Liga dos Campeões

Na UCL, enquanto a Inter venceu bem e se aproximou das oitavas, o Milan vê eliminação iminente

Esta quarta, 3 de novembro, reservou dois confrontos decisivos para os italianos na Liga dos Campeões. Em casa, o Milan buscava a primeira vitória para manter acesa a esperança da classificação, mas esbarrou em um primeiro tempo irreconhecível diante do Porto. Já a Inter foi até Tiraspol para afastar a zebra, representada pelo Sheriff, e conseguiu voltar com os três pontos para a Itália. Dessa vez, o fantasma da fase de grupos parece menos rebelde. Confira, abaixo, o resumo e a análise destes jogos.

Sheriff Tiraspol 1-3 Inter

Em Tiraspol, na Moldávia, a Inter foi em busca da segunda vitória nesta fase de grupos. O confronto com o Sheriff era decisivo porque uma vitória do time transnístrio lhe faria assumir a liderança da chave e o deixaria com um pé na oitavas de final. Porém, não foi o que aconteceu.

O time de Simone Inzaghi dominou por completo os primeiros 45 minutos. Foram inúmeras oportunidades empilhadas de diferentes formas: através de pressão na saída de bola, de troca de passes até achar espaço na defesa adversária, de chutes de fora da área ou na tradicional jogada aérea, um dos fortes desta Inter. Foi em uma cobrança de escanteio de Dimarco que Dzeko quase marcou, com cabeçada que passou ao lado da baliza moldava.

Foi com o próprio Dzeko que surgiu outra grande chance. Ele recebeu na área, matou no peito e finalizou forte para a defesa de Athanasiadis, goleiro do Sheriff, que começava a ser o nome do jogo. A impressão daquele momento é que qualquer tentativa do camisa 9 interista não entraria. De fato, o bósnio não balançou as redes, mas a Inter tinha outros jogadores para fazer o serviço.

Darmian, num chute torto, e Lautaro, que carimbou a trave em finalização de fora da área, também desperdiçaram oportunidades. Parecia ser mais uma noite de Champions em que o ataque da Inter iria decepcionar – enquanto, num retrato fiel da etapa inicial, o Sheriff só se defendia e buscava armar o contragolpe para surpreender. No entanto, no início do segundo tempo, os nerazzurri mudaram a história do confronto.

Aos 54 minutos, surgiu a estrela de Brozovic. O croata, que já controlava o meio-campo juntamente a Vidal, aproveitou um lance em que o chileno batalhou bastante para roubar bola na saída do Sheriff, próximo à grande área. O camisa 22 venceu a marcação aos trancos e barrancos, e serviu o companheiro, que deixou dois defensores no chão e chutou com a perna direita, no cantinho, para estufar as redes de Athanasiadis.

Depois disso, o Sheriff teve que sair para o jogo. Deixou a estratégia de jogar somente no contra-ataque e passou a propor as ações. Levou perigo por alguns minutos, mas foi freado pela bola aérea da Inter. Em cobrança de escanteio de Brozovic, De Vrij cabeceou para defesa do goleiro, mas, no rebote, Skriniar precisou de dois chutes para fazer o 2 a 0 e tranquilizar o torcedor interista.

No fim, a vitória também teve dedo direto de Inzaghi. O técnico colocou Sánchez em campo e, logo no seu primeiro lance, o chileno venceu duelo contra Dulanto e chutou forte para marcar o terceiro da Inter. Já nos acréscimos, veio o gol de honra do time da casa. Thill cruzou e Traoré desviou para anotar o 3 a 1 e repetir o placar do primeiro confronto entre as equipes.

O Sheriff, por mais perigoso que seja, foi o melhor adversário que a Inter poderia ter tido neste momento. Depois da derrota na estreia para o Real Madrid e o empate contra o Shakhtar Donetsk, os nerazzurri conseguiram, contra os moldavos, marcar os seus primeiros gols nesta edição do torneio, mostrando o poder do melhor ataque da Serie A, somar mais seis pontos e, de quebra, conquistar o segundo lugar do Grupo D.

