Canio, até a 8ª rodada, e Luigi Delneri a partir de então
Destaque: Andreas Granqvist, zagueiro
Artilheiro: Ciro Immobile, com 5 gols
Garçom: Luca Antonelli, com 3 assistências
Decepção: Juan Vargas, meio-campista
Maior sequência de vitórias: –
Maior sequência de derrotas: 6, da 8ª à 13ª rodada
Maior sequência de invencibilidade: 4, da 4ª à 7ª rodada
Maior sequência sem vencer: 9, da 5ª à 13ª rodada
Fair play: 44 cartões amarelos, 1 vermelho
Expectativa: Não ser rebaixado

Quando
o Genoa deu o maior sufoco na Juventus e até ameaçou quebrar a
invencibilidade da Velha Senhora, na 3ª rodada, a impressão é que o time
então treinado por Luigi De Canio tinha ampla margem de evolução e
poderia incomodar. Porém, depois de deixar escapar os três pontos contra
a Juve, a maré virou e a equipe voltou a viver os momentos ruins da
última temporada, quando o risco de rebaixamento permaneceu vivo até a
última rodada. Com a crise, o destemperado presidente Enrico Preziosi
achou por bem demitir De Canio, especialista em fazer bons trabalhos com
material humano limitado, e efetivar Luigi Delneri, que fez grande
trabalho na rival Sampdoria, três anos atrás. Em 10 jogos, o treinador
friulano conseguiu apenas uma vitória, e já corre riscos de ser
demitido. Até o estádio Marassi se tornou hostil e virou adversário: a
equipe sofreu 19 gols em casa e tem apenas uma vitória em seus domínios.

No
final das contas, o Genoa sofre com as consequências de sua grande
desorganização interna e do fato de o clube ser um grande trampolim para
os negócios de Preziosi. Nos últimos cinco anos, o Genoa foi o clube
mais ativo nas janelas de transferências – foram incríveis 359
transações envolvendo, em sua maioria, jogadores que nem vestiram o azul
e vermelho genoano. As quase completas reformulações de elenco e o fato
de nenhum treinador esquentar uma cadeira no banco de reservas desde
Gian Piero Gasperini deixam o ambiente completamente desorganizado e
quase sem perspectivas. Grupos de torcedores já protestaram contra a
política do clube e exigiram que Preziosi venda o clube para
investidores mais interessados em fazer o clube progredir dentro de
campo. Para o presidente, que permanece no cargo, o consolo é que
Bertolacci e Immobile são dois dos jovens mais promissores do país,
estão jogando bem e podem render uma boa grana – assim como o zagueiro
sueco Granqvist, líder de desarmes no campeonato. Independentemente de o
clube voltar para a Serie B, como parece provável, ou não.

Palermo
18ª posição. 18 jogos, 15 pontos. 3 vitórias, 6 empates, 9 derrotas. 15 gols marcados, 27 sofridos.
Time-base: Ujkani; Múñoz, Donati, Von Bergen; Morganella, Barretto, Arévalo Ríos (Kurtic), García; Ilicic, Miccoli, Brienza.
Treinadores: Giuseppe Sannino, até a 3ª rodada, e Gian Piero Gasperini a partir de então
Destaque: Fabrizio Miccoli, atacante
Artilheiro: Fabrizio Miccoli, com 5 gols
Garçom: Franco Brienza, com 5 assistências
Decepção: Samir Ujkani, goleiro
Maior sequência de vitórias: –
Maior sequência de derrotas: 2, quatro vezes
Maior sequência de invencibilidade: 5, da 6ª à 10ª rodada
Maior sequência sem vencer: 5, duas vezes. Da 1ª à 5ª rodada e da 6ª à 11ª rodada
Fair play: 33 cartões amarelos, 6 vermelhos
Expectativa: Não ser rebaixado

A
história do Palermo é muito parecida com a do Genoa, o que mostra como
um ambiente atribulado pode atrapalhar mesmo equipes que tem potencial
para estarem em um lugar mais alto da tabela. Genoveses e palermitanos
tem elencos razoáveis e, no papel, não deveriam esperar uma briga pelo
rebaixamento, mas o acúmulo de desorganização está fazendo o horizonte
mudar. No caso do Palermo, o clube tem entrado menos no mercado e o
presidente Zamparini até se afastou um pouco do dia a dia do clube.
Porém, falta filosofia de futebol: o clube trocou de diretor técnico com
a temporada em andamento e, com apenas três rodadas o planejamento da
pré-temporada havia ido para o lixo. No banco, após três derrotas em
três jogos, saiu o defensivismo de Sannino e entrou o ofensivismo de
Gasperini. Não poderia dar certo.

