Um empate que engana. A Itália poderia ter vencido a Holanda com facilidade no “jogo da melancolia”, protagonizado por duas gigantes que ficaram de fora da Copa do Mundo de 2018. Os azzurri tiveram chances em profusão para construir boa vantagem no primeiro tempo, mas acabaram não aproveitando e, no final do jogo, sofreram o tento holandês.
No terceiro jogo de sua gestão, Roberto Mancini rodou novamente o time: apenas Jorginho iniciou todas as partidas do ciclo de amistosos como titular, o que já confere ao ítalo-brasileiro o status de peça-chave da nova Nazionale. Na rotação de Mancio, a faixa de capitão coube a Insigne, que se tornou o primeiro jogador do Napoli a utilizar a braçadeira azzurra em toda a história.
Com a bola rolando, a Itália chegou a balançar as redes com menos de 3 minutos. Numa cobrança de falta levantada na área, Belotti aproveitou para fuzilar Cillessen, mas teve o gol anulado por impedimento. Depois disso, o primeiro tempo se desenrolou em ritmo baixo, com algumas estocadas italianas, sob a batuta de Jorginho. No entanto, Belotti foi mal em seu segundo confronto com o goleiro holandês, Verdi errou sozinho frente à meta adversária e o meia Vormer tirou cabeçada de Criscito de cima da linha, no lance seguinte.
O enganoso 0 a 0 foi bom para a Holanda de Koeman, que continuou viva no jogo e voltou melhor para o segundo tempo. Primeiro, Vilhena tentou um voleio, mas errou o alvo; depois Memphis cabeceou no centro e Perin defendeu com tranquilidade. Foi aí que Zaza teve sua primeira chance na seleção após o fatídico pênalti desperdiçado contra a Alemanha na Euro 2016. O jogador do Valencia substituiu Belotti e, com quatro minutos em campo, completou uma jogada de De Sciglio e Chiesa, outros recém-entrados. Zaza acreditou até o fim e interceptou a tentativa de corte de Van Dijk para marcar.
O tento poderia ter dado a definitiva tranquilidade para a Itália, mas no lance seguinte a Nazionale voltou a se complicar. A defesa perdeu o tempo de bola num lançamento longo e Criscito acabou derrubando Babel, que saía na cara do gol. Com a expulsão do lateral, Mancini tentou arrumar o sistema defensivo, sacando Insigne e colocando Bonucci em campo.
A Holanda cresceu e o goleiro Perin apareceu com duas intervenções importantíssimas, diante de Memphis e Berghuis. A Itália respondeu com Chiesa (um dos melhores em campo), mas não ampliou. O castigo viria na sequência.
Perin estava muito bem, mas não podia fazer nada diante da cabeçada de Aké, que teve toda a liberdade do mundo para empatar. O lançamento veio de longa distância, mas o jogador do Bournemouth estava mal marcado por De Sciglio. A Holanda não marcava contra a Itália no Belpaese desde 1928. Apesar do empate, porém, a Laranja continua sem vencer os italianos fora de casa e em amistosos. Já a Itália tem tido dificuldades de sair vitoriosa de jogos em seu próprio território: empatou os três mais recentes.
Itália 1-1 Holanda
Itália: Perin; Zappacosta (De Sciglio), Rugani, Romagnoli, Criscito; Cristante, Jorginho (Baselli), Bonaventura (Pellegrini); Verdi (Chiesa), Belotti (Zaza), Insigne (Bonucci). Técnico: Roberto Mancini.
Holanda: Cillessen; Hateboer (Janmaat), De Ligt (Aké), Van Dijk, Blind (Weghores), Vilhena; Wijnaldum, De Roon (Promes), Vormer (Berghuis); Babel (Elia), Depay. Técnico: Ronald Koeman.
Gols: Zaza; Aké.
Cartão vermelho: Criscito.
Local: Allianz Stadium, em Turim, Itália.
Árbitro: Vladislav Bezborodov (Rússia).