Serie A

12ª rodada: A velha Juve e a velha Roma

Llorente, Pogba e Pirlo decretaram uma vitória incontestável da Juve sobre o Napoli (NanoPress)

Na 12ª rodada da Serie A, não dá para dizer que houve novidade na ponta da tabela. Afinal, o que se viu em campo foi uma velha Roma, colecionadora de decepções de última hora, e a velha Juventus, arrasadora quando o quesito é atropelar rivais. Sem Totti, a líder do campeonato vai perdendo fôlego e já acumula o segundo tropeço seguido – uma queda de ritmo normal, afinal seria impossível manter a mesma sequência de resultados em todo o campeonato. Porém, o time tem jogado mal e já vê uma Juve que voltou a ser agressiva como nos anos anteriores recuperar espaço e encostar.

Além da Juventus, Inter e Fiorentina também comemoraram na rodada, uma vez que o Napoli, terceiro colocado perdeu, e vê as adversárias mais perto, também. Enquanto isso, Verona, Lazio e Milan tropeçaram, e vão se distanciando do grupo de cima – com 22 pontos, o Hellas continua lutando. Na sétima posição, o Genoa de Gasperini vai ganhando terreno importante e também merece destaque. Acompanhe a análise da 12ª rodada.

Juventus 3-0 Napoli
A Juve deu a prova de força que faltava nesta temporada. Em ano sem tanto brilho quanto no anterior, quando a equipe era inquestionável e favorita absoluta dentro da Itália, o time de Antonio Conte finalmente conseguiu convencer e se reafirmar como principal candidata ao scudetto. Diante do então vice-líder Napoli, a Velha Senhora se impôs e logo abriu o placar. Isla chutou, Tevez (em posição irregular) desviou e Llorente empurrou para as redes.

O erro da arbitragem teria sido mais polêmico e discutido se a Juve não tivesse sido superior durante a maior parte do jogo e marcado mais dois. O Napoli, que fez primeiro tempo muito passivo, até se recuperou na segunda etapa, mas foi castigado em seu melhor momento, com um belo gol de Pirlo, em cobrança de falta. Pouco depois, Pogba marcou um golaço de fora da área e deu números finais ao jogo. Ogbonna ainda foi expulso no fim, mas nada que mudasse a partida. Com o resultado, a Juve ultrapassa o Napoli e diminui para um ponto a diferença para a líder Roma. (Rodrigo Antonelli)

Roma 1-1 Sassuolo

Mais uma vez, a ausência de Totti e Gervinho foi muito sentida pela Roma, que novamente marcou apenas um gol em uma partida sem os dois jogadores em campo. Com o segundo empate consecutivo, a líder vê sua distância para a Juventus cair para apenas um ponto. Além dos resultados ruins, a frenagem da Loba também foi no futebol apresentado, muito aquém ao desempenhado nos primeiros oito jogos da temporada – mesmo nas vitórias contra Udinese e Chievo, já sem Totti, o time foi mal. Dessa vez, o castigo foi aplicado por Berardi e por Eusebio Di Francesco, ex-jogador romanista e atual técnico do Sassuolo.

Neste domingo, a Roma até jogou de forma melhor em relação aos jogos anteriores, mesmo que frente ao fraco time emiliano. Em campo, o placar foi aberto por um bizarro gol contra de Longhi, que jogou contra o próprio patrimônio após rebatida de Pegolo. Ljajic, várias vezes, poderia ter ampliado para a Roma, mas desperdiçou as oportunidades. Em outras chances, Pegolo foi muito bem, e fez grandes defesas, segurando o resultado. No quarto minuto de acréscimos, o Sassuolo, que havia tido apenas uma chance, aproveitou para empatar após bate-rebate na área romana. Berardi, que chegou aos 6 gols no campeonato, encheu o pé e não deu chances a De Sanctis. Com um dos melhores resultados de sua história, o Sassuolo deixa a zona de rebaixamento, e chega aos 10 pontos, um a mais que Sampdoria e Catania. (Nelson Oliveira)

Inter 2-0 Livorno

No retorno do capitão Zanetti, que
substituiu Taïder aos 37 do segundo tempo, a Inter derrotou o
Livorno, por 2 a 0, e está a apenas três pontos da zona Champions. Não
apenas venceu, mas a Inter contou com a derrota do Napoli, atual
terceiro colocado e último time com vaga na próxima Liga dos Campeões.
Foi a segunda vitória consecutiva dos nerazzurri e a quinta partida
invicta em sequência. O Livorno, que havia vencido na rodada anterior e
respirado, sofre a sexta derrota na competição, mas cai apenas uma
posição, em função do insucesso de quatro das cinco equipes posicionadas
abaixo na tabela.

