Categorias de base Outros torneios Seleção italiana

Apesar da decepção na Euro Sub-21, a Itália teve bons destaques individuais no torneio

Pouco mais de 10 dias após o vice-campeonato no Mundial Sub-20, outra seleção juvenil da Itália entrou em campo para disputar mais uma competição importante: a Euro Sub-21. As expectativas depositadas sobre os azzurrini eram grandes, considerando o ótimo elenco convocado para a disputa do torneio. No entanto, a Nazionale decepcionou e foi eliminada logo na fase de grupos.

A Euro Sub-21 é uma competição de alto nível e costuma revelar bons nomes no cenário mundial. Além disso, é um torneio marcado pela mescla entre jovens promessas e jogadores já consolidados no profissional. Vale destacar que a Uefa ajusta o limite de idade dos inscritos em relação ao início do ciclo, de modo que é comum que atletas de até 23 anos disputem o campeonato.

O treinador Paolo Nicolato, no cargo da seleção sub-21 italiana desde 2019, convocou um time inteiramente diferente daquele que se apresentou no Mundial. Mas, ainda assim, seu elenco estava repleto de talentos. Por exemplo, Giorgio Scalvini, Sandro Tonali e Wilfried Gnonto, todos com passagem pela equipe principal da Nazionale, estiveram entre os 23 nomes que viajaram à Romênia para disputar o torneio – que também teve a Geórgia como sede.

Apesar do potencial demonstrado pelo elenco e de bons momentos dentro de cada partida, a campanha italiana se encerrou precocemente, ainda na fase de grupos. Como consequência, a Itália não disputará a Olimpíada de 2024.

A Itália iniciou sua trajetória com uma derrota polêmica, por 2 a 1, contra a favorita França. Pela ausência de VAR, passaram batido um pênalti e um gol a favor dos italianos, e ainda houve discussão sobre o tento que definiu o triunfo dos Bleus – a polêmica foi tão grande que a Uefa decidiu utilizar a arbitragem de vídeo a partir das quartas de final. Depois, a equipe de Nicolato venceu a Suíça, por 3 a 2, e perdeu para a Noruega, por 1 a 0. Os azzurrini acabaram eliminados por terem balançado as redes uma vez a menos do que os suíços.

A fraca campanha italiana, no entanto, não impediu que alguns dos jogadores se destacassem na competição. Confira, abaixo, alguns dos azzurrini que se apresentaram bem ao longo das três partidas.

Marco Carnesecchi

Carnesecchi, goleiro (Sportsfile/Getty)

Posição: goleiro
Idade: 22 anos (01/07/2000)
Pé: destro
Altura: 1,91 m
Clube: Cremonese, emprestado pela Atalanta

Presença constante nas categorias de base da Itália, Carnesecchi se apresentou bem novamente. O goleiro de 1,91 m lida bem com bolas aéreas levantadas na grande área e reage rápido ao precisar sair da meta para intervenções rasteiras – apesar da falha no gol da Noruega. Ele também demonstrou boa movimentação para oferecer linhas de passes aos zagueiros, mas usualmente não corre riscos com a pelota no pé, preferindo sempre lançamentos longos.

Caleb Okoli

Okoli, zagueiro (Sportsfile)

Posição: zagueiro
Idade: 21 anos (13/07/2001)
Pé: destro
Altura: 1,91 m
Clube: Atalanta

Defensor agressivo, Okoli mostrou bom timing para desgarrar da própria retaguarda, pressionar e desarmar rivais antes que eles dominem e girem com bola – essa agressividade na marcação é parte importante de seu jogo, já que ele sentiu dificuldades ao enfrentar jogadores ágeis, frente a frente. O atleta de 21 anos também mostrou qualidade ao buscar passes rasteiros para romper linhas, embora não os execute com grande frequência, e para realizar ultrapassagens pelo corredor direito. Estas são duas características importantes para beques que atuam em sistemas de três zagueiros.

Raoul Bellanova

Bellanova, lateral-direito (LaPresse)

Posição: lateral-direito
Idade: 23 anos (17/05/2000)
Pé: destro
Altura: 1,88 m
Clube: Inter, emprestado pelo Cagliari

Não seria exagero dizer que Bellanova foi o melhor jogador da Itália na competição. O ala se destacou principalmente pela grande capacidade física para atacar em profundidade seguidas vezes, demonstrando muita potência para arrancar em direção à linha de fundo e cruzar para a área – seus levantamentos criaram boas chances. Raoul foi uma das principais armas italianas na Euro e apresentou bom rendimento em um esquema semelhante ao da Inter, equipe da qual está de saída.