Gasperini tem feito a equipe
jogar de uma forma muito mais agradável e eficiente que a do seu
antecessor, mas ainda falta consistência. Gasp tem tentado ajustar as
peças que tem em mãos a seu esquema tático e até improvisou o meia
Donati como líbero de seu 3-4-3 – muitas vezes, tem aberto mão de seu
esquema para utilizar um 3-5-2, em virtude das características do
elenco. A falta de consistência se deve, sobretudo, a uma defesa com
peças muito questionáveis, como Múñoz, e também ao inseguro goleiro
Ujkani, que voltou à Sicília com créditos, após boa passagem pelo
Novara, mas tem falhado demais. Os números dizem que o ataque é o menos
efetivo do campeonato, mas Brienza e Miccoli tem distribuído qualidade e
Ilicic voltou a jogar bem – até agora, o maior mérito do treinador, que
achou seu melhor posicionamento em campo, um pouco mais avançado. A
volta de Hernández, machucado, pode ajudar o time, que às vezes se
ressente da falta de um jogador mais de área.

Cagliari
17ª posição. 18 jogos, 16 pontos. 4 vitórias, 4 empates, 10 derrotas. 16 gols marcados, 33 sofridos.
Time-base: Agazzi; Pisano, Astori, Rossettini (Ariaudo), Danilo Avelar;
Dessena, Conti, Nainngolan; Ekdal (Cossu, Ibarbo); Sau (Thiago
Ribeiro), Nenê (Pinilla).
Treinadores: Massimo Ficcadenti, até a 6ª rodada, e Ivo Pulga a partir de então
Destaque: Daniele Conti, meio-campista
Artilheiro: Marco Sau, com 5 gols
Garçom: Nenê e Andrea Cossu, ambos com 3 assistências
Decepção: Radja Nainggolan, meio-campista
Maior sequência de vitórias: 4, da 7ª à 10ª rodada
Maior sequência de derrotas: 5, da 14ª à 18ª rodada
Maior sequência de invencibilidade: 4, da 7ª à 10ª rodada
Maior sequência sem vencer: 6, da 1ª à 6ª rodada
Fair play: 53 amarelos, 2 vermelhos
Expectativa: Não ser rebaixado

Sem
fugir do esperado, o Cagliari vai levando sua temporada como se previa:
com dificuldades, mas alguns lampejos que mantém o time fora da zona de
rebaixamento. Na primeira parte da temporada, a equipe teve de superar
os problemas estruturais do seu estádio improvisado, e sofreu com isso,
conseguindo a primeira vitória em casa apenas na oitava rodada. Jogando
na Is Arenas, o Cagliari perdeu cinco partidas e sofreu quinze gols,
sendo um dos piores mandantes do campeonato. A temporada começou em
baixa, com Ficcadenti, e a troca de treinador acabou dando certo em um
primeiro momento, já que nos primeiros quatro jogos sob o comando de Ivo
Pulga – que divide as responsabilidades com Diego López – o time somou
12 de seus 16 pontos. O que preocupa os torcedores é que a cura para a
má fase parece ter chegado ao fim: com cinco derrotas nos últimos jogos
do ano.

O que também preocupa a torcida cagliaritana é que alguns
jogadores importantes não tem ido bem. Casos de Cossu, que caiu muito
desde grande fase em 2010, e Nainggolan, que decidia partidas para os
sardos e, depois de entrar na mira de equipes maiores e permanecer
vestindo rossoblù, está apagado. O mesmo acontece com o habilidoso
Ibarbo, que não tem conseguido se firmar no time titular, depois de
ótimas apresentações na última temporada. Na defesa, Astori e Agazzi
alternam apresentações de alto nível com erros infantis. Ao menos, Conti
mantém a regularidade no meio-campo e o atacante Sau, vice-artilheiro
da última Serie B pela Juve Stabia, tem jogado bem. Seus gols podem
ajudar a equipe a se afastar da zona da degola.