O melhor ataque da Serie A, com 29
gols, teve dificuldades para furar o bloqueio do Livorno. O primeiro gol
saiu apenas aos 30 do primeiro tempo, quando Jonathan foi à linha de
fundo, cruzou fechado para a pequena área e o goleiro Bardi se
atrapalhou, mandando a bola para o fundo do gol. Em dia de pouca
criatividade ao ataque, Nagatomo foi marcar o segundo apenas aos 45 do
segundo tempo, quando invadiu a área depois de jogada iniciada por Zanetti e intermediada de maneira sublime por Kovacic. O japonês recebeu na cara de Bardi e só fuzilou
para o gol. A noite de sábado no Meazza, valeu mais pelo extracampo, mesmo. O jogo ficou marcado não só pela volta de Zanetti, mas por ter sido o último jogo de Massimo Moratti como acionista majoritário na Inter. Por isso, várias
faixas homenagearam o presidente (uma teve 400 metros de extensão) e a história de amor e ódio com o
ex-proprietário interista: “As maiores alegrias e os sofrimentos mais
vergonhosos. Te atacamos diversas vezes, mas nunca te abandonamos. No
fundo, sempre gostamos de você”. E o canto “um presidente, apenas um
presidente”. (Thiéres Rabelo)

Fiorentina 2-1 Sampdoria

Sem
surpresas na Toscana. A Fiorentina de Montella não deu show, mas teve o
domínio e controle do jogo nos 90 minutos, com muita posse de bola
(chegou a ter 75% e fechou com 66%) e esporádicas jogadas perigosas,
sempre com o talentoso trio Cuadrado-Rossi-Joaquín, assessorado por
Aquilani, Fernández e Valero. O resultado mantém o time viola no G-5 e na
cola da Inter, enquanto deixa a Sampdoria na zona de rebaixamento e…
sem treinador. Segundo a Sky, Delio Rossi foi demitido na noite de
segunda-feira. Sinisa Mihajlovic (ex-jogador do clube), é o nome mais
forte apontado pela Gazzetta dello Sport para substitui-lo, seguido por Zdenek Zeman e Edy
Reja.

Com
a bola rolando, não demorou para a Fiorentina mostrar o favoritismo e
com menos de 20 minutos o marcador já era de 2 a 0 para o clube do
sempre vibrante presidente Andrea Della Valle. Aos 11, numa marcação questionável da
arbitragem, um pênalti foi assinalado e Rossi abriu o placar em boa
cobrança. Seis minutos depois, Borja Valero passou para Pepito acertar
belo chute colocado de fora da área, sem quaisquer chances para Júnior
Costa. A partir de então, os viola administraram a vantagem, assustaram
um pouco na volta do intervalo com Cuadrado, Fernández, Joaquín e
Aquilani, enquanto a Sampdoria, sem qualidade para reagir, só diminuiu o
placar em contra-ataque puxado por Éder e finalizado por Gabbiadini.
(Arthur Barcelos)

Chievo 0-0 Milan
A má fase do Milan não tem fim. No Marc’Antonio Bentegodi, a
equipe rossonera não conseguiu vencer o lanterna Chievo e chegou ao sexto jogo
sem vitória (dois pela Champions League), permanecendo na metade de tabela e
sem boas perspectivas para o futuro. Com 13 pontos em 12 jogos, o Milan só teve campanha semelhante apenas em 1981-82, quando foi rebaixado para a Serie B. Sem Balotelli, suspenso, e com Allegri na
corda bamba, o Milan veio a campo com uma escalação um tanto quanto cautelosa,
com apenas Matri na frente, Kaká vindo de trás e um meio campo recheado. Pouco para quem
precisava vencer. Afinal, o retrospecto contra o Chievo era ótimo: 13 vitórias nos últimos 13 jogos. E apenas uma vez na história o time não havia marcado sobre os clivensi. Tudo caiu por terra.
A
supremacia do Milan em posse de bola não se refletiu em
chances de gol. Tanto que as principais chances de gol foram do Chievo,
com
Estigarribia, que acertou o travessão e Rigoni, que desperdiçou o rebote
de
Abbiati, chutando para fora, com o gol aberto. O Milan, só chutou a primeira vez aos 42 minutos, e só acertou a meta aos 14 do segundo tempo. Depois, deu certo trabalho para Puggioni, obrigando-o a fazer boas
defesas nos
chutes de Emanuelson e De Jong. Robinho ainda acertou a trave, fazendo
Galliani entrar em desespero. Com o empate, cresce a pressão sobre
Allegri e certamente
aumentarão as polêmicas com Balotelli e os outros empresariados de Mino
Raiola. Ao menos a equipe terá alguns dias para
tentar entrar no trilhos enquanto ocorrem as datas Fifa. (Caio
Dellagiustina)

