Serie A

Os melhores da Serie A 2016-17

Hora de deixar a temporada 2016-17 para trás: hoje, nossa tradicional retrospectiva do Campeonato Italiano chega ao fim. O blog analisou as campanhas de cada uma das 20 equipes (veja aqui e aqui), escolheu as revelações da temporada e também listou os melhores jogos que aconteceram no Belpaese. Agora, é hora de conhecermos os melhores do torneio: o Quattro Tratti convidou alguns dos mais prestigiados jornalistas e blogueiros esportivos para escolherem a seleção da recém-concluída da Serie A e também os melhores do torneio em oito categorias. Agradecemos a cada um dos participantes desta eleição e também a você, leitor, que nos acompanha diariamente. Vamos conferir quem garantiu as premiações?

Publicado também na Trivela.

Seleção da Serie A 2016-17

Buffon (Juventus); Conti (Atalanta), Caldara (Atalanta), Bonucci (Juventus), Alex Sandro (Juventus); Nainggolan (Roma), Hamsík (Napoli); Mertens (Napoli), Dybala (Juventus), Gómez (Atalanta); Dzeko (Roma).

Menções honrosas

Goleiros: Donnarumma (Milan) e Szczesny (Roma);
Zagueiros: Fazio (Roma), Chiellini (Juventus) e Koulibaly (Napoli);
Laterais: Daniel Alves (Juventus) e Emerson Palmieri (Roma);
Meio-campistas: Milinkovic-Savic (Lazio), Biglia (Lazio), Kessié (Atalanta), Gagliardini (Atalanta/Inter), Khedira (Juventus), Strootman (Roma) e Pjanic (Juventus);
Atacantes: Insigne (Napoli), Salah (Roma), Higuaín (Juventus), Belotti (Torino) e Icardi (Inter).

Dries Mertens

Prêmios: Melhor jogador e melhor atacante

Pela primeira vez desde que começamos a escolher os melhores da Serie A, o craque do campeonato não joga no campeão ou no vice. Isso demonstra o quão impactante foi a temporada de Mertens, o maior destaque do Napoli, terceiro colocado e praticante do futebol mais ofensivo no Belpaese. Redescoberto como centroavante por Maurizio Sarri após a lesão de Milik, o belga chegou aos 30 anos vivendo a melhor fase da carreira: vice-artilheiro do Italiano, com 28 gols, Mertens superou as marcas que alcançou no PSV Eindhoven, mas não era um mero finalizador. Ele participava de toda a construção de jogadas dos partenopei e a prova disso é que ainda colaborou com oito assistências.

Na temporada mais movimentada dos últimos anos na Itália, é natural que outros atacantes também tenham brilhado e aparecido como concorrentes de Mertens não só na corrida pelo prêmio de melhor na posição, mas a craques do campeonato. Dzeko, Dybala, Gómez e Belotti foram lembrados por grande parte dos votantes, mas não conseguiram superar o jogador do Napoli.

Gianluigi Buffon

Prêmio: Melhor goleiro

Enquanto não se aposentar, o destino de Buffon será ser escolhido anualmente como melhor goleiro da Serie A. Lenda viva, Super Gigi não precisa ser espalhafatoso ou aparecer o tempo todo para nos lembrarmos de sua importância e qualidade – afinal, sua grande marca é ser regular, sempre em alto nível. Além de suas habilidades técnicas, Buffon se destaca por ser capitão da Juve hexacampeã e transmitir sua liderança nos bastidores e dentro de campo aos colegas.

Além do Superman, outros três goleiros foram lembrados pelos eleitores. A começar pelo seu herdeiro na seleção italiana: Donnarumma evoluiu nesta temporada, aprendeu com alguns erros e fez defesas espetaculares, que ajudaram o Milan a retornar às competições europeias. O milanista teve o maior percentual de defesas na Serie A e foi seguido por Szczesny, da Roma, que também recebeu votos de nosso eleitorado. Outro goleiro polonês que teve temporada de alto nível foi Skorupski, do rebaixado Empoli.

Leonardo Bonucci

Prêmio: Melhor zagueiro

Considerado por muitos o melhor zagueiro em atividade atualmente, Bonucci faturou pela segunda vez o prêmio concedido pelo blog. Um dos líderes da Juventus, Leonardo permaneceu atuando em altíssimo nível em linhas defensivas de três ou quatro jogadores e não se afetou pelas tantas especulações sobre uma eventual transferência. Ao contrário, foi um dos jogadores mais regulares na campanha do hexa da Serie A, do tri na Coppa Italia e do vice na Champions League. Extremamente técnico, o defensor destacou-se mais uma vez por ser peça central na base de construção de jogadas da Juventus, com passes bem feitos e por seus lançamentos, mas também por marcar gols – anotou cinco na temporada.