Pescara
16ª posição. 18 jogos, 17 pontos. 5 vitórias, 2 empates, 11 derrotas. 15 gols marcados, 35 sofridos.
Time-base: Perin; Zanon (Balzano), Bocchetti (Terlizzi), Capuano,
Modesto; Nielsen, Cascione, Bjarnasson (Colucci); Weiss, Quintero;
Abbruscato (Vukusic).
Treinadores: Giovanni Stroppa, até a 13ª rodada, e Cristiano Bergodi a partir de então
Destaque: Mattia Perin, goleiro
Artilheiro: Vladimír Weiss, com 3 gols
Garçom: Cinco jogadores, com 2 assistências
Decepção: Marco Capuano, zagueiro
Maior sequência de vitórias: 2, na 5ª e 6ª rodada
Maior sequência de derrotas: 4, da 12ª à 15ª rodada
Maior sequência de invencibilidade: 3, da 4ª à 6ª rodada
Maior sequência sem vencer: 4, três vezes
Fair play: 48 cartões amarelos, 6 vermelhos
Expectativa: Não ser rebaixado

Na
raça: mesmo com um elenco cheio de jogadores sem experiência prévia na
Serie A, o Pescara tem surpreendido e, neste momento, está fora da zona
de rebaixamento. Depois de três derrotas nas primeiras rodadas, em jogos
nos quais a equipe mal ofereceu dificuldades às rivais, e com sonoras
goleadas como o 5 a 1 sofrido ante o Napoli ou o 6 a 1 aplicado pela
Juventus em pleno estádio Adriatico, muitos pensaram que os golfinhos
repetiriam os pífios desempenhos de equipes como Ancona e Treviso, que
deram vexame na elite. Porém, mesmo com muitos números negativos (a
equipe tem o pior ataque, a pior defesa e o maior número de derrotas do
campeonato), a equipe tem sobrevivido graças a alguns jovens.

Primeiramente,
quem tem salvado a pátria é o goleiro Perin, evitando resultados ainda
piores. Mesmo com os números jogando contra, o jovem de 20 anos é um dos
melhores arqueiros da temporada e chegou a ser considerado na renovação
proposta pelo Milan. No setor de criação, destacam-se Weiss (23 anos) e
Quintero (19), dois jogadores habilidosos que, para o desespero da
torcida, não tem um atacante mais eficiente para abastecerem. A aposta
na juventude nem sempre traz resultados imediatos (casos dos zagueiros
Capuano e Romagnoli, que fizeram grande Serie B, mas tem ido mal na
elite), mas é a prova de que mais vale dar espaço a gente que quer
mostrar potencial do que para jogadores experientes e meia-boca, como
Blasi, Colucci ou Abbruscato, que não rendem o bastante. Essa aposta
pode render ao Pescara mais uma temporada de sonho.

Sampdoria
15ª posição. 18 jogos, 17 pontos, penalização de 1. 5 vitórias, 3 empates, 10 derrotas. 20 gols marcados, 27 sofridos.
Time-base: Romero; Berardi, Rossini, Gastaldello, Costa; Poli (Munari),
Maresca, Obiang; Éder (Kristicic), Maxi López (Icardi), Estigarribia
(Soriano).
Treinadores: Ciro Ferrara, até a 17ª rodada, e Delio Rossi a partir de então
Destaque: Jonathan Rossini, zagueiro
Artilheiro: Enzo Maresca e Maxi López, com 3 gols
Garçom: Éder e Fernando Tissone, com 2 assistências
Decepção: Simon Poulsen, lateral esquerdo
Maior sequência de vitórias: 3, da 1ª à 3ª rodada
Maior sequência de derrotas: 7, da 6ª à 12ª rodada
Maior sequência de invencibilidade: 5, da 1ª à 5ª rodada
Maior sequência sem vencer: 9, da 4ª à 12ª rodada
Fair play: 44 cartões amarelos, 6 vermelhos
Expectativa: Não ser rebaixada