Fabiano Parisi

Parisi, lateral-esquerdo (Ansa)

Posição: lateral-esquerdo
Idade: 23 anos (09/11/2000)
Pé: canhoto
Altura: 1,78 m
Clube: Empoli

Ala bastante ofensivo, Parisi ganhou a posição de Destiny Udogie após falha feia e desempenho decepcionante do atleta da Udinese contra a França. Titular do Empoli há três anos, é um dos vários bons jovens jogadores revelados pela base do clube toscano, que há bastante tempo vem emplacando nomes nas seleções juvenis da Itália, e correspondeu à chance dada por Nicolato. Fabiano tem gosto pelo drible e faz uso de sua aceleração e de sua agilidade para costurar adversários pelo corredor esquerdo e superá-los. Além disso, se destaca conduzindo a bola para ganhar terreno e usa seu arranque rápido para interceptar jogadas no campo defensivo.

Sandro Tonali

Tonali, meio-campista (Ansa)

Posição: meio-campista
Idade: 23 anos (08/05/2000)
Pé: destro
Altura: 1,81 m
Clube: Milan

Capitão e jogador mais conhecido do elenco, Tonali dispensa apresentações. O jovem meia do Milan, que – segundo rumores – está próximo de acertar com o Newcastle, por 80 milhões de euros, é bastante intenso e impressiona pela capacidade de pressão e condução da pelota. Além disso, é muito eficiente na bola parada: os escanteios cobrados por ele criaram diversas chances e geraram dois gols da Itália.

Nicolò Rovella

Rovella, meio-campista (AFP/Getty)

Posição: meio-campista
Idade: 21 anos (04/12/2001)
Pé: destro
Altura: 1,79 m
Clube: Monza, emprestado pela Juventus

O regista da seleção italiana sub-21 foi Rovella, dono de um repertório de passes interessante para inverter jogadas e distribuir o jogo de um lado ao outro. O meia evita girar ao receber de costas e rende melhor ao receber a bola de frente para o campo adversário – até por isso, foi comum vê-lo baixando para a linha dos zagueiros e iniciando a construção azzurra. Defensivamente, Rovella mostrou boa leitura para realizar coberturas. Aos 21 anos, é outro jogador que tem boa experiência na primeira divisão nacional, acumulando mais de 4 mil minutos ao longo dos últimos anos, por Genoa, Juventus e Monza.

Wilfried Gnonto

Gnonto, atacante (Ansa)

Posição: atacante
Idade: 19 anos (05/11/2003)
Pé: destro
Altura: 1,70 m
Clube: Leeds

Gnonto era um dos jogadores mais jovens do elenco italiano, apesar de ser um dos nomes já convocados por Roberto Mancini para a seleção principal. O ponta produziu seis gols na Premier League 2022-23, mas viu o Leeds ser rebaixado para a segunda divisão. Atuando em uma dupla de ataque, mostrou facilidade para trabalhar em espaços curtos, tendo a rápida mudança de direção como uma de suas virtudes para driblar oponentes, e boa mobilidade para se deslocar aos corredores laterais. Por ser bastante veloz, Wilfried também é capaz de ameaçar em campo aberto, mas precisa tomar melhores decisões nas proximidades da área para melhorar sua produção ofensiva.

Pietro Pellegri

Pellegri, atacante (AFP/Getty)

Posição: atacante
Idade: 22 anos (17/03/2001)
Pé: canhoto
Altura: 1,88 m
Clube: Torino

Jovem prodígio, Pellegri estreou profissionalmente aos 15 anos e 280 dias, além de ter sido o jogador mais jovem a marcar dois gols em uma partida da Serie A, em 2017. Uma transferência precoce ao Monaco, da França, não rendeu frutos e o atacante viu sua carreira estagnar. Embora não tenha decolado como se esperava, Pietro fez boa Euro e mostrou que ainda pode ser uma peça interessante: atuando sempre pelo centro, ele se destacou principalmente ao receber passes rasteiros de costas para a meta rival e combinar com seus companheiros, dando continuidade em boa parte das jogadas e atraindo zagueiros para criar espaço.

Compartilhe!

Deixe um comentário