Parma 1-1 Lazio
Em jogo muito fraco tecnicamente, principalmente no primeiro tempo, Parma e Lazio não saíram do empate no Ennio Tardini. Resultado justo para duas equipes que ainda não se encontraram na competição e parecem ter pouco a oferecer a seus torcedores. Os donos da casa foram um pouco melhor na etapa inicial e tiveram duas chances, com Cassano e Sansone. Mas quem abriu o placar foi a Lazio, no início do segundo tempo: o jovem Keita, que fazia sua estreia como titular, marcou aos seis minutos.

O Parma chegou ao empate aos 18 minutos do segundo tempo, com Lucarelli, mas não conseguiu produzir muito mais do que isso. Petkovic ainda tentou mudar a postura da Lazio, colocando Biglia no lugar de Hernanes, mas também não foi bem sucedido. Rosi ainda foi expulso pelo lado do Parma no fim, mas não houve tempo para mais mudanças na partida. Com o resultado, a Lazio caiu para a 9ª posição e o Parma desceu para o 12º lugar (RA)

Genoa 2-0 Verona

Invencível
no Marc’Antonio Bentegodi (de fato, já que é a única equipe da Serie A a
ganhar todos os jogos em casa juntamente a Juventus), o Verona não
costuma ser o mesmo fora do Vêneto. E não foi diferente na Ligúria. O
Genoa de Gasperini confirmou a boa fase e ascensão após início horrível
com o jovem Liverani e chegou à terceira vitória consecutiva, lhe
colocando na sétima posição, a frente de Lazio, Milan, Udinese e, claro,
da rival Sampdoria.

A
vitória, contudo, não foi tranquila como o placar indica. Os gols do
time de Gasperini saíram ainda na primeira etapa, mas a acomodação no
final do jogo quase custou os três pontos, não fosse a péssima pontaria
do adversário e as defesas do promissor Perin (em 25 chutes, 4 foram no
alvo). Aos 29, os grifoni abriram o placar com Portanova, em escanteio
cobrado por Matuzalém. E o volante brasileiro estava mesmo com a
pontaria boa: aos 35, executou um lançamento primoroso para a infiltração de
Kucka, que cabeceou firme contra o gol de Rafael e matou o jogo. Com Gasperini, aliás, o meia eslovaco tem tido mais liberdade e voltou a jogar bem. É o destaque do time no campeonato. (AB)

Catania 1-0 Udinese
Longas seis partidas depois, o
Catania se reencontra com a vitória, ao derrotar, em casa, a Udinese,
por 1 a 0. A vitória coloca o time siciliano, ainda vice-lanterna, a
dois pontos de deixar a zona de rebaixamento, já que Sampdoria e
Sassuolo, os dois times que vêm logo acima na tábua de classificação,
não venceram na rodada. A Udinese perde pela sétima vez em 12 partidas e
ratifica o mau momento, que só não é pior em termos de tabela – o time
ocupa a 12ª colocação, a quatro pontos da zona de rebaixamento – pois os
times abaixo não vêm se ajudando.