A
temporada doriana não poderia ter começado melhor: o time venceu seus
três primeiros jogos e chegou até a liderar o campeonato. Depois de
cinco jogos sem perder, no entanto, o fôlego acabou e a equipe engatou
sete derrotas seguidas, que abalaram o ambiente e a puxaram para a zona
perigosa da tabela. O técnico Ferrara, que havia chegado após grande
trabalho com a seleção italiana sub-21, parecia se garantir no cargo
depois de deixar o pior para trás com uma vitória sobre o Genoa no dérbi
da cidade, outra contra o Bologna e um empate em Florença, contra a
Fiorentina. Porém, duas derrotas fizeram a diretoria demiti-lo após a
17ª rodada  e trazer Delio Rossi, que já teve passagem pelo Genoa. Em
tese, o estilo de jogo da equipe deve mudar pouco. Com Ferrara, a Samp
atuava no 4-3-3, e agora o time deve atuar de forma mais centralizada,
em um 4-3-1-2.

Sem grandes destaques individuais e sem muitos
defeitos, a Sampdoria tem sido um dos times mais sem sal da temporada
italiana e tem tudo para continuar no mesmo ritmo. De positivo, merecem
elogios o espaço dado a alguns jogadores novos, como os suíços Berardi
(que barrou o antigamente badalado De Silvestri na lateral direita) e
Rossini ou o volante Obiang, da seleção sub-21 espanhola. No meio-campo,
quem reconquistou a titularidade e deve ser ainda mais importante após a
chegada de Rossi é Poli, que teve passagem mediana pela Inter. Por
outro lado, Estigarribia, prestes a perder espaço no esquema do novo
técnico, e o dinamarquês Poulsen, são candidatos a flops da temporada.

Bologna
14ª posição. 18 jogos, 18 pontos. 5 vitórias, 3 empates, 10 derrotas. 21 gols marcados, 25 sofridos.
Time-base: Agliardi; Sorensen, Antonsson, Cherubin; Garics, Kone
(Pérez), Guarente (Pazienza), Morleo; Diamanti, Taïder; Gilardino.
Treinador: Stefano Pioli
Destaque: Alberto Gilardino, atacante
Artilheiro: Alberto Gilardino, com 6 gols
Garçom: Alessandro Diamanti e Györgi Garics, com 2 assistências
Decepção: Gianluca Curci, goleiro
Maior sequência de vitórias: –
Maior sequência de derrotas: 4, da 7ª à 10ª rodada
Maior sequência de invencibilidade: 3, da 15ª à 17ª rodada
Maior sequência sem vencer: 6, da 7ª à 12ª rodada
Fair play: 45 cartões amarelos, 3 vermelhos
Expectativa: Meio da tabela

O
elenco do Bologna já era razoável na última temporada, e ganhou alguns
ótimos reforços para 2012-13, como Guarente, Pazienza, Gabbiadini e
Gilardino. A expectativa era, portanto, de que o time crescesse ainda
mais e lutasse para superar a 9ª posição conseguida no fim do último
campeonato. Porém, o time demorou a engrenar e chegou a frequentar a
zona de rebaixamento até meados de outubro, quando começou a entrar nos
eixos e somar pontos. O maior problema da equipe de Pioli é o desempenho
fora de casa: são sete derrotas e uma vitória em oito jogos. Outro
problema, um pouco menor, é que Diamanti tem sido menos decisivo. Marcou
cinco gols e deu duas assistências, mas não tem encantado.

Se o
trequartista não tem jogado no máximo de sua forma, o Bologna ao menos
pode se gabar de estar vendo Gilardino ressucitar no estádio Renato
Dall’Ara. Depois de cerca de dois anos jogando mal, o artilheiro voltou a
jogar bem e já tem seis gols no campeonato. Seu reserva, Gabbiadini,
também tem aparecido bem e já deixou três gols. Como a equipe está
crescendo e terá a volta de Portanova, que estava suspenso, à defesa, e a
provável contratação do goleiro Sorrentino, do Chievo, o cenário para
2013 é muito bom. Suficiente para um campeonato sem sustos e, quem sabe,
surpreender na Coppa Italia: a equipe eliminou o Napoli, no San Paolo, e
pelas quartas de final, enfrentará a Inter.

