A sétima rodada foi a primeira de campeã para a Inter de Mourinho. Em uma partida bastante complicada contra a Udinese, a vitória chegou no finalzinho, mesmo com todos os problemas defensivos: sem Maicon, um cansado Zanetti fez a lateral-direita. Na zaga, Lúcio repetiu a atuação infrasemanal contra o Rubin e não fez boa partida, após o ótimo começo de campeonato. Por outro lado, Stankovic tem subido o nível jogando pela esquerda do meio-campo a rombo, apoiando Sneijder na armação das jogadas: foi autor de um golaço e foi o melhor da partida. Uma temporada redentora do sérvio, após a má fase interminável da passada. O gol de Stankovic veio para empatar uma partida encardida depois de mais um gol de Di Natale (seu nono na Serie A), dessa vez depois de bom passe de Inler. Os nerazzurri chegaram a reclamar dois pênaltis sobre Balotelli, mas a arbitragem se livrou nos acréscimos do segundo tempo, quando Sneijder aproveitou para, na sequência, cruzar/