Por isso, a Inter agora depende, mais do que nunca, de si mesma para voltar às oitavas da Champions League. Isso porque, no outro jogo da chave, o Real Madrid venceu o Shakhtar por 2 a 1. Agora, o grupo tem os merengues na liderança, com 9 pontos, e a Inter logo atrás, com 7. O Sheriff tem 6 e, na lanterna, a os ucranianos, treinados por Roberto De Zerbi, decepcionam, com apenas 1 ponto ganho.

O Milan colecionou mais um tropeço nesta Champions League e reclamou de falta em Bennacer no lance do gol do Porto (Getty)

Milan 1-1 Porto

No San Siro, o Milan tinha a sua última ficha para continuar sonhando com as oitavas de final da Liga dos Campeões. Para isto, Stefano Pioli mandou a campo o que tinha de melhor. Contou com os regressos de Brahim Díaz e Hernandez, curados da covid-19, e optou por um meio-campo com Tonali e Bennacer, deixando Kessié, que retornava após cumprir suspensão, no banco.

Mesmo com o apoio da torcida, quem começou pressionando foram os portugueses. A chegada de Evanilson logo nos minutos iniciais parecia dar o tom do que seria o primeiro tempo. E não demorou até o Porto abrir o placar. Grujic, que entrou de última hora por conta de lesão de Uribe no aquecimento, roubou a bola de Bennacer – num lance reclamado pelos donos da casa – e serviu Luis Díaz. O colombiano aproveitou e marcou o primeiro da partida. Um duro golpe, ainda aos 6 minutos de jogo.

Golpe que o Milan sentiu muito. Os portistas pressionavam e colocavam a intensidade que queriam no jogo. As oportunidades eram criadas tanto na pressão na saída de bola quanto pelas jogadas aéreas. E coube a Tatarusanu evitar o pior. O goleiro romeno fez duas grandes defesas em cabeçadas de Grujic, que estava elétrico na partida. Já do outro lado, Diogo Costa, o arqueiro portista, só foi exigido aos 32 minutos, quando Giroud efetuou um belo chute de fora da área.

O primeiro tempo se resumiu a um Milan apático e irreconhecível, bem distante do time que é o líder invicto da Serie A, ao lado do Napoli. Brahim Díaz também não voltou no mesmo nível que estava antes e coube apenas a Hernandez ser a principal ameaça ofensiva dos rossoneri, ao passo que Tonali se esforçava para manter o time organizado.

Contudo, a postura depois do intervalo mudou. O Milan impôs mais dificuldades ao Porto e conseguiu criar boas chances. Em uma delas veio o gol. Bennacer cobrou falta, a bola bateu na barreira e sobrou para Giroud. O francês finalizou para defesa de Diogo Costa, mas, no rebote, Kalulu colocou para dentro da área e Mbemba acabou cortando contra a própria baliza, empatando o jogo. Detalhe é que o lateral francês havia substituído Calabria, que saiu no intervalo por conta de um mal-estar.

Para dar um gás final, Pioli colocou Ibrahimovic nos últimos 15 minutos e o sueco até marcou, mas foi assinalado impedimento de Hernandez na origem do lance. Ambas as equipes queriam e precisavam da vitória, mas não conseguiram balançar as redes novamente. O placar final simbolizou o domínio de cada um dos times em metade da partida.

Em termos de resultados, esta Liga dos Campeões tem sido digna de esquecimento para o torcedor milanista, que não via o clube na competição desde 2014. Afinal, o Diavolo tem apenas um ponto em quatro partidas e, pela primeira vez em sua história, não venceu nenhum dos seus quatro primeiros jogos numa edição do torneio. Entretanto, há um lado positivo. A participação no certame reanima o sentimento do torcedor, dá experiência aos mais novos e fortalece o projeto de reconstrução do clube.

Agora, a classificação do time italiano na Liga dos Campeões é bastante improvável, mas os próximos dois jogos servirão para que o Milan descubra se permanecerá em uma competição europeia. Pelo outro jogo do grupo, na Inglaterra, o Liverpool venceu o Atlético de Madrid por 2 a 0 e já se garantiu nas oitavas de final, como primeiro do Grupo B, com 12 pontos. Logo atrás, o Porto tem 5, o Atleti tem 4 e o Diavolo tem apenas um pontinho. O próximo compromisso será na capital espanhola, contra os colchoneros.

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