O último ponto conquistado por uma equipe romana na Serie A veio de um empate da Lazio com o Lecce, no último dia 4, com um gol sofrido de Simone Inzaghi no último minuto. De lá pra cá, dois jogos e duas derrotas para cada lado. Se quando a bola rolou para o início da Serie A a Roma prometia bastante, não demorou para que a Lazio colocasse em si os refletores. Os celestes seguraram a ponta do campeonato até a sexta rodada. A atual forma do time, há três jogos sem vencer, empurrou a Lazio para a 7ª colocação, muito pouco para quem era apontada por muitos a possível surpresa do campeonato.
Outubro parece ser o mês do inferno astral laziale. Neste mês, Zárate ainda não marcou gols e de quebra viu o time conquistar apenas um dos nove pontos disputados. Ainda em outubro, mas na temporada passada, foram três derrotas em quatro jogos, inclusive no dérbi. Mesmo há dois anos, quando o time conseguiu a classificação para a Liga dos Campeões, foram apenas dois pontos também em quatro partidas.
A lesão de Tommaso Rocchi, sofrida durante os Jogos Olímpicos, parece ser mais séria que o previsto. Seu retorno aos campos acabou sendo forçado na pré-temporada e a cura total de uma lesão que agora parece crônica está cada vez mais distante. Matuzalém, grande contratação do clube para a temporada, só fez dois jogos, também por problemas físicos. Mesmo problema para Cribari, Meghni, Foggia e Radu. Mas vale lembrar que estes desfalques não atrapalharam a boa largada do time na temporada: Delio Rossi já fez jogar o que tem em mãos, resta saber como fazê-lo retomar o caminho na luta pela Europa. Uma vitória em Verona, nesta quarta, é essencial. Antes que seja muito tarde.
No lado giallorosso da capital, é difícil explicar o buraco negro em que se meteu a Roma. Os motivos são tantos, tão diversos e por vezes tão etéreos, que elencá-los é um risco. Não um risco de erro, mas o risco de esquecer algum outro mais importante. A Roma apresenta algumas falhas crônicas, notadas há vários meses e jamais resolvidas. O excesso de confiança virou excesso de debilidade, mas o time se mantém com os sete reis da Roma Antiga na barriga, sem luta alguma em campo.
A Roma pós-ressurreição com Bruno Conti tem se baseado num grupo forte e unido, que se conhece bem e distribui seus passes por previsão. Mas o quinteto de meio já não é mais De Rossi, Pizarro, Taddei, Perrotta e Mancini em grande fase, e já faz um bom tempo. E, quem diria, a falta do último é bastante notada, mesmo com a chegada de Ménez e Júlio Baptista. Pelo simples motivo de Spalletti não ter alguma carta na manga, um plano B. Tudo indica que o técnico toscano, cedo ou tarde, vai morrer abraçado com seu 4-2-3-1 que já dava sinais de exaustão na última temporada e já deveria ter sido enterrado nesta.
Contratações como Riise, Júlio Baptista e Ménez tinham muito a contribuir para o time logo em suas chegadas. Mas é praticamente impossível encaixá-los nas funções previstas pelo imutável esquema de Spalletti. Na prática, Ménez não irá existir enquanto Vucinic for titular. Júlio Baptista continuará como náufrago onde quer que atue. E Riise vai se manter à deriva atuando de forma tão recuada num time de natureza tão ofensiva. Por outro lado, Loria conseguiu superar qualquer crítica do início da temporada e atingir o impossível: fazer a torcida sentir a falta de Ferrari.
A única pressão que caiu é a de ser o melhor futebol na Itália. Já é claro para todos que o ciclo de Spalletti se encerrou. Desta vez, sem volta. O vestiário romanista parece sempre mais rachado, o time não mostra vontade em campo e as escolhas técnicas são cada vez mais discutíveis. Para quem começou o campeonato desafiando o trio de ferro italiano, estar a um ponto da zona de rebaixamento é um pesadelo bem incômodo. Para acordar o time, talvez não reste outra alternativa que não sacrificar o arquiteto de um time que encantou a Itália. Mas que tem desencantado não só seus torcedores, mas também seus inúmeros admiradores. Queira ou não, é o fim da linha para Spalletti.
O 4-2-3-1 é uma maravilha quando o time tem onze “Speedy Gonzalez” mas quando o time está com problemas físicos esse esquema vira um pesadelo.
