Decisivo, Higuaín levou a Juve a uma liderança ainda mais folgada (Ansa)
Campeã de inverno. De novo. A implacável Juventus segue firme e forte rumo ao hexa e, após bater a segunda colocada Roma, já tem sete pontos na liderança da Serie A – faltando duas rodadas para o fim do primeiro turno, já garantiu o título simbólico. Agora, a equipe treinada por Allegri partirá em busca de outro troféu, o da Supercopa Italiana, que disputará com o Milan no dia 23. Por isso, os jogos das equipes contra Crotone e Bologna, respectivamente, foram transferidos desta quinta para o dia 8 de fevereiro.
A 17ª rodada da Serie A superou 30 gols marcados, algo que tem sido corriqueiro no campeonato – 474 gols foram anotados até agora, resultando em uma média de 2,78 gols/jogo. Neste momento, cinco jogadores já superaram a marca de 10 tentos anotados: Dzeko, Icardi, Belotti (12), Higuaín e Mertens (10). O belga, aliás, deu um show no jogo que colocou Napoli novamente na zona de classificação para a Champions League, graças ao tropeço do Milan frente à surpreendente Atalanta. O fim de semana ainda teve vitórias de Lazio Inter e Fiorentina; acompanhe.
Juventus 1-0 Roma
Higuaín
Tops: Higuaín e Rugani (Juventus) | Flops: Gerson e Rüdiger (Roma)
Mais um daqueles jogos que ajudam a entender a supremacia da Juventus na Serie A. Contra o principal adversário nos últimos anos (desde sua ascensão e a decadência dos times de Milão), a Velha Senhora sofreu, mas venceu: passou pela Roma graças a Higuaín, novamente decisivo em meio às dúvidas sobre sua forma física. Com isso, a Juve abriu sete pontos na liderança, garantiu o título de campeã do inverno e chegou a 100 pontos no ano solar de 2016, um recorde que somente o time de Conte havia atingido.
Em uma partida aquém das qualidades da equipe, os bianconeri souberam controlar os visitantes e tiveram um sistema bastante organizado, da defesa ao ataque. Rugani neutralizou Dzeko, Alex Sandro desequilibrou no fraco lado direito romanista, Khedira e Sturaro venceram os duelos no meio-campo, Mandzukic dominou Fazio e Higuaín superou Manolas diversas vezes, como no único gol, aos 14 minutos de bola rolando. No segundo tempo, Allegri mudou duas vezes, com Cuadrado no lugar do lesionado e apagado Pjanic, e novamente com Barzagli no lugar de Lichtsteiner, o que lhe deu ainda mais força na defesa para segurar a pressão do final do jogo. Mesmo assim, Buffon trabalhou pouco (apesar de duas intervenções decisivas) e foi Szczesny quem teve trabalho com Higuaín e Sturaro. O polonês manteve seu time na disputa durante toda a partida.
Napoli 5-3 Torino
Mertens (Callejón), Mertens (pênalti), Mertens, Chiriches (Callejón) e Mertens (Callejón) | Belotti, Rossettini e Falqué (pênalti)
Tops: Mertens e Insigne (Napoli) | Flops: Reina (Napoli) e Ljajic (Torino)
De volta à zona de classificação para a Liga dos Campeões, o Napoli mais uma vez contou com o artilheiro Mertens. Confortável como centroavante, depois dos difíceis testes iniciais, o belga é o símbolo de um time que ataca muito bem e encontra ótimas soluções para desmanchar as defesas adversárias. A vítima da vez foi o Torino de Mihajlovic, que combina físico e técnica na frente, mas tem defensores que não acompanham o ritmo do resto do time, especialmente os lentos zagueiros. Com os meio-campistas marcando alto para pressionar a saída, Hamsík e Insigne tiveram bastante espaço para receber entre as linhas e carregar para Callejón, Insigne e Mertens desequilibrarem.
Ainda assim, foi na bola parada que os gols saíram, pelo menos os primeiros. Em 22 minutos o marcador já tinha 3 a 0 para os anfitriões, com três de Mertens: ele completou cruzamento de Callejón após escanteio curto, anotou o segundo em bela cobrança de pênalti e ampliou logo depois, em rebote na pequena área. Os visitantes reagiram apenas no segundo tempo, aproveitando também as deficiências defensivas dos napolitanos, e Belotti guardou o seu, se juntando a Dzeko e Icardi na artilharia do campeonato. Em contra-ataque, Chiriches surpreendeu com ótima corrida e posicionamento para aproveitar novo passe de Callejón, mas Rossettini novamente voltou a assustar a torcida no San Paolo, contando com uma falha de Reina. Então, o grande gol da rodada, senão do ano na Itália, o quarto de Mertens: o baixinho belga fintou dois defensores e encobriu Hart, que ficou olhando, surpreendido. Seguindo o ritmo louco, Falqué fez outro belo gol de pênalti, fechando o marcador. O resultado levou os napolitanos à terceira posição, enquanto o Toro caiu para a 9ª.