Ao lado de Bonucci, Chiellini voltou a fazer uma grande temporada, após dois anos de alguma irregularidade, e também foi lembrado. O terceiro juventino da lista é o jovem Caldara: revelado pela Atalanta e já adquirido pela Velha Senhora, o grandalhão mostrou técnica, frieza, personalidade e instinto matador (fez sete gols) para ser um dos destaques dos nerazzurri na Serie A. Outro jogador que fez bom campeonato e mereceu menção nesta lista foi o argentino Fazio, da Roma.

Radja Nainggolan

Prêmio: Melhor meio-campista

Vai que é tua, Ninja. Segundo belga da premiação, Nainggolan foi o principal nome da Roma vice-campeã italiana ao lado de Dzeko, e destacou-se – tal qual seu compatriota Mertens – por ter se reinventado na temporada. Radja surgiu como meia defensivo e mantém as características comuns a jogadores que realizam esta função, como a qualidade nos desarmes, o incansável espírito de luta e a rispidez, mas Luciano Spalletti adiantou seu posicionamento em campo desde que chegou em Trigoria e colheu frutos. Atuando avançado, em suporte ao tridente ofensivo, o belga participou mais da articulação de jogadas e foi estimulado a entrar mais na área adversária e a experimentar chutes de longa distância: acabou terminando a Serie A com 11 gols e três assistências em sua conta.

Na campeã italiana, o ex-romanista Pjanic também fez boa temporada (embora com papel mais discreto do que em seus tempos na capital) e foi lembrado, juntamente com o colega Khedira. Autor de 12 gols e cinco assistências, Hamsík, do Napoli, também concorreu ao prêmio de melhor meio-campista do campeonato, tal qual os meias centrais Gagliardini (Inter/Atalanta) e Milinkovic-Savic (Lazio).

Alex Sandro

Prêmio: Melhor jogador brasileiro

Dessa vez era fácil afirmar que o melhor jogador brasileiro da Serie A seria um lateral. Com menos atacantes do nosso país brilhando em solo italiano, os destaques de 2016-17 foram os juventinos Alex Sandro e Daniel Alves e o romanista Emerson Palmieri – este, porém, já assumiu a cidadania italiana. Entre o ex-santista e o ex-barcelonista, o primeiro foi mais regular e merceu o prêmio.

Titular absoluto do time bianconero, Alex Sandro não sofreu com lesões durante o ano, ao contrário de Dani, que fraturou a fíbula e ficou três meses de molho, e foi utilizado o tempo inteiro, seja numa linha de quatro na defesa ou numa de cinco no meio-campo – o baiano, por sua vez, chegou a jogar como zagueiro. Em 27 jogos no campeonato (contra 19 de Dani, que também repousou para brilhar na Liga dos Campeões), fez três gols e ainda deu duas assistências, mas destacou-se mesmo por cumprir bem sua função no esquema tático de Max Allegri. Para seu azar, o Brasil tem Marcelo e Filipe Luís também em grande fase, fato que diminui suas chances de convocação por Tite.

Mattia Caldara

Prêmio: Revelação da Serie A

Mattia Caldara é mais uma prova viva de como a Atalanta tem um dos principais centros de formação de jogadores do futebol mundial. O clube que revelou Gaetano Scirea, um dos grandes zagueiros da história, acertou em cheio novamente ao dar oportunidade a Caldara: o defensor central tem tudo para ser referência da posição nos próximos anos. Nascido em Bérgamo, o jogador foi emprestado para ganhar tutano na Serie B, mas só foi impressionar mesmo em sua volta à cidade natal. Gian Piero Gasperini o alçou ao time titular na 7ª rodada e ele não saiu mais do centro do trio de zaga. Caldara mostrou um senso de posicionamento muito apurado, além de ser excepcional nas roubadas de bola e melhor ainda no jogo aéreo, a ponto de ter anotado sete gols na Serie A. Pilar do time na melhor campanha de sua história, o zagueiro já atuou e marcou pela seleção italiana e está acertado com a Juventus, que o deixará emprestado à Dea até junho de 2018.

A Atalanta foi o paraíso das revelações do campeonato. Além de Caldara, a equipe nerazzurra revelou vários outros jogadores nesta temporada, como Kessié e Gagliardini, que também foram lembrados pelos votantes da seleção da temporada. Uma nota à parte fica por conta de Federico Chiesa, filho do ex-atacante Enrico, que teve um bom ano com a camisa da Fiorentina.

