Quinta é dia de Liga Europa e a Itália ainda tem dois participantes na competição. Inter e Roma entraram em campo ontem e conseguiram vencer, mas tiveram sabores diferentes em suas vitórias. Enquanto a equipe de Milão praticamente assegurou sua vaga nas oitavas de final, o time romano reencontrou os triunfos, mas ainda não está confortável.
Com a briga pelo scudetto pegando fogo, Conte escolheu colocar uma Inter alternativa em campo na Bulgária para enfrentar o Ludogorets. Ranocchia e D’Ambrosio formaram o trio de zaga junto a Godín, Borja Valero e Eriksen ganharam espaço no meio-campo e Sánchez foi o companheiro de Martínez no ataque.
O jogo começou com a equipe da casa tentando ser agressiva, buscando circular a bola de um lado a outro, sempre contando com Marcelinho para direcionar os ataques. Com a Inter jogando em ritmo lento, sem muita fluidez na saída de bola e sofrendo para estabelecer jogo direto com Martínez, os primeiros 15 minutos tiveram controle dos mandantes. Contudo, se tinham a bola e uma postura mais agressiva, a baixa qualidade técnica das peças impedia que chances de real perigo fossem criadas, já que Godín fazia uma boa partida. No fim das contas, Padelli nem foi testado.
Depois dos 20 minutos de jogo, mesmo ainda jogando em marcha lenta, a Inter pegou a bola para si e começou a mandar no jogo. Vecino apareceu bem com as ultrapassagens, Moses foi uma opção constante pela direita e Sánchez passou a jogar mais na entrelinha rival. As duas melhores chances da Inter no primeiro tempo acabaram caindo nos pés de Biraghi, que não finalizou bem em nenhuma delas e o placar foi mesmo em 0 a 0 para o intervalo.
Mesmo com um primeiro tempo ruim de sua equipe, Conte voltou sem trocas para a segunda etapa, buscando mudar o jogo apenas trabalhando a postura da equipe, que de fato melhorou nos primeiros 10 minutos da etapa final. Eriksen foi mais participativo por dentro, Lautaro conseguiu dialogar com Sánchez e Moses sendo acionado em condições mais favoráveis pelo lado direito. Mas se a equipe melhorou em desempenho, o gol continuou não saindo e Conte resolveu trocar Lautaro por Lukaku.
O belga entrou muito bem no jogo, recebendo a bola de costas, vencendo os duelos físicos e trazendo maior dinamismo ao ataque da Beneamata. Aos 71 minutos, a Inter encaixou uma linda troca de passes, girou a bola de um lado a outro do campo, até que Lukaku sustentou o marcador com o corpo e ajeitou a bola para Eriksen finalizar de direita e marcar seu primeiro gol com a camisa da Inter.
Depois do gol, Conte trocou Moses por Barella, mudando um pouco sua ideia de jogo e passando a ter D’Ambrosio como um lateral pela direita, jogando com linha de quatro e buscando aumentar a qualidade de circulação no meio-campo. Os minutos posteriores foram de uma Inter que preservava a posse de bola, corria menos e buscava não se desgastar fisicamente.
Já nos acréscimos da partida, Eriksen cobrou escanteio pelo lado esquerdo, Godín desviou e Anicet colocou a mão na bola. O juiz foi chamado pelo VAR, olhou o lance na beira do campo e apontou para a marca da cal. Lukaku cobrou com tranquilidade, rasteiro e no canto direito do goleiro para definir o placar. Não foi uma atuação inspirada da Inter, mais uma vez, mas a equipe somou uma vitória importante, que encaminhou a vaga para as oitavas de final da competição.
Já a Roma…
No Olímpico, a Roma recebeu o Gent e Fonseca mandou a campo o que possui de melhor, enxergando na Liga Europa uma possibilidade de título na temporada. Os primeiros minutos da Roma foram bons, com Spinazzola sendo uma opção constante na saída de bola pelo lado direito, com Cristante, Pellegrini e Pérez aproximando pelo setor, para criar um lado forte e posteriormente buscar as inversões para Perotti. O Gent buscou pressionar a saída de bola com quatro ou cinco peças, mas acabava pecando pelo excesso de vontade e pela falta de coordenação nos movimentos.
Depois de 10 minutos em que tinha a bola mas pouco conseguia produzir em campo ofensivo, a Roma chegou a seu gol contando com a figura ofensiva mais confiável do clube nos últimos anos: Dzeko. O bósnio recebeu a bola na linha central, sustentou a jogada, observou o desmarque de Pérez e só rolou para o espanhol, que bateu na saída de Kaminski para fazer 1 a 0 para os mandantes.
Depois do gol, o jogo entrou numa fase de muito perde e ganha no meio-campo, com as duas equipes sofrendo para progredir. Contudo, pouco a pouco a ideia de pressionar alto do Gent foi encaixando, com David tirando o conforto de Cristante e Veretout. Os meias abertos da equipe belga também impediam que os laterais da Roma ajudassem a superar a pressão. Com isso, o cenário do jogo na ida para o intervalo tinha a Roma vencendo a partida, mas sofrendo muito para executar suas ideias de jogo.
As duas equipes voltaram sem modificações para o segundo tempo e a partida voltou com o mesmo panorama do final do primeiro tempo. O Gent pressionava com muita intensidade, tirava as linhas de passe da Roma e conseguia evitar que os laterais da equipe italiana participassem do jogo. O que mudou foi que, além disso, a equipe belga passou a trabalhar melhor a bola a cada recuperação e começou a criar chances reais de gol. A primeira delas aconteceu quando David arrancou pelo lado direito e cruzou na medida para Depoitre, que acabou mandando a bola para fora.
Fonseca tentou ajustar a saída de bola da sua equipe trocando Spinazzola por Santon, recuando Cristante para atuar entre os zagueiros e fazendo uma dupla mais avançada com Veretout e Pellegrini. Contudo, a ideia acabou sendo pouco efetiva, já que o Gent aumentou cada vez mais o ritmo e chegou perto do empate. Depoitre, Kums, Bezus e Mohammadi: todos tiveram boas oportunidades de finalização, mas acabaram esbarrando numa excelente partida do goleiro Pau López.
No fim das contas, a Roma conquistou um bom resultado ao vencer o jogo e não sofrer gols jogando no Olímpico, afastando a má fase de 2020. Mas fica o sinal de alerta: a equipe belga tem qualidade e toda atenção do mundo será necessária na partida de volta.