Lazio 3-1 Fiorentina
Keita (Milinkovic-Savic), Biglia (pênalti) e Radu (Immobile) | Zárate
Tops: Marchetti e Biglia (Lazio) | Flops: Ilicic e Kalinic (Fiorentina)
Na certeza que fechará o ano e o primeiro turno na zona europeia, a Lazio segue se recuperando após uma pré-temporada conturbada. Simone Inzaghi, com simplicidade e trabalho, lidera um time que tem problemas táticos e certa deficiência técnica, mas a partir do físico compete em alto nível para conquistar pontos fundamentais. Depois da derrota doída para a maior rival, chegou a duas vitórias seguidas e venceu a Fiorentina, adversária direta na briga por um lugar na Europa. Para isso, contou com um Marchetti decisivo no gol – defendendo pênalti para manter a vantagem no placar – e com o capitão Biglia, que aproveitou os desfalques de Borja Valero e Badelj para recuperar a forma com grande atuação. O argentino foi importante sem a bola e fundamental para converter a penalidade que deu o segundo gol à equipe. Keita, um inferno para defesa visitante, marcou o primeiro, e Immobile, mal no jogo, apareceu em contra-ataque na reta final do jogo para dar assistência para o tento de Radu. Na melancolia viola, Zárate, substituiu o apagado Ilicic (que perdeu pênalti no final do primeiro tempo,) e fez valer a lei do ex cinco minutos após entrar, mas não foi o bastante para superar Marchetti, decisivo com outras quatro defesas.
Milan 0-0 Atalanta
Tops: Romagnoli (Milan) e Caldara (Atalanta) | Flops: Lapadula (Milan) e Gómez (Atalanta)
Assustado diante da forte marcação da Atalanta, o Milan teve bastantes problemas no sábado, em San Siro. No duelo entre Montella e Gasperini, o planejamento do treinador de cabelo branco prevaleceu, ainda que a vitória não tenha ocorrido. Sem saída de bola pelo chão, os rossoneri também não tiveram soluções pelo alto e, enquanto Caldara controlou Lapadula, Suso e Bonaventura estiveram longe do gol, sem opções de desmarque – Niang e Bacca, que poderiam oferecer isto, entraram apenas nos últimos instantes do jogo. Os visitantes agrediram com Conti e Spinazzola abertos e Gagliardini e Kessié por dentro, mas pararam em Petagna, Kurtic e Gómez, que foram participativos, mas imprecisos. Antes terceiro, o Diavolo caiu para a quinta posição, a última da zona europeia, mas ainda mantém certa vantagem para os times logo abaixo. Por sua vez, a Dea viu a Inter se aproximar, e agora tem apenas dois pontos de diferença.
Sassuolo 0-1 Inter
Candreva
Tops: Acerbi (Sassuolo) e Candreva (Inter) | Flops: Ricci (Sassuolo) e Perisic (Inter)
Aos trancos e barrancos, a Inter segue tentando recuperação em uma temporada praticamente perdida. Em meio ao planejamento ruim para este ano e na espera por investimentos ainda maiores da Suning para o próximo verão, o time deve buscar pelo menos uma vaga na Liga Europa. Longe da disputa por vaga na Liga dos Campeões, a equipe acumula duas vitórias seguidas e aproveitou tropeços da Atalanta e da Fiorentina para se aproximar da zona europeia. Na Emília-Romanha, novamente o time de Pioli não esteve bem defensivamente e teve que recorrer às defesas de Handanovic, enquanto o ataque produziu, mas também não teve precisão. Icardi não acertou o gol nenhuma vez, Perisic perdeu duas chances claras e coube a Candreva e João Mário lideraram o time. Logo no início do segundo tempo, depois de chute rebatido do português, a bola desviou em Icardi e sobrou para Candreva marcar o único gol da partida, que ainda teve a expulsão de Felipe Melo – acredite se quiser, por erro da arbitragem – e quatro minutos para Gabriel Barbosa, que ainda recebeu cartão amarelo.
Chievo 2-1 Sampdoria
Meggiorini (Castro) e Pellissier (pênalti) | Schick (Regini)
Tops: Meggiorini e Radovanovic (Chievo) | Flops: Puggioni e Sala (Sampdoria)
Para assegurar sua sagrada 10ª posição, o Chievo bateu a Sampdoria contando com a colaboração do ex-gialloblù Puggioni, decisivo nos dois gols dos anfitriões. O veterano goleiro fez pênalti, depois de erro de Sala, e já havia falhado no primeiro, marcado por Meggiorini. O atacante teve grande atuação e dominou a fraca defesa doriana, que sofreu ainda o 101º gol de Pellissier na Serie A. Os visitantes bem que tentaram, mas faltou pontaria e criatividade, mesmo com tantos jogadores talentosos no meio-campo e no ataque – estes sucumbiram diante da defesa veterana de Maran. Schick marcou tarde, já nos acréscimos da etapa final, graças a uma rara assistência de Regini.