Gian Piero Gasperini

Prêmio: Melhor técnico

A volta por cima da cabeleira mais branca de todo o futebol italiano. Gasperini surgiu como técnico revolucionário no Genoa, caiu em desgraça após passagens sofríveis por Inter e Palermo e, à frente da modesta Atalanta, conseguiu entrar para a história do clube e do esporte no Belpaese. Arrojado, o piemontês redesenhou a equipe para acomodar seu 3-4-3 (ou 3-4-1-2) e optou por colocar vários jogadores experientes no banco para dar espaço a jovens que compraram as suas ideias. Caldara, Conti, Gagliardini, Kessié, Cristante, Spinazzola e Petagna: todos eles evoluíram muito e explodiram nesta temporada, sob o comando do treinador. Gasperini ainda conseguiu valorizar atletas pouco badalados e ajudou o capitão Papu Gómez a viver o auge de sua carreira aos 29 anos.

A soma de acertos táticos e de bastidores fez a Atalanta superar suas limitações e fazer a melhor temporada de sua história, quebrando uma série de marcas: melhor posicionamento no campeonato, maior quantidade de pontos conquistados e o maior número de vitórias em uma Serie A. Com isso, a surpresa da temporada italiana conseguiu a classificação à Liga Europa e volta a disputar uma competição continental pela primeira vez desde 1991. Por tudo isso, Gian Piero superou Maurizio Sarri e suas abordagens tática e técnica contagiantes à frente do Napoli, Massimiliano Allegri e sua Juventus implacável (graças a modificações táticas efetuadas por ele, vale destacar) e Simone Inzaghi e sua Lazio organizada e ofensiva.

Votantes da seleção da temporada
Aldir Junior (Atalanta Brasil/Calcio Alternative/Quattro Tratti)
Alexandre Perin (Almanaque Esportivo)
Anderson Moura (Quattro Tratti/Esporte Interativo)
Antônio Carlos Zamarian (Portale Romanista)
Arthur Barcelos (Quattro Tratti/Centrocampismo/La Beneamata – ESPN FC)
Beatriz Lopes (AC Milan Brasil)
Braitner Moreira (Quattro Tratti/Correio Braziliense)
Bruno Formiga (Esporte Interativo)
Bruno Bonsanti (Trivela)
Bruno Vicari (ESPN)
Caio Bitencourt (Gazeta Press / Partenopeo – ESPN FC)
Caio Dellagiustina (Quattro Tratti)
Caio Pavoski (AC Milan Brasil)
Charley Moreira (VAVEL/AC Milan Brasil)
Clara Albuquerque (Esporte Interativo)
Daniele Monti (Sportv)
Felipe Lobo (Trivela)
Felipe Portes (Todo Futebol/Coração de Roma – ESPN FC)
Felipe Rolim (Esporte Interativo)
Filipy Roberto (Doentes por Futebol)
Gabriel Joaquim (AC Milan Brasil)
Gian Oddi (ESPN)
Gustavo Villani (FoxSports)
Hugo Quadros (AC Milan Brasil)
Jandir Rocha (AC Milan Brasil)
João Guilherme (FoxSports)
Júlio Souza (SampBrasil – ESPN FC)
Leonardo Bertozzi (ESPN)
Lucas Martins (Doentes por Futebol/Centrocampismo)
Luiz Augusto (Inter de Milão Brasil)
Luiz Carlos Largo (ESPN)
Marco De Vargas (FoxSports)
Mauro Cezar Pereira (ESPN)
Michel Costa (co-autor do livro “É Tetra! A conquista que ajudou a mudar o Brasil”)
Murillo Moret (Quattro Tratti/Gazzebra – ESPN FC)
Napoleão de Almeida (UOL/Bandsports)
Nathalia Perez (AC Milan Brasil)
Nelson Oliveira (Quattro Tratti)
Paulo Andrade (ESPN)
Pedro Lampert (Centrocampismo)
Pedro Spiacci (Quattro Tratti)
Raniery Medeiros (Doentes por Futebol)
Raphael Lins (Juventus Brasil)
Rodrigo Antonelli (Quattro Tratti/Correio Braziliense)
Rodrigo Bueno (FoxSports)
Thiago Simões (ESPN)
Victor Canedo (Globo Esporte)
Victor Quintas (Doentes por Futebol) e
Wladimir Dias (Doentes por Futebol/O Futebólogo)

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1 Comentário

  • Grande seleção da série a do Calcio e pela criteriosa e numerosa quantidade de grandes jornalistas votantes, acho que é uma premiação devia até ser mais divulgada. Parabéns ao site quattrotratti !!!!!

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