Serie A

De tirar o fôlego

Histórico. Só essa palavra pode definir o último Derby della Lanterna, realizado no estádio Marassi, na noite do domingo passado. Desde que o Genoa voltou a Serie A, na temporada 2007-08, este foi o mais aguardado encontro entre os grifoni e a Sampdoria, já que ambas as equipes começaram esta edição do calcio com mais ambições que na última temporada. Com ambas as equipes em alta (o Genoa por estar buscando uma vaga na Liga dos Campeões e a Sampdoria por estar na final da Copa da Itália), se esperava um jogo acirradíssimo. Foi o que aconteceu. Mais do que isso: a vitória convincente do Genoa, por 3-1, colocou o nome do atacante Diego Milito na história do dérbi como o primeiro jogador a marcar três gols no duelo.

Primeiro tempo
Com apenas três minutos de jogo, Pazzini foi responsável pela primeira ocasião de gol: após receber passe de Cassano, o camisa 10 deu um drible seco em Criscito, mas bateu por cima do gol. Cassano, 20 minutos depois, também chutaria uma bola sobre o gol defendido por Rubinho. Foram as únicas chances claras de gol da equipe blucerchiata no primeiro tempo, já que o Genoa desempenhou grande esforço defensivo, às vezes mais rispidamente, como em falta de Criscito sobre o “talentino di Bari Vecchia”, que rendeu um cartão amarelo ao ala grifone.

Com tanta marcação e quando a “Samp” era melhor em campo, o Genoa se aproveitou de sua primeira chance no jogo. Assim que Palladino e Milito apareceram no jogo, armando uma tabelinha, a equipe rossoblù quase abriu o placar, em tiro do atacante argentino da entrada da área, obrigando Castellazzi a ceder escanteio. Na seqüência, “Il Principe” não perdoou: após cabeçada de Biava, apenas resvalou a bola para o fundo das redes da equipe adversária.

Milito comemora o tris: o único da história do dérbi

Após o gol, o Genoa cresceu em campo e a dupla Pazzini-Cassano quase não tocou mais na bola, graças a excelente marcação efetuada por toda o sistema de defesa grifone, especialmente dos jovens Bocchetti e Criscito. Isto acabou tornando o jogo da Sampdoria extremamanete previsível, porque, excluindo-se Cassano, não há mais jogadores criativos no elenco. A linha de cinco jogadores que forma o meio-campo não é nem um pouco técnica e priva a equipe de variação de jogadas, sobretudo quando o Peter Pan está bem marcado. Mesmo assim, a Sampdoria empatou, nos acréscimos da primeira etapa. Palombo, que bate bem de fora da área, arriscou uma finalização (único jeito de atravessar a barreira rossoblù), a bola rebateu na zaga e sobrou para Campagnaro (impedido) empatar.

Segundo tempo
Novamente a Sampdoria começou melhor: nos primeiros cinco minutos, em cobrança ensaiada de falta, Cassano lançou Lucchini, que cruzou para Sammarco – sozinho – bater por cima do gol de Rubinho. No entanto, o Genoa não se abateu e manteve a partida equilibrada. Após a entrada de Delvecchio, no posto de Sammarco, a Sampdoria perdeu a calma: o jogador pugliese entrou muito nervoso, cometendo faltas violentas e despreocupado com a partida. Delvecchio foi responsável pelo segundo gol do Genoa, ao chutar uma bola em cima de Criscito, que deu uma assistência involutária para Milito empurrar para as redes, aos 73 minutos. Mais uma vez, porém, tratava-se de um gol irregular: o matador argentino estava impedido, para desgraça do bandeirinha Roberto Romagnoli, que errara pela segunda vez na partida.

Daí em diante o nervosismo se abateu sobre as duas equipes e o número de ceclamações e cartões amarelos cresceu. Cassano, revoltado pela marcação intensa que sofria, reclamou com Morganti e recebeu amarelo. Nos últimos cinco minutos, a tensão cresceu: com a “Samp” indo pra frente em busca do empate, qualquer jogada se tornava alvo de reclamações. Após tentativa de cavar um pênalti, Pazzini foi empurrado pelo zagueiro Ferrari, dando início a uma confusão generalizada. Ferrarri foi expulso, mas os ânimos não se acalmaram: três minutos depois, nova confusão e Thiago Motta e Campagnaro foram expulsos.

Com menos jogadores em campo e com a Sampdoria toda no ataque, o Genoa tinha a chance de matar um jogo, mesmo com nove jogadores. Após escanteio batido pela equipe blucerchiata, Rossi roubou uma bola e lançou Palladino, que, junto a Milito, partiram sozinhos do meio-campo até o gol de Castellazzi. Para coroar sua partida e a de seu companheiro, o ex-atacante da Juventus serviu Milito, que marcou a tripletta histórica.

O resultado, se não faz a Sampdoria desanimar para enfrentar a Lazio no estádio Olímpico, na final válida pela Copa da Itália, serve como mais uma injeção de ânimo para o Genoa atingir seu objetivo: a vaga na Liga dos Campeões. A Fiorentina, que, a despeito da acachapante vitória frente a Roma, duas semanas atrás, tem jogado mal, vai ter de abrir os olhos mais uma vez. Lesionado no dérbi, o zagueiro Biava será desfalque dos grifoni para a reta final do campeonato. No entanto, o Genoa não deve perder em qualidade: o promissor Sokratis Papastathopoulos atuou bem quando foi requisitado (até marcou dois gols na temporada de estreia no Calcio) e deve substitui-lo a altura. A promessa é de uma disputa ainda mais quente neste último mês de Serie A.

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