Liga dos Campeões

Jogo pelos flancos e domínio de Brozovic como chaves: a análise tática de Benfica 0-2 Inter

Nesta terça-feira, 11 de abril, ocorreu o confronto entre Benfica e Inter, válido pela ida das quartas de final da Champions League. Diante do time português, a equipe italiana buscava dar o primeiro passo rumo às semifinais e consolidar o seu posto no grupo dos quatro melhores times da Europa nesta temporada. Diligente, a Beneamata teve sucesso no seu intento.

Formações iniciais

Sem Bah, lesionado, e Otamendi, suspenso, o técnico Roger Schmidt escalou o Benfica com Gilberto na lateral direita e Morato na zaga – David Neres, outro brasileiro, começou a partida no banco. Simone Inzaghi, por outro lado, não pode contar com Çalhanoglu e promoveu o retorno de Brozovic ao time titular.

A formação base de cada clube

O Benfica não foi capaz de produzir muito

Assim como no confronto contra o Porto, a Inter começou se defendendo em um bloco médio durante a saída de bola do Benfica. Alguns momentos de pressão alta ocorreram, mas não foram os mais constantes durante a partida: nesse cenário, o trio de meio-campo adotava uma postura mais agressiva na marcação, acompanhando os movimentos adversários. Barella, por exemplo, era o responsável por Chiquinho, que recuou constantemente para a linha dos zagueiros, no intuito de buscar vantagem numérica.

Chiquinho recua e Barella acompanha (BT Sport 2/editada)

Ao congestionar o centro do campo, a Inter foi capaz de impedir a troca de passes curtos entre os atacantes do Benfica e limitou bastante a criação do time português. Ao final do primeiro tempo, os italianos permitiram apenas duas finalizações.

A saída de bola da Inter

O grande mérito da Inter no primeiro tempo esteve em sua própria saída de bola. Confrontada com a marcação agressiva do Benfica, a defesa nerazzurra foi capaz de manipular o posicionamento dos atacantes rivais (de Gonçalo Ramos, em especial) ao circular a pelota e encontrar Brozovic livre, nas costas da primeira linha de pressão. A qualidade de Onana no jogo com os pés também acabou sendo determinante, pela capacidade de quebrar linhas com um passe rasteiro ou um lançamento longo.

Brozovic recebe livre e pode prosseguir a jogada (BT Sport 2/editada)

O Benfica foi incapaz de limitar as ações de Brozovic na partida e ele foi parte importante da estrutura ofensiva da Inter, invertendo o jogo e conectando lançamentos longos com frequência.

Todos os passes de Brozovic na partida

A partir daí, a Inter acelerava a jogada, buscando seu setor esquerdo e/ou se estabelecia no campo ofensivo. Ali, circulava a bola até encontrar uma inversão de jogo, trabalhava no corredor lateral para então efetuar cruzamentos em direção à área, onde geralmente Dzeko, Martínez e um dos meias frequentemente se encontravam. Dimarco recebeu em condições favoráveis em diversos lances do primeiro tempo, mas pecou bastante na execução: aos 35 minutos, o ala já acumulava seis tentativas de levantamento, tendo acertado apenas uma.

Uma das situações em que Dimarco recebeu no mano a mano contra Giberto (BT Sport2/editada)

As alterações do Benfica para o segundo tempo

A estratégia italiana se repetiu no segundo tempo e o gol sairia justamente em uma jogada pela ala canhota. Após rodar a bola da direita para a esquerda, Bastoni recebeu com espaço para avançar – dessa vez, Dimarco manteve sua posição avançada, fixando Gilberto e ampliando o espaço disponível para o zagueiro conduzir. Assim, o camisa 95 levou a pelota até a intermediária e acertou um belíssimo cruzamento para Barella, o meia do lado oposto, concluir.

Bastoni cruza para Barella marcar o 1° gol (BT Sport 2/editada)

O time português não foi capaz de oferecer uma resposta aos progressos interistas por ali, mas melhorou sua produção ofensiva ao acumular jogadores no setor da bola, no intuito de trocar passes curtos com mais velocidade. Além disso, a partir da entrada de David Neres no lugar de Florentino, evoluiu pela capacidade de drible e desequilíbrio individual do brasileiro. Ainda mais ofensivo, o Benfica começou a ceder espaços para as transições ofensivas da Inter.

Benfica agrupando jogadores no setor da bola (BT Sport 2/editada)

Foi novamente numa jogada que se originou no setor esquerdo que a Inter chegou ao lance do segundo gol: após novo cruzamento de Bastoni, praticamente do mesmo local em que levantou para o primeiro tento, Dumfries se infiltrou na área e teve boa oportunidade de marcar, mas seu cabeceio foi bloqueado – na sequência do lance, ele mesmo buscou alçar a bola, que desviou no braço de João Mário e gerou o pênalti convertido por Lukaku.

Resultado expressivo

Onana voltou a brilhar, parando o Benfica nas poucas chances cedidas e a Inter conseguiu uma vantagem considerável para o jogo da volta. Apesar do aparente favoritismo do portugueses, pelo momento atravessado pelos dois times, os nerazzurri se mostraram sólidos mais uma vez na copa continental e conquistaram uma façanha para poucos: foi a primeira vez em 2023 que os encarnados terminaram uma partida sem marcar gols. Jogando diante de sua torcida em um San Siro certamente lotado, basta a Beneamata terminar o trabalho para concretizar uma semifinal 100% italiana e, de quebra, garantir uma equipe da Bota na decisão da Liga dos Campeões.

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