Mesmo assim o problema maior da Roma é a defesa, analisando as estatísticas de Udine parece que quem ganhou foi a Roma….
posse de bola:
Roma: 56%
Udinese: 44%
chutes no gol:
Roma: 29
Udinese: 12
passes acertados:
Roma: 389
Udinese: 258
jogadas uteis:
Roma: 140
Udinese: 89
faltas cometidas:
Roma: 12
Udinese: 23
impedimentos:
Roma: 4
Udinese: 1
A diferença entre os times? Floro Flores, Di Natale e Pepe brincaram com Panucci e, principalmente, Loria…
Mas se você pegar esses 29 chutes a gol da Roma, pelo menos metade saiu depois do terceiro gol, certeza.
Delio Rossi vem apontado a possibilidade de usar o tridente com Zárate, Pandev e Rocchi.
Quanto ao time giallorosso, eu sou contra a demissão de técnicos de uma hora pra outra. Eu uso o Sir Alex Fergunson como referência. Mas enfim, ainda devo confessar que esse esquema do Spalletti já foi… Mas eu sempre digo o seguinte: “Cadê o atacante da Roma?” Claro que não é somente isso o problema, mas eu não consigo ver um time como a Roma sem aquele matador nato. Será que é tão difícil encontrar um atacante bom? Acompanhei poucos jogos do Ménez pelo Monaco, mas não vi nada demais. Temos que ressaltar também a onda de contusões e suspensões do time: Totti nunca está 100%, Pizzaro está voltando agora, Julio Baptista está fora, Mexes suspenso, agora foi a vez do Aquilani…a bruxa tá solta…Particularmente, não acho que a defesa seja o problema, Mexes e Juan são dois grandes zagueiros…(mas pelo amor de Deus, mande o Loria para o Sassuolo, Salernitana, ou algo do tipo). Na temporada passada, a Roma também levou um vareio de bola contra a Inter no Olímpico, 4 a 1. De qualquer forma, eu sou contra a saída do Spalletti, até porque, se ele sair, quem vai vim???
Braitner, não foi assim, estava em Udine, vi o jogo no estádio, a Roma chutou durante todo o jogo (logico que um pouco mais no final): http://sport.kataweb.it/diretta/sport/3371570
O problema foi que os atacantes da Udinese brincaram com Loria e Panucci. A velocidade do time friulano acabou com o jogo estático da Roma.
Essa temporada da Roma até agora tem sido uma grande decepção, nem tenho assistido aos jogos, mas ainda tenho confiança de que os giallorossi vão sair dessa logo… Agora esse Loria, pelo amor de Deus, preferia o Ferrari mil vezes! Acho que a Roma precisa de 3 coisas pra pensar em título na próxima temporada: um zagueiro veloz (a dupla Mexes e Juan é ótima, com certeza, mas acho que seria uma boa opção colocar ao lado do Mexes um zagueiro mais veloz), um goleiro muito bom e um atacante ‘matador’. Aí sim a Roma vai voltar a ser o futebol mais bonito da Itália e conquistar títulos.
Mas falando em Spalletti, não é possivel que ele nao tenha percebido ainda que o seu 4-2-3-1 já era, e é melhor mudar logo de tática pois ele que foi considerado um dos melhores técnicos da temporada passada pode se tornar um dos piores pros torcedores romanistas.
Ah, respondendo à pergunta do Éder Fantoni, sobre quem viria no lugar do Spalletti, há rumores de que possa ser Roberto Mancini… Bem, cada um tire suas conclusões, mas eu sou mais o Spalletti.
A imprensa romana tá falando que o Mazzone tá na mira, impressionante como gostam de especular à toa.
Assim, não acho que hoje existam opções melhores que Spalletti. Mas a Roma precisa de um choque muito grande. Isso seria, definitivamente. Mancio é um puta técnico, mas não sei como um dos maiores ídolos recentes da Lazio e um tricampeão com a Inter seria recebido pela torcida romanista.
Isso é verdade, eternas rivalidades… Mas acho que os romanistas têm que pensar que a situação tá feia, e a Roma merece o melhor. Que seja o Spalletti, o Mancini ou outro, o importante é a Magica voltar a vencer e dar alegria aos seus torcedores 😉
Obs: Parabéns a vocês do Quattrotratti, as postagens estão cada vez melhores!
Mancini declarou que queria treinar a Roma porém o maior problema seria o salario dele: atualmente ganha € 5 milhões por temporada, isso até 2012…..
Ele vai assinar com um time que vai garantir essas quantias.
Braitner,
Parabéns pelo diagnóstico preciso, em especial acerca da ‘Lupa’.
Incrível mesmo como os reforços, que pareciam acertados até por suas conhecidas versatilidades (em especial Júlio Baptista), não têm funcionado.
Quanto ao Loria, realmente tem sido uma lástima.
Abraços,