Nesta quinta, 4 de novembro, a Roma tinha uma missão na Liga Conferência: vencer o Bodo/Glimt para aplacar o vexame que passou na terceira rodada da competição, quando levou 6 a 1 do adversário na visita à Noruega. Não conseguiu. Mesmo jogando com o time titular, diferentemente do que ocorrera na Escandinávia, a equipe de José Mourinho voltou a apresentar fragilidades defensivas e ficou no 2 a 2 no Olímpico.
Após a derrota para o Bodo/Glimt, Mourinho criticou bastante alguns dos reservas do elenco romanista, que chegou a barrar nas partidas seguintes. Dessa vez, o treinador português colocou em campo o melhor onze que tinha à disposição, desfalcado apenas de Viña e Pellegrini, com problemas físicos – Spinazzola, lesionado na Eurocopa, não foi inscrito na Conference League.
Para não escalar jogadores que não considera confiáveis, o técnico da Roma moveu Cristante para a zaga e Ibañez para a lateral esquerda, enquanto Darboe foi o volante titular no 4-2-3-1 habitual. No Bodo/Glimt, o comandante Kjetil Knutsen só fez uma mudança em relação ao time que venceu os giallorossi: o meia Berg, autor de um dos gols, deu lugar a Hagen.
Precisando da vitória, a Roma tentou emparedar o Bodo/Glimt desde os primeiros minutos. No entanto, a defesa norueguesa estava bem postada e bloqueava tanto linhas de passe quanto finalizações. Nesse cenário, o primeiro chute de maior perigo dos mandantes saiu aos 22, numa tentativa de fora da área, com Abraham. Na sequência, El Shaarawy apareceu na área para, de primeira, completar um cruzamento em cobrança de escanteio, e só não marcou porque Konradsen desviou meio sem jeito, pela linha de fundo.
Os minutos passavam e a Roma não conseguia superar o bloqueio escandinavo. Até que, aos 45, o Bodo/Glimt surpreendeu. Hagen recuperou a bola após chute longo de Rui Patrício, avançou e serviu Solbakken. Na meia-lua, entre os zagueiros da Loba, o atacante, que anotara dois gols na Noruega, puniu os giallorossi novamente, dessa vez com uma finalização no ângulo. Ao fim do primeiro tempo, parte da torcida romanista vaiou a equipe da casa.

No Olímpico, El Shaarawy foi um dos pouco romanistas que se salvaram no empate com o Bodo/Glimt (Getty)
Por ironia do destino, Mourinho teve de voltar para o segundo tempo com uma alteração indesejada, levando a campo um dos criticados no jogo de ida. Mkhitaryan e Darboe, apagados, deram lugar a Pérez, autor do gol de honra na Noruega, e ao anteriormente barrado Villar. A Roma melhorou levemente de produção e começou a pressionar o Bodo/Glimt de forma mais efetiva, a ponto de reclamar de dois pênaltis. De fato, em lances distintos, defensores do time visitante interceptaram a trajetória da bola com o braço, mas a arbitragem deixou seguir. Não há VAR nesta fase da Conference League.
A pequena melhora da Roma, entretanto, terminou em bola na rede. No minuto 54, Zaniolo arrancou e serviu El Shaarawy na ponta esquerda. O ítalo-egípcio cortou para dentro e finalizou com muita felicidade, no ângulo de Khaykin. Só que a felicidade giallorossa durou pouco. Aos 65, a defesa italiana ficou observando o time norueguês trocar passes e, além disso, nada fez para impedir que Botheim entrasse na área sozinho para, de cabeça, completar a jogada.
Depois do gol, Mourinho lançou Shomurodov e partiu para o abafa. Aos 75, o uzbeque apareceu no primeiro pau para dar uma casquinha numa cobrança de escanteio e, na sequência, a Roma perdeu duas chances claríssimas: primeiro, Mancini cabeceou a poucos metros da baliza e acertou a trave; no rebote, Cristante finalizou mascado de dentro da pequena área e mandou para fora.
A Roma continuou a pressionar e Mourinho teve de colocar outro ex-barrado: Mayoral substituiu Abraham. Pouco tempo depois da entrada do espanhol, a equipe italiana conseguiu o empate. Ibañez surgiu na área como atacante e, de cabeça, completou um cruzamento no segundo pau. Khaykin até defendeu, mas a bola cruzou a linha. Dali em diante, o time visitante se fechou ainda mais na defesa e os capitolinos passaram a alçar bolas na área, mas sem obter sucesso.
O empate por 2 a 2 não chega a ser uma tragédia absoluta para a Roma, mas evidenciou os problemas defensivos da equipe, problemas de criação e, outra vez, expõe Mourinho a críticas. Além disso, deixa o time numa situação não muito confortável no Grupo C da Liga Conferência: os capitolinos ocupam a segunda posição, com 7 pontos, um atrás do Bodo/Glimt e um à frente do Zorya Luhansk. Na próxima rodada, os giallorossi recebem o adversário da Ucrânia, enquanto os escandinavos, também como mandantes, encaram o virtualmente eliminado CSKA Sofia (1 pontinho). Vale lembrar que apenas o primeiro colocado de cada chave avança diretamente às oitavas de final da competição. Para alcançar esta etapa, os vice-líderes terão de passar por um playoff com os terceiros colocados da fase de grupos da Liga Europa.