Serie A

Batendo cabeças

11ª rodada, o fim de semana dos empates. Sete jogos em dez terminaram sem um vencedor. Bom para a Fiorentina, que subiu para a segunda posição. E péssimo para a Lazio, que vê uma classificação européia cada vez mais distante – e a zona de rebaixamento, por sua vez, sempre mais próxima.

Milan 0-0 Torino
Lucro, somente nas bilheterias. A torcida do Milan compareceu em peso no San Siro para ver o time, novamente, ficar no quase. Méritos para a defesa liderada pelo capitão Comotto, que faz um ótimo início de temporada e já tem seu retorno especulado na Roma. Também destaque para o goleiro Sereni, que no último ano não foi utilizado na Lazio, mas que neste tem se tornado peça fundamental do time de Novellino. Di Michele, finalmente estreando ao lado de Rosina, pouco trabalho deu a Dida.

Ambrosini: se nem o mito milanista tem marcado no San Siro…

Com Oddo e Jankulovski lesionados, Ancelotti foi obrigado a pôr em campo Cafu e Favalli. As jogadas laterais do Milan, já incomuns, praticamente se extinguiram. Kaká, em mais uma noite desinspirada, praticamente não causou problemas à defesa granata, ao contrário de Pirlo, melhor rossonero em campo. Inzaghi ainda entrou no segundo tempo da partida, mas a maldição do San Siro continua em pé: agora são seis jogos em casa sem vitória pela Serie A. Ou oito, se contarmos os dois últimos da temporada 2006-07.

Napoli 1-1 Reggina
Jogo que marcou o retorno do interminável Renzo Ulivieri à Serie A. O novo comandante da Reggina, em substituição a Ficcadenti, conseguiu um ótimo resultado no San Paolo. O Napoli só conseguiu o empate nos acréscimos do segundo tempo, com o pocho Lavezzi, melhor partenopeo em campo, anotando seu primeiro tento no estádio. A Reggina, que pediu falta em Campagnolo no lance, havia aberto o placar com um gol de cabeça de Vigiani após escanteio de Hallfredsson. Campagnolo, aliás, parou todas as oportunidades agudas do Napoli com boas defesas. Inclusive um pênalti de Calaiò, que tirou a bola do cobrador oficial Domizzi para mandar em suas mãos.

Ainda festejando a vitória sobre a Juve, o Napoli caiu dentro do San Paolo

A Reggina, porém, ainda não venceu no campeonato. E a permanência do ídolo Cozza no banco durante toda a partida causou alguns constrangimentos nas entrevistas pós-jogo. O Napoli, por outro lado, com apenas cinco pontos nas seis últimas partidas, vê o sonho de retornar à Europa cada vez mais distante. Mesmo assim não convém duvidar de um time que tem um jogador do nível de Lavezzi em tão boa fase.

Juventus 1-1 Inter
O retorno do derby d’Italia ocorreu em grande estilo. Se não um jogo de grande qualidade técnica, ao menos uma partida bastante disputada. Ranieri armou sua Juve no ataque, e sua alta linha defensiva pôs o ataque nerazzurro em nove impedimentos apenas no primeiro tempo. A mesma defesa, porém, foi pega em contrapé num lançamento de César para Cruz abrir o placar. Com Iaquinta começando no banco, a Juventus viu um retorno do 4-4-2, com Nedved e Palladino nos flancos. Já Mancini optou por Zanetti no centro, com a dupla Chivu e César do lado esquerdo; Maicon e Figo pelo direito.

Julio Cruz abriu o placar e anotou seu sexto gol sobre Buffon

Quente em campo e fora dele. A partida se iniciou com quinze minutos de atraso após o ônibus da Inter ter sido atingido por ovos e latinhas de torcedores da Juventus. Três torcedores bianconeri ainda foram detidos antes do jogo por iniciar coros contra Ibrahimovic. O sueco, aliás, foi visto como alvo também por quem estava em campo. Pará-lo era questão de honra, e Chiellini o fez em grande estilo. A Juve, porém, só conseguiu o empate num chute de Camoranesi desviado na defesa, após Palladino debulhar Grygera nos dribles pela esquerda.

A arbitragem ainda falhou na não-marcação de dois pênaltis, um sobre Del Piero e outro sobre Cruz. Mas destaque para o fair play de Ranieri. O árbitro Rocchi deu um cartão amarelo para Júlio César, que estaria retardando o recomeço da partida. Mas Ranieri informou ao quarto árbitro que o goleiro estava apenas esperando a bola, que não chegava, e o cartão foi cancelado. Ranieri, definitivamente, ainda não entrou no clima dos grandes clássicos.

