Seleção italiana

Ainda vai?

Não é impossível que a Itália se classifique para as quartas-de-final da Euro. Se a Holanda levar a sério o jogo contra a Romênia, talvez “baste” vencer a França, na próxima segunda. O caso é que o empate contra a mesma Romênia deixa uma sensação estranha. Não só pelas intermináveis discussões anti-arbitragem.

Ah, Itália…

Braitner: Dois jogos, nenhuma vitória, só um ponto. Pouco pra Itália, muito pra Donadoni.

Mateus: Panucci tem muita estrela, incrível. Aliás, segunda vez que ele salva a pele do Donadoni… Lembra contra a Escócia?

Braitner: O gol da classificação, em Glasgow. E agora, o gol da empate. É demais esperar que um defensor resolva sempre com gols, não? Por mais que esteja sempre marcando, tá longe de ser sua função… Então a gente conclui que tem algos de errado no time do Donadoni. Assim mesmo, no plural.

Mateus: É, ao menos houve algum progresso. Ao contrário do que alguém do SporTV comentou – “não precisava mudar tanto, o time tá bem agora”. O amigão só esqueceu que o time tava bem justamente porque tinha mudado.

Braitner: A defesa é essa. Mas finalmente a Itália chega em uma grande competição com muitos problemas na parte de trás. Buffon, de longe o melhor italiano em campo, deve sofrer um bocado com isso. A melhor opção na lateral direita, Panucci, é a salvação da zaga. Com isso, Zambrotta, aquele mesmo que largou seu futebol em Berlim há dois anos, ganha sua vaga fácil. Do outro lado, Grosso não tá tão mal quanto o planejado. No centro, Chiellini é mesmo a melhor opção pra fazer dupla com Panucci. Materazzi e Barzagli não deveriam sequer ter estreado nessa Euro. Donadoni apostou hoje num 4-3-1-2, Perrotta na ligação. É melhor que o 4-3-3 a que o time tava se habituando?

Mateus: Ele apostou?

Braitner: Um all-in. Sacou cinco jogadores, mudou o módulo, meteu todas as fichas pra dentro.

Christian Panucci: outra vez, e literalmente, o salvador da pátria

Mateus: Aquilani ainda de fora… Reserva na Roma e na Azzurra.

Braitner: Na Roma, a desculpa era de que ele nunca se recuperava de uma lesão crônica. Na Itália, isso não pode existir. Montolivo estava entre os pré-convocados. E inteiro.

Mateus: Cassano precisa da titularidade e vice-versa. Ele muda a cara do jogo, faz passes geniais, dribles mirabolantes e todas essas coisinhas legais que dizem que não existe na Itália. Quem eu cortaria é Camoranesi. Nunca fui seu fã quando “jogava muito”, quanto mais agora. Atualmente, entre o argentino e Taddei, até escolheria o segundo.

Braitner: Hoje ele saiu no fim do jogo. E entrou Ambrosini, talvez para segurar o resultado, quem sabe. As rádios italianas tocaram Buonanotte all’Italia enquanto ele entrava no gramado. Eu faria meu meio com Aquilani, Pirlo e De Rossi; Cassano na ligação, como hoje.

Mateus: Segurar o resultado? Eu entendi como um meio para liberar mais Cassano, Quagliarella e Pirlo. Claro que entender Donadoni dá medo.

Braitner: Ele, aliás, tá com essa mania de liberar Pirlo. Até mesmo a equipe da Esporte Interativo já entendeu que Pirlo só rende quando joga recuado. Mas Donadoni insiste.

Mateus: Até nem o culpo muito por isso, ao menos nessa situação. Liberar Pirlo é como uma emergência pra quem não tem um trequartista na equipe… Ou ao menos um TREQUARTISTA – em letras garrafais – confiável. Aquilani, na Roma, desapontou em tal posição. Del Piero já o fez inúmeras vezes pela Azzurra, motivo pelo qual foi crucificado injustamente. Perrotta, com esquema e jogadores diferentes, não conseguiria render o que rende na capital.

Braitner: Ele tem Rosina, Giovinco, talvez até Montolivo. Que, claro, não foram convocados. Talvez Donadoni tenha confiado demais num sistema que foi por água abaixo logo depois do primeiro jogo. Não existem muitas alternativas.

Mateus: Considerei só os convocados… E eu também não levaria Giovinco, por mais impressionante que tenha sido sua temporada. Rosina, quem sabe. Não é um craque, mas faz a função com muita qualidade, pelo menos.

Gianluigi Buffon: o melhor italiano em campo, defendeu um pênalti em Mutu

Braitner: O time nem é ruim, longe disso. E os dois jogos da Itália foram bem emocionantes. Falta o que, então?

Mateus: Mas não é porque foram emocionantes que foram bons, oras. De grande nível, ao menos. Mas concordo, tá bem longe de poder ser considerada ruim. É melhor que o da já subestimada Romênia, pelo menos.

Braitner: Faltou criação, até por conta dessa falta de um trequartista nato. Faltou Toni, aquele que sobrava no Bayern. Faltou sorte, quando Lobont agarrou tudo. Da arbitragem, melhor não falar.

Mateus: Mas é melhor falar do Zambrotta. Madonna mia!

Braitner: É melhor nem falar do Zambrotta, na verdade. O horário não permite.

Mateus: Então deixa pra falar disso tudo depois do jogo da França, que por sinal tá perdendo agora. Me fala uma coisa… você torce pra Itália?

Braitner: Tenho uma simpatia que não chega a virar torcida. Mas é inegável que, com a ajuda de Donadoni, a gente poderia ficar mais tempo falando da Euro aqui no blog.

Mateus: A Itália me lembra o nariz do Delpi: é grande, respeitável e experiente. A meta é chegar no nariz do Chiellini: enorme, temível e renovado.

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