Torino
13ª posição. 18 jogos, 19 pontos, penalização de 1. 4 vitórias, 8 empates, 6 derrotas. 20 gols marcados, 22 sofridos.
Time-base: Gillet; Darmian, Glik, Ogbonna (Rodríguez), D’Ambrosio;
Cerci, Vives (Basha, Brighi), Gazzi, Santana (Stevanovic); Bianchi,
Meggiorini.
Treinador: Gian Piero Ventura
Destaque: Alessio Cerci, meio-campista
Artilheiro: Rolando Bianchi, com 6 gols
Garçom: Alessio Cerci, com 4 assistências
Decepção: Gianluca Sansone, atacante
Maior sequência de vitórias: –
Maior sequência de derrotas: 2, duas vezes. Na 3ª e 4ª rodadas, e na 15ª e 16ª rodadas
Maior sequência de invencibilidade: 3, duas vezes. da 4ª à 6ª rodada e da 10ª à 12ª rodada
Maior sequência sem vencer: 5, duas vezes. Da 7ª à 11ª rodada e da 13ª à 17ª rodada
Fair play: 39 cartões amarelos, 2 vermelhos
Expectativa: Meio da tabela

Depois
de subir com alguma folga na última temporada, o Torino manteve quase
toda a sua base e fechou com alguns reforços importantes. No ofensivo
4-4-2 de Ventura, chamado por muitos de 4-2-4, a melhor defesa é o
ataque, uma vez que o time mantém muito a posse de bola no seu próprio
campo de ataque. Curiosamente, o ataque não é dos mais fortes, mas a
defesa (6ª mais eficiente do campeonato) é a que menos sofreu gols entre
os times que estão abaixo dos cinco primeiros. Méritos de jogadores
pouco badalados, como Glik e D’Ambrosio, mas também do trabalho de posse
de bola desenvolvido por Gazzi no meio-campo. A defesa ainda pode
evoluir muito, se o goleiro Gillet voltar a seus melhores dias e quando
Ogbonna estiver plenamente livre dos problemas físicos que o tem
atrapalhado.

No ataque, Cerci caiu como uma luva na ponta-direita
do time e até mesmo o argentino Santana, que vinha jogando apenas graças
a sua reputação desde meados de 2010, voltou a apresentar um bom
futebol. O capitão Bianchi, que não vinha marcando muitos gols, também
passou a ter mais participação na produção ofensiva do time e já tem 6
gols na temporada. Falta agora que Sansone, autor de 20 gols pelo
Sassuolo na última Serie B, comece a mostrar serviço – marcou apenas um
gol até agora. Graças a solidez e o entrosamento do elenco, dificilmente
o Toro passará da 10ª posição, mas também não terminará o campeonato
correndo riscos. Mas sem problemas: o importante para os turinenses,
agora, é se firmar novamente na elite.

Chievo
12ª posição. 18 jogos, 21 pontos. 6 vitórias, 3 empates, 9 derrotas. 20 gols marcados, 29 sofridos.
Time-base: Sorrentino; Sardo, Dainelli, Andreolli (Cesar), Dramé; Guana, Rigoni, Luciano (Cofie); Hetemaj; Théréau, Pellissier.
Treinadores: Domenico Di Carlo, até a 6ª rodada, e Eugenio Corini a partir de então
Destaque: Stefano Sorrentino, goleiro
Artilheiro: Alberto Paloschi, com 5 gols
Garçom: Luciano, com 3 assistências
Decepção: Marco Rigoni, meio-campista
Maior sequência de vitórias: 3, da 15ª à 17ª rodada
Maior sequência de derrotas: 5, da 2ª à 6ª rodada
Maior sequência de invencibilidade: 3, da 15ª à 17ª rodada
Maior sequência sem vencer: 5, da 2ª à 6ª rodada
Fair play: 44 cartões amarelos, 3 vermelhos
Expectativa: Não ser rebaixado

Depois
de realizar um bom trabalho pelo Chievo pela segunda vez, durou pouco o
segundo ano de contrato do técnico Di Carlo. Na 6ª rodada, após cinco
derrotas em sequência, o comandante deu espaço a outro calvo com
história no clube: o ex-regista Corini. Até o momento, a mudança vem
dando certo e Corini está emplacando seu primeiro bom trabalho na curta
carreira de treinador. Ele manteve a mesma estrutura tática que tem
movido o futebol clivense desde meados da década passada, e apenas
adiantou o finalndês Hetemaj para ocupar a função de trequartista.
Participativo, Hetemaj tem contribuído com a armação do jogo, ao
contrário de Théréau, Luciano e Cruzado, que também atuaram por ali. No
ataque, porém, Pellissier não tem sido tão importante quanto já foi,
sobretudo porque a idade está chegando e os problemas físicos também.

