Liga Europa

Com o pé direito

 Higuaín e Mertens se abraçam: a dupla comandou a virada napolitana (Tuttosport)

Com quatro times na Liga Europa, a Itália pode voltar a ver um time do país voltar a levantar uma taça internacional – desde que a Inter venceu a Tríplice Coroa e o Mundial Interclubes, em 2010, isso não acontece. Fiorentina, Inter e Napoli tem times capacitados para vencer a segunda mais importante competição do futebol europeu e mostraram um pouco disso em suas estreias na fase de grupos do torneio. O Torino, que estava ausente do palco continental há anos, deve ser coadjuvante, mas também teve uma estreia que agradou. Confira o resumo dos jogos.

Napoli 3-1 Sparta Praga
O San Paolo foi o símbolo da decepção napolitana com a desclassificação na última fase preliminar da Liga dos Campeões. Porém, se o estádio teve uma lotação abaixo da média na estreia na liga Europa, dentro de campo os partenopei jogaram com muita vontade. Rafa Benítez optou por uma escalação praticamente titular e o resultado se viu em campo, com um domínio bem claro dos azzurri, mas sem criar chances tão claras de gol. Em uma das raras chegadas ao ataque, o Sparta Praga aproveitou para surpreender e, com Husbauer aproveitando uma rebatida na entrada da área, abriu o placar. Ter o 1 a 0 contra impulsionou o Napoli para o ataque e, com boas participações de Hamsík e Higuaín, o time conseguiu criar oportunidades mais claras. Uma boa jogada da dupla resultou em bola na trave e, na sobra, Nhamoinesu cometeu pênalti. O Pipita bateu bem e converteu, se redimindo após a penalidade perdida no final de semana pela Serie A. Apesar da melhora, os napolitanos não conseguiram a virada já no primeiro tempo, a trave impediu um segundo gol.

Higuaín seguiu sendo protagonista e, como de costume, deixou muito a área para criar jogadas para as finalizações de companheiros de time. A virada saiu em uma dessas ocasiões. O argentino foi para a ponta-direita, limpou marcadores com extrema facilidade e cruzou rasteiro. Mertens, que ocupava o espaço deixado pelo Pipita, ganhou da zaga e marcou. Com mais uma boa exibição, o belga ganha espaço no time titular de Benítez, deixando o inconstante Insigne relegado à reserva. No final do jogo, quando o ritmo napolitano já havia caído muito, o camisa 14 ainda fez o terceiro, após deixar dois defensores para trás com um drible só. Após o 3 a 1, o Napoli tratou apenas de não correr risco, controlou a posse de bola e garantiu a boa vitória. No outro jogo do Grupo I, o Young Boys, da Suíça, enfiou 5 a 0 nos eslovacos do Slovan Bratislava. (Pedro Spiacci)

Dnipro 0-1 Inter

Em Kiev, capital ucraniana, a Inter correu poucos riscos e jogou para o gasto para bater o mais forte adversário do seu grupo. O Dnipro, de Dnipropetrovsk, está mandando seus jogos no Olímpico da capital enquanto o país vive momentos de tensão e conflito, e a equipe italiana se aproveitou da quase neutralidade do campo para atuar com pouca pressão. O resultado disso foi um jogo de poucas emoções em ambas as etapas, com leve vantagem nerazzurra em toda a partida. Apesar de ter a bola, o time azul ucraniano mal assustou Handanovic, que pouco fez em campo. A Inter ainda não sofreu nenhum gol na temporada, após cinco jogos oficiais.

Após uma primeira etapa com pouquíssimos chutes a gol, Walter Mazzarri achou que dava para arriscar e trocou Kuzmanovic por Osvaldo, e mantendo Guarín (capitão do time pela primeira vez), encostado na dupla. No entanto, a Inter só se soltou mesmo quando Rotan foi expulso depois de uma falta sobre o meia colombiano. Na jogada seguinte, Guarín ajeitou de cabeça, D’Ambrosio driblou um adversário e colocou entre as pernas do goleiro Boyko. Pouco antes disso, o goleiro já havia feito duas boas defesas, contra Icardi e o próprio D’Ambrosio. Guarín também havia perdido boa chance, cabeceando por cima do gol. No fim das contas, bom resultado para os italianos, principalmente porque Qarabag, do Azerbaijão, e o Saint-Étienne, da França, ficaram no empate, na outra partida do Grupo F. (Nelson Oliveira)

Fiorentina 3-0 Guingamp
Com gols de Vargas, Cuadrado e do jovem Bernardeschi, a
Fiorentina estreou sem maiores dificuldades na Liga Europa. Mesmo contra o
modesto time francês, Montella colocou força quase máxima em campo, com as
exceções de Neto e Gonzalo Rodríguez. Afinal, precisava dar uma resposta à torcida, que esperava mais do time no início da temporada. Foi a
primeira vitória na temporada e não só: contra o Guingamp, a Fiorentina fez seus primeiros gols em 2014-15, depois de perder por 2 a 0 para a Roma e ficar no 0 a 0 com o Genoa, pelo Italiano.

O triunfo começou a ser construído aos 34 minutos, quando
Pizarro cruzou certeiro na cabeça de Vargas, que abriu o placar. Se a
Fiorentina já controlava o jogo e não era atacada, as coisas ficaram mais
tranquilas quando Diallo foi expulso, ainda na primeira etapa. Dominante, a
equipe italiana só levou um susto, mas Tatarusanu foi bem e parou o chute de
Beauveau. Mas, na sequência, Cuadrado ampliou a vantagem e, já no final da
partida, a promessa Bernardeschi fechou o marcador. Na outra partida do Grupo K, o grego PAOK fez
6 a 1 no Dínamo Minsk, da Bielorússia. (Caio Dellagiustina)

Club Brugge 0-0 Torino
A mais modesta das equipes italianas empenhadas nesta Liga Europa estreou pelo Grupo B sem vitória, mas com um bom resultado. Contra a boa equipe belga do Brugge, foi justamente um belga que fez a diferença para o Torino. O goleiro Gillet voltou aos gramados depois de um ano de suspensão por envolvimento em um escândalo de manipulação de resultados e fez três defesas fundamentais para manter o zero no placar. O resultado deixa a equipe atrás do Kobenhavn, que venceu na Dinamarca os finlandeses do HJK Helsinki por 2 a 0, em duelo escandinavo.

De volta a uma competição europeia após 20 anos de ausência, o Torino teve recepção calorosa fora de casa: mais de dois mil torcedores viajaram para acompanhar o time, que entrou em campo com um time com reservas – fora o experiente Gillet, os alas Darmian e Molinaro e os atacantes Amauri e Quagliarella. Os substitutos eram bons, mas em sua maioria, novatos no time, como Gastón Silva e Sánchez Miño. Por isso, os granata sofreram um pouco com as boas partidas do brasileiro Felipe Gedoz, da seleção sub-21, e dos latinos Duarte, Izquierdo, Francisco Silva e Castillo. O time treinado por Preud’Homme deu trabalho, mas no final Sánchez Miño quase fez um gol a surpresa. Vale salientar que o Torino só marcou um gol em cinco jogos oficiais em toda a temporada. Cerci e Immobile fazem falta. (NO)

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