Sem o capitão e
artilheiro Di Natale, a Udinese optou por escalar Pinzi ao lado do
colombiano Muriel. A dupla foi responsável por oito das 18 finalizações
do time na partida, mas foi pouco efetiva, já que apenas três dessas
acertaram o gol. O próprio Muriel perdeu chance clara aos 16 do primeiro
tempo, dentro da área, após falha de Legrottaglie. Apesar do domínio dos
friulanos, quem abriu o placar foram os donos da casa. Domizzi derrubou
Legrottaglie em uma cobrança de escanteio e o árbitro marcou pênalti.
Máxi López marcou pela primeira vez, em seu retorno, e deu a vitória aos
etnei. Um fato auspicioso, já que La Barbie substituirá Bergessio, que ficará três meses afastado por lesão. Para a Udinese, que tentou o empate de todas as formas, só bronca: o time acertou a trave duas vezes e reclamou de pênalti não dado. Mesmo assim, é ruim a fase do time de Guidolin. (TR)

Cagliari 2-1 Torino
O nome do jogo no Sant’Elia foi o do mais significativo jogador do Cagliari em mais de uma década, um dos ídolos históricos do time sardo. Com dois gols de falta, Daniele Conti deu uma importante vitória ao time da casa, que subiu dos 10 aos 13 pontos e se afastou da zona de rebaixamento, ultrapassando o próprio Torino, que tem 12 e não vence há oito jogos – três derrotas e cinco empates. Os gols também enchem o jogador de moral antes de enfrentar a Roma, time pelo qual foi formado e descartado – ao contrário de seu pai, Bruno, não foi ídolo em Trigoria, e por falta de oportunidades foi para a Sardenha. Até hoje, Conti tem a Roma como sua vítima preferida, e costuma marcar gols contra a equipe do Olímpico.

Melhor em campo, o Cagliari poderia ter marcado com Sau e Nainggolan, mas ambos pararam em Padelli. O goleiro turinês, porém, falhou no primeiro gol de Conti, pois o chute era defensável. Em dia pouco inspirado de Cerci, que teve chance clara para abrir o placar pouco antes do gol sardo, coube a Immobile empatar, na volta do segundo tempo. Porém, em uma boa partida de Astori, o atacante teve poucas outras oportunidades. Como Sau e Ibarbo também não estavam bem, coube a Conti definir o placar, com outra cobrança de falta – na comemoração, o meia correu para abraçar seu filho, o pequeno Manuel, de quatro anos. (NO)

Atalanta 2-1 Bologna
Em casa, a Atalanta pôs fim à sequência negativa de três
jogos sem vitórias. A equipe de Colantuono venceu o Bologna e deu um grande
salto na tabela, chegando agora à 9ª colocação, com 16 pontos. Por outro lado, os bolonheses tiveram
quebrada a série de três jogos de invencibilidade e a sequência de mais de 400
minutos sem levar gols do goleiro Curci, que falhou feio em ambos os gols adversários. Cheias de desfalques, as equipes
sentiram o desentrosamento e pouco fizeram, encerrando o primeiro tempo sem
nenhuma chance de gol para qualquer um dos lados.
Na segunda etapa, a Atalanta voltou com mais disposição e
chegou ao primeiro gol, com chute de fora da área de Brivio, que Curci aceitou. Mas nem deu tempo
para comemorar. Dois minutos depois, Bianchi aproveitou sobra de finalização de Cristaldo no travessão e cabeceou para
empatar o jogo. Quando tudo levava a crer que o jogo não sairia do empate,
Livaja mandou uma pancada de longe e contou com colaboração de Curci para
definir a vitória da Atalanta. Agora, os bergamascos tem uma série de jogos em que tem boas chances de conseguir mais alguns pontos para subir na tabela, enquanto
o Bologna terá uma dura sequência pela frente, tendo de encarar Inter,
Fiorentina e Juventus, nas próximas rodadas, encarando o perigo de voltar à
zona de rebaixamento. (CD)

Relembre a 11ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui

Seleção da rodada
Pegolo (Sassuolo); Jonathan (Inter), Barzagli (Juventus), Dainelli (Chievo), Brivio (Atalanta); Pogba (Juventus), Conti (Cagliari), Pirlo (Juventus), Matuzalém (Genoa), Kucka (Genoa); Rossi (Fiorentina). Técnico: Antonio Conte (Juventus).

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1 Comentário

  • Texto presunçoso e oportunista sobre a Roma. O time ganha 10 seguidas e após 2 empates , sendo somente um deles zebra, e pronto! de repente o time é rebaixado ao nível da limitada Roma de anos atrás? Esse blog é excelente, mas nesse texto se rebaixou ao nível do globoesporte.com

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