O torcedor do Milan viveu fortes emoções nesta quinta-feira. E também teve motivos para acreditar que o seu time vai lutar até o fim por seus objetivos. Os rossoneri viajaram até o norte de Portugal para enfrentarem o Rio Ave na quarta – e última – etapa preliminar da Liga Europa, em jogo único, e conseguiram a vaga na fase de grupos com muita luta. Tudo isso após empate no tempo normal, gol salvador na prorrogação e uma disputa de pênaltis quase interminável.
A partida não foi um primor técnico. O tempo fechado e o gramado pesado contribuíram para um jogo de poucas ideias do Milan, que contou com Castillejo e Saelemaekers bastante apagados na etapa inicial. Logo no início do segundo tempo, a sorte mudou para o belga, que conseguiu aproveitar uma sobra de escanteio e vencer o goleiro Kieszek. Mas a vantagem rossonera durou pouco: aos 72, o time de Vila do Conde tabelou pela direita e empatou, depois que Chico Geraldes recebeu de Lucas Piazon e encheu o pé.
Até o fim dos 90 primeiros minutos, pouco ocorreu. As equipes começaram a fazer faltas mais pesadas e o jogo parou bastante – seguindo o roteiro que já vinha sendo escrito, com muitos cartões amarelos aplicados pelo árbitro Jesús Gil Manzano. Perto do apito final, Çalhanoglu e Aderllan levaram perigo, mas o empate por 1 a 1 perseverou. Por pouco tempo: logo no início da prorrogação, o Rio Ave virou com uma jogada bem finalizada por Gelson Dala.
Depois de ter sofrido a virada, o Milan se perdeu completamente em campo. Os rossoneri já não vinham jogando bem no Estádio dos Arcos, mas pioraram o nível de sua performance. No sufoco, a sorte sorriu para o Diavolo no último minuto da prorrogação. O zagueiro Borevkovic colocou a mão numa bola alçada à área, sem qualquer justificativa, e cometeu pênalti – além disso, foi expulso por acúmulo de amarelos. Çalhanoglu converteu a cobrança e a decisão ficou para as penalidades máximas.
O marasmo que durou 119 minutos foi embora depois da falha absurda de Borevkovic. Se o empate não era emocionante o suficiente, o que veio depois levaria ao delírio qualquer um que estivesse assistindo ao jogo. Debaixo de uma chuva insistente, Milan e Rio Ave fizeram uma disputa de pênaltis que beirou a insanidade.
Ambas as equipes acertaram suas sete primeiras penalidades, até o jovem milanista Colombo errar. Com a faca e o queijo na mão, o defensor Nélson Monte deu azar e acertou, incrivelmente, as duas traves. Os goleiros também tiveram de cobrar e mandaram seus chutes para longe. Os times, então, precisaram repetir a ordem de batedores definida previamente.
Kieszek se redimiu na sequência, ao defender o chute de Bennacer, enquanto Donnarumma levou sorte: foi deslocado por Geraldes, mas acabou salvo pela trave. Kjaer garantiu a vantagem para o Milan com seu segundo petardo de segurança, no meio do gol, e o capitão rossonero defendeu a pedrada de Aderllan, na sequência. Depois de empate aos 120 minutos, 24 pênaltis cobrados e um 9 a 8 nas finalizações a partir da marca da cal, o Diavolo voltará a disputar um título continental. Logo abaixo, confira os momentos decisivos da eliminatória com seus próprios olhos.