Liga Europa

Dominada pelo Sevilla, a Roma deu adeus à Europa League com atuação decepcionante

Roma e Sevilla se enfrentaram em Duisburg, Alemanha, pelas oitavas de final da Liga Europa. Vindas de longa sequência de invencibilidade, as duas equipes prometiam um grande confronto na MSV-Arena. Contudo, sem perder desde fevereiro, o time espanhol não encontrou dificuldades para vencer a quinta colocada da Serie A por 2 a 0 – e poderia ter sido mais. Foi a oitava eliminação seguida da Roma nesta etapa da competição.

Comandado por Banega, Ocampos e Reguilón, o time de Julen Lopetegui dominou as ações ofensivas do jogo, abusando dos lançamentos do seu camisa 10 e das infiltrações de seus laterais. Escalada no 3-4-2-1, esquema escolhido por Paulo Fonseca para essa reta final de temporada, a Roma iniciou a partida apostando em um jogo veloz e vertical para tentar conter os pentacampeões da competição.

Sem a posse da bola, contudo, a equipe italiana sofria para frear o ímpeto ofensivo do pentacampeão da competição. O Sevilla escondia a pelota, girando-a de um lado para o outro e espetando os seus laterais. Com Suso por dentro e Navas por fora, pela direita, e Ocampos por fora e Reguilón por dentro, pelo lado oposto, o time espanhol tinha Fernando, Banega e Jordán no controle do ritmo da partida, acelerando e segurando quando queriam.

Com a bola nos pés, o Sevilla usava e abusava das inversões e dos lançamentos da entrada da área. Tendo na esquerda o seu ponto forte, os espanhóis faziam a Roma sofrer com a dupla Ocampos e Reguilón. E foi por ali – pela esquerda e com os dois jogadores citados – que os comandados de Lopetegui abriram o placar. Aos 21 minutos, Ocampos chamou a marcação de Mancini para a ponta, abrindo um espaço na defesa giallorossa. Reguilón saiu da ala e atacou o espaço criado pelo argentino, invadindo, com facilidade, a área romana e finalizando em cima de Pau López, que aceitou o arremate.

O gol anotado por Reguilón forçou a Roma a mudar a sua estratégia. Acuada e contra as cordas, a equipe italiana sofria, resistia e não agredia os espanhóis. Com a desvantagem no marcador e precisando ao menos de um empate, a Roma se lançou ao ataque. E foi graças a essa mudança de postura que a equipe da Cidade Eterna teve a sua primeira e única finalização no primeiro tempo. Tendo em Dzeko, seu capitão, o norte de suas ações, a Loba buscava o bósnio para realizar as transações ofensivas, por meio de lançamentos – e precisava dele para criar situações de gol. Com um repertório fraco, o time de Paulo Fonseca não assustava o goleiro Bono, que fez apenas uma defesa na partida.

Mkhitaryan teve pouquíssimas oportunidades de criar algo para evitar a derrota da Roma, em Duisburg (Getty)

Apesar de se lançar ao ataque, não era a Roma quem levava mais perigo. Ineficientes, os italianos viam o Sevilla controlar a partida sem precisar da bola. Esperando os giallorossi, os espanhóis mostravam um contra-ataque feroz e mortal. Em um deles, os comandados de Lopetegui viram Ocampos avançar, após ser lançado por Jordán, vencer Ibañez e cruzar, na medida, para En-Nesyri ampliar o placar.

Sem conseguir acompanhar o Sevilla, que escolhia como e onde atacar, a Roma abusava das faltas – cometeu 18 no total. Dominada do começo ao fim e com raríssimos momentos positivos, a maioria deles criados por Spinazzola e Dzeko, a equipe capitolina parecia perdida, sem força e identidade. Diante do seguro time de Nervión, que via Banega comandar o seu meio-campo com mais uma atuação magistral, a Roma tomava bolas nas costas e era incapaz de frear os passes em entrelinhas dos espanhóis.

A apresentação decepcionante diante do maior campeão da competição acende uma luz amarela no time da capital. Apesar dos sete jogos de invencibilidade na reta final da Serie A, a equipe de Paulo Fonseca regrediu do começo da temporada para cá. Não pela derrota, natural em um confronto desse nível, mas sim pela atuação. Pela transformação da equipe de um time ofensivo, confiante e que encurralava os adversários com um belíssimo jogo de posição em uma formação insegura, acuada e sem identidade.

O técnico português precisará olhar com atenção para a irregularidade da equipe e do seu próprio serviço – que parecia extremamente promissor, mas deixa a desejar nos momentos chaves. Para um time como a Roma, com a qualidade técnica presente em seu plantel, depender de Dzeko para chegar ao ataque, segurar a bola, armar o jogo e finalizar as jogadas é pouco, muito pouco.

Tudo isso deve assustar a nova cúpula romanista. O último jogo da gestão de James Pallotta na Roma teve a melancolia inerente aos derradeiros meses da presidência do norte-americano – que ofuscaram a campanha semifinalista europeia, em 2018, e três vice-campeonatos europeus. No início da manhã na Europa, horas antes da partida, o clube confirmou que o empresário ianque Dan Friedkin adquiriu o controle acionário giallorosso por 591 milhões de euros. A nova administração terá bastante trabalho para conquistar a confiança do torcedor, abalada pela frieza da relação com o antecessor.

Vencedor do confronto dessa quinta, o Sevilla enfrentará o Wolverhampton nas quartas de final. Após bater o Getafe, a Inter também avançou e será a única representante italiana nesta fase da competição: encara o Bayer Leverkusen.

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