Lazio 0-1 Fiorentina
Em pleno Estádio Olímpico de Roma, a Lazio mostrou novamente um time frágil, e sem o mesmo brilho do ano passado, quando fez uma campanha digna da vaga conquistada na CL, sobretudo na reta final do campeonato. Resta à torcida biancoceleste torcer por uma semelhante retomada nessa temporada também, pois só assim para espantar os fantasmas que rondam a equipe de Delio Rossi.

Não pode-se dizer porém que o jogo foi feio, ou que a Lazio fez uma partida terrível, pelo contrário, a partida foi bem equilibrada, tendo sida decidida numa falha individual de Ballotta. O goleiro de 43 anos da equipe romana tentou evitar um escanteio após um recuo de cabeça do Cribari, mas não contava com o oportunismo de Pazzini, que estava no lugar certo na hora certa. O atacante não teve dificuldade nenhuma em roubar a bola praticamente da mão do arqueiro, e empurrar pra dentro do gol.
Ambas equipes não estavam no seu máximo, o time viola começou sem Vieri, e sem Mutu. Já a Lazio ainda continua desfalcada sem Mauri, que faz uma falta enorme ao time da capital.
Vergonhoso ter que ressaltar que novamente a Curva Nord foi protagonista de um episódio lamentavel, gritando coros xenófobos contra o jogador romeno Adrian Mutu. [DB]
Parma 2-2 Siena
A equipe parmegiana não conseguiu fazer valer o fator ‘casa’ e deixou o Siena empatar a partida após ter a vantagem no placar duas vezes. No primeiro tempo gols de Corradi e De Ceglie, e na segunda parte gols de Matteini e Galloppa.
Num embate entre duas equipes próximas do fim da tabela, o Parma foi o time que começou buscando o resultado, apertou desde o primeiro tempo e abriu o placar aos 23′ após boa jogada do brasileiro Reginaldo, mas 10 minutos mais tarde faria diferença a qualidade de Locatelli que com um magnífico lançamento deixou De Ceglie na cara do gol, e o ex-juventino mandou pras redes com um bom chute de esquerda.
No segundo tempo, fizeram-se sentir as alterações dos técnicos. Di Carlo lançou em campo o Matteini pelo Parma, e foi justamente ele quem colocou a equipe novamente em vantagem. Mandorlini foi para o tudo ou nada, e colocou em campo Bucchi e Frick para formar o tridente ofensivo, e obteve resultados. A equipe bianconera ficou mais ofensiva, e acreditando até o final chegou ao empate com um chute de Galloppa, ex-Roma, desviado no meio do caminho. [DB]

Catania 1-2 Atalanta
Ci pensa Langella! Com dois gols em dois minutos, o esterno sinistro nerazzurro conseguiu colocar a Atalanta em posição privilegiada. Com 18 pontos, a equipe comandada por Del Neri já ocupa a sexta posição na tabela. O Catania ainda se vê em regular campanha, visto que a squadra de Baldini tem 14 pontos e localiza-se ao lado de Milan, Genoa e Sampdoria na nona posição.
No jogo, nada de muito inesperado quando, aos 24 minutos, a Atalanta conseguiu um pênalti a seu favor – totalmente inesperado quando Cristiano Doni desperdiçou-o e, ainda no 0 a 0, lamentou-se da grande oportunidade perdida. O primeiro tempo permanecera sem gols.
No segundo período, um jogo mais agitado que, após 13 minutos do retorno do intervalo, teve o seu primeiro tento: Antonio Langella, recebendo cruzamento de Doni na direita, consegue estar totalmente sozinho para finalizar a gol e abrir o placar. Dois minutos depois, de novo Doni acha Langella, que, de novo, conclui para as redes do Stadio Angelo Massimino.
Para desespero do time de Bergamo, aos trinta e nove minutos de segundo tempo, Spinesi, sempre ele, acerta um gran destro e emociona a partida. Porém, não foi o suficiente para os donos da casa recuperarem o marcador e saírem de campo derrotados.

Exaltação após o segundo gol.

“Venho de um ano complicado, cheguei na Atalanta para me relançar. No Cagliari, jogava de punta, aqui, como esterno, devo correr mais e dar uma mão à defesa. Assim, quando consigo marcar é mais gratificante. No início, tive algumas dificuldades, com o passar do tempo consegui mais minutos em campo e as coisas melhoraram. Está indo tudo bem, o mérito é de toda a equipe”.

Langella, 30 anos, o herói da partida, à Gazzetta dello Sport. [MR]
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