Udinese 2-0 Crotone
Théréau (Jankto) e Théréau (Zapata)
Tops: Théréau e Hallfredsson (Udinese) | Flops: De Paul (Udinese) e Palladino (Crotone)
Nas últimas três rodadas, ninguém pontuou tanto como Juventus, Napoli e… Udinese. Com Gigi Delneri, o time friulano ganhou vida nova e segue recuperação na busca por um ano mais tranquilo, depois do caos que tomou conta da equipe nos anos que sucederam a saída de Guidolin. A equipe já tem 24 pontos, um a menos que o Chievo, e está em 11º, após estar próximo da zona de rebaixamento. Contra o Crotone, Théréau novamente foi decisivo para mais uma vitória bianconera: quanto mais velho, melhor fica o francês, atuando de forma bastante confortável na ponta esquerda. O veterano de 33 anos abriu o placar após cobrança de falta de Jankto, outro promissor meio-campista descoberto pelo clube, e voltou às redes após o intervalo, dessa vez aproveitando assistência de Zapata. Diante do jogo físico do fraco adversário, a defesa anfitriã esteve intacta com boa exibição de todos do setor, especialmente Angella e Samir, dominantes no jogo aéreo. Uma cena curiosa no jogo foi a expulsão do goleiro Cordaz, do Crotone, por ter pegado a bola com as mãos fora da área, por acreditar que a partida estava paralisada.
Genoa 3-4 Palermo
Simeone (Rigoni), Simeone (Izzo) e Ninkovic (Simeone) | Quaison (Nestorovski), Goldaniga (Diamanti), Rispoli (Andelkovic) e Trajkovski (Nestorovski)
Tops: Simeone (Genoa) e Nestorovski (Palermo) | Flops: Perin (Genoa) e Thiago Cionek (Palermo)
Como transformar um jogo tranquilo em uma derrota em casa para o pior time do campeonato, estrelando Genoa Cricket and Football Club. Se o primeiro tempo foi mais duro que o previsto, Cholito desequilibrou após o intervalo: anotou seu segundo gol na peleja e descolou uma assistência para Ninkovic. O placar marcava 3 a 1 para o time da casa, mas a perda de Miguel Veloso – lesionado ainda na primeira etapa – dificultou o controle do jogo, ainda que o goleiro Posavec tenha salvado o Palermo quatro vezes. Tirando forças sabe-se lá de onde, a equipe de Corini reagiu, primeiro com Goldaniga, completando falta de Diamanti pouco depois do terceiro gol grifone. A virada foi mais dramática, já nos últimos minutos, aos 88 e 90. Rispoli empatou, em uma bola levantada na área, e os macedônios Trajkovski e Nestorovski protagonizaram o gol da vitória, que, ainda assim, não muda muito a situação dos sicilianos, afundados na zona de de rebaixamento. Os genoveses se irritaram, tiveram Perin expulso, por agressão a um adversário, e perderam a chance de se aproximar da zona europeia.
Pescara 0-3 Bologna
Masina (Viviani), Dzemaili (Gastaldello) e Krejci (pênalti)
Tops: Viviani e Masina (Bologna) | Flops: Verre e Crescenzi (Pescara)
Seguindo seu calvário, o Pescara conseguiu um feito impressionante: fazer o Bologna vencer fora de casa pela primeira vez no campeonato. Em outras oportunidades, o time de Oddo ainda jogava bem, apesar de não vencer, mas agora nem isso: o elenco perde confiança a cada tropeço e agora amarga a lanterna da Serie A. Sem muito trabalho, o time de Donadoni controlou o jogo com Viviani, responsável por manter a posse de bola e criar as principais oportunidades. Como no primeiro gol, marcado por Masina após escanteio, logo aos seis minutos. A expulsão de Verre, aos 15, facilitou tudo para os visitantes, que voltaram às redes aos 40 com Dzemaili, em chute de fora da área. O terceiro e último veio no segundo tempo, com Krejci convertendo pênalti. O irregular Bologna vinha de três rodadas sem vencer, mas abriu onze pontos de vantagem para a zona de rebaixamento.
Empoli 2-0 Cagliari
Mchedlidze (Marilungo) e Mchedlidze (Marilungo)
Tops: Mchedlidze e Skorupski (Empoli) | Flops: Storari e João Pedro (Cagliari)
Se os titulares não dão resposta e gols, que entrem os reservas. E Martusciello teve sucesso na mudança do ataque: saíram Maccarone e Pucciarelli e entraram Mchedlidze e Marilungo – o veterano Gilardino, anteriormente testado, não tem convencido. O centroavante georgiano foi fatal: nas únicas duas finalizações, dois gols, ambas em assistências do companheiro italiano, que o achou na grande área aos 8 e aos 72 minutos. Para manter o clean sheet e dar tranquilidade, Skorupski, que pouco participou em um jogo com poucas oportunidades, salvou pênalti cobrado pelo brasileiro João Pedro. Com a vitória e as derrotas de Crotone e Pescara, o Empoli voltou a abrir vantagem para as últimas posições, agora com cinco de diferença. Diferença que dá a chance dos toscanos respirarem e curtirem momentaneamente o fim de ano. Martusciello comerá o panetone.
*Os nomes entre parênteses nos resultados indicam os responsáveis pelas assistências para os gols