Neste
cenário, uma possível saída do goleiro Sorrentino para o Bologna pode
acabar sendo muito sentida, já que nos últimos tempos, os dois eram os
grandes responsáveis pela manutenção do Chievo na elite. Para isso, é
importante que Paloschi, reserva de Pellissier, tenha mais chances,
mesmo que ao lado do próprio capitão. Paloschi é o artilheiro da equipe
até o momento, com 5 gols – um a mais que o ídolo gialloblù -, e tem
margem de crescimento. Corini precisa corrigir dois grandes problemas:
fazer sua equipe ficar mais ligada no início das partidas e na volta ao
segundo tempo, já que o Chievo marcou apenas um gol nos primeiros 15
minutos dos tempos, em todo o campeonato – por outro lado, sofreu sete.
Isso tem sido fundamental sobretudo em jogos fora de casa, nos quais o
aproveitamento da equipe é muito baixo. Foram sete derrotas e duas
vitórias, 20 gols sofridos. A salvação passará pela solução destes
problemas.

Atalanta
11ª posição. 18 jogos, 22 pontos, penalização de 2. 7 vitórias, 3 empates, 8 derrotas. 18 gols marcados, 27 sofridos.
Time-base: Consigli; Raimondi, Manfredini, Stendardo (Lucchini),
Peluso; Schelotto, Cigarini, Carmona (Biondini), Bonaventura; Moralez;
Denis.
Treinador: Stefano Colantuono
Destaque: Germán Denis, atacante
Artilheiro: Germán Denis, com 7 gols
Garçom: Germán Denis, com 4 assistências
Decepção: Ezequiel Schelotto, meio-campista
Maior sequência de vitórias: 3, da 10ª à 12ª rodada
Maior sequência de derrotas: 3, duas vezes. Da 5ª à 7ª rodada e da 13ª à 15ª rodada
Maior sequência de invencibilidade: 5, da 8ª à 12ª rodada
Maior sequência sem vencer: 3, duas vezes. Da 5ª à 7ª rodada e da 13ª à 15ª rodada
Fair play: 46 cartões amarelos, 6 vermelhos
Expectativa: Meio da tabela

Mais
uma equipe que demorou de engrenar no campeonato, a Atalanta também não
deve ter muitas dificuldades para assegurar sua permanência. Os
bergamascos só começaram a jogar bem na Serie A quando Denis voltou a
ser o mesmo da última temporada. Pelo segundo ano consecutivo, o
argentino é o dono do time, com sete gols e quatro assistências. Quem
tem sido seu grande coadjuvante, desta vez, não é Moralez, mas sim
Bonaventura, jogador de 24 anos formado nas ótimas categorias de base
atalantinas. O meia já tem quatro gols na atual edição da Serie A. Se do
lado esquerdo do 4-4-1-1 Bonaventura tem se destacado, no lado oposto
do campo, Schelotto caiu muito de produção e tem ajudado menos a equipe
do que Raimondi, lateral que sobe muito e o auxilia no ataque.

Valeu
a pena a confiança da direção no trabalho de Colantuono, um dos
técnicos com mais tempo no cargo na Itália – já são dois anos e meio de
sucesso na equipe nerazzurra. Nos momentos mais difíceis, a diretoria
bancou a sua continuidade e colheu os frutos. A equipe evoluiu e
conseguiu ótimas vitórias sobre grandes adversárias, como Roma, Inter e
Napoli – sem contar na vitória sobre o Milan, mesmo antes de a equipe se
acertar. Tirando pontos dos grandes e também vencendo a maior parte dos
seus confrontos diretos, a Atalanta deve ter um resto de certame bem
tranquilo.

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