As oitavas de final da Coppa Italia começaram nesta semana e, apesar de não termos assistido a grandes jogos, já tivemos surpresas. Na terça, a Inter teve muitas dificuldades e precisou da prorrogação para virar sobre o Parma, da segunda divisão, e se classificar. Já o Milan, seu grande rival, não teve a mesma sorte: foi eliminado logo na estreia, em pleno San Siro, ao perder no tempo extra para o Torino. Roma e Fiorentina, por outro lado, não enfrentaram problemas. Acompanhe o resumo das partidas.
Inter 2-1 Parma
Na abertura das oitavas da Coppa Italia, a Inter, que defende o troféu conquistado em 2022, flertou com uma vexatória eliminação. Em San Siro, a equipe nerazzurra fez uma péssima partida e precisou da prorrogação para virar o Parma, atual sexto colocado da Serie B. Durante quase 90 minutos, o time de Simone Inzaghi sequer finalizou na direção do gol defendido pelo veterano Gianluigi Buffon – que ainda veio a se destacar no final do tempo regulamentar.
Durante um primeiro tempo bastante moroso, os mandantes só tiveram uma boa chance: aos 23, Gagliardini recebeu de Gosens, na entrada da área, mas finalizou para fora. Uma Inter desfalcada de nomes como Barella, Çalhanoglu, Brozovic e Lukaku se viu assolada pela falta de ousadia, por grosseiros erros de fundamentos e pelo desleixo. O castigo apareceu aos 38, depois que Bernabé enfiou uma bola para Sohm ajeitar de letra e Juric acertar um canhão no ângulo de Onana.
O segundo tempo foi ainda mais deprimente por parte da Inter, ao passo que o Parma realizava uma boa partida do ponto de vista defensivo – em que pese os problemas dos nerazzurri, já citados acima. Aos 88 minutos, o jogo mudou. Martínez aproveitou a sobra de um lançamento de Asllani e arrematou, contando com o desvio em Osorio para bater Buffon. Nos acréscimos, o arqueiro de quase 45 anos apareceu para segurar o empate com uma defesa dificílima, num chute forte e rasteiro de Dzeko, em seu contrapé.
Na prorrogação, o duelo se acendeu. O Parma foi superior no primeiro tempo extra e quase chegou ao segundo gol após Gagliardini presentear Hainaut: o francês efetuou um chute cruzado e tirou tinta da trave de Onana. Aos 110, porém, a Inter conseguiu se aliviar. Asllani encontrou Dimarco com lançamento longo e, após Buffon rebater o cruzamento do ala, Acerbi apareceu para mandar para as redes, com forte cabeçada da entrada da área. Foi o suficiente para que os nerazzurri salvassem a própria pele. Mas, nas quartas, a equipe de Inzaghi precisará jogar mais se tiver a ambição de eliminar Atalanta ou Spezia.
Milan 0-1 Torino
Eram esperados cerca de 60 mil torcedores para acompanhar o Milan na fria noite de quarta, em San Siro. Os presentes no estádio, porém, acabaram vivenciando uma enorme frustração: o Diavolo finalizou 32 vezes, colocou bola na trave e atuou com um jogador a mais por quase uma hora. Mas, mesmo assim, caiu na estreia na Coppa Italia pela primeira vez desde 2008.
O Torino mostrou que poderia ser capaz de criar problemas para os milanistas logo aos 11 minutos, quando Sanabria puxou a marcação e deixou Lukic na cara do gol. O sérvio tentou colocar no contrapé de Tatarusanu, mas o romeno efetuou ótima defesa. A partir de então, o time da casa se organizou no 3-5-1-1 experimentado pela primeira vez por Stefano Pioli e acionou bastante o norte-americano Dest. Foi dele que surgiu a melhor chance rossonera na etapa inicial, após um chute desviado que obrigou Milinkovic-Savic a se esticar para colocar a bola para fora. Na cobrança de escanteio, De Ketelaere deu uma casquinha e acertou a trave grená.
Diante das atuações apagadas de jogadores como De Ketelaere e Saelemaekers, e das improdutivas entradas de Hernandez e Rafael Leão, o Milan não conseguiu ser mais perigoso nem depois da expulsão de Djidji, que cometeu falta em Junior Messias, no intuito de matar um contra-ataque gerado por erro de recuo de Rodríguez. A falta de criatividade dos rossoneri consagrou o sistema defensivo grená, que tinha no holandês Schuurs o seu comandante.
Na prorrogação, a vantagem que o Milan tinha caiu por terra – mas não porque os mandantes tiveram um jogador expulso. Adopo substituiu um exausto Ricci e conseguiu, com muito fôlego e imposição física, tapar buracos na retaguarda granata. Aos 114 minutos, o francês ainda colocou o pé no acelerador para correr por cerca de 60 metros e completar um contra-ataque puxado por Lukic e pelo seu compatriota Bayeye, fechando o placar e mandando os adversários para uma noite de concentração no CT de Milanello.
Roma 1-0 Genoa
Jogando em casa, a Roma não teve nenhuma dificuldade de superar o Genoa e avançar às quartas de final da Coppa Italia – fase em que enfrentará o vencedor do duelo entre Napoli e Cremonese. A partida teve ritmo bastante lento e foi decidida no segundo tempo, após a entrada de Dybala.
Num primeiro tempo de poucas emoções, apenas a Roma levou perigo. Aos 21 minutos, o goleiro Martínez mandou para escanteio uma finalização rasteira de Abraham mandada, ao passo que, aos 33, só pode torcer. Após cobrar falta na área, Pellegrini se movimentou bem para receber passe de Matic e carimbou o travessão.
O capitão romanista saiu no intervalo, para a entrada de Dybala, e o atacante acendeu a Roma. Logo aos 52, o argentino saiu costurando e, com chute da entrada da área, obrigou Martínez a fazer boa defesa. Aos 64, não teve jeito para o arqueiro espanhol. La Joya recebeu de Mancini e acelerou, deixando três adversários comendo poeira, antes de finalizar para as redes. Com o resultado em mãos, a equipe de José Mourinho apenas deixou o tempo passar e garantiu sua vaga na próxima fase.

Em jogo de poucas emoções, gol de Barák definiu a classificação da Fiorentina e a queda da Sampdoria (Getty)
Fiorentina 1-0 Sampdoria
Fiorentina e Sampdoria entraram em campo cientes de que a vencedora do confronto teria o Torino, e não o Milan, pela frente nas quartas – ou seja, um adversário mais acessível. Embalada pela abertura de caminho na copa, a equipe mandante dominou o primeiro tempo e teve poucas dificuldades diante de uma adversária desinteressada na competição, visto que almeja se salvar do rebaixamento na Serie A.
Apesar do amplo domínio da Fiorentina, foi a Sampdoria que teve a primeira chance clara do jogo. Aos 21 minutos, depois de uma cobrança de escanteio, Rincón cabeceou e acertou o travessão. Mas a resposta violeta foi imediata: aos 25, aproveitando sobra de cruzamento, Barák emendou um voleio de canhota e abriu o placar.
Nos acréscimos do primeiro tempo, no limiar da pequena área, Jovic desperdiçou incrível chance de ampliar, ao arrematar para fora. E, dali em diante, quase nada aconteceu na partida – apenas algumas chegadas esporádicas e pouco perigosas da Fiorentina e, na reta final do jogo, a expulsão de Murillo por conta do segundo cartão amarelo. Nas quartas, a Viola deve ter páreo mais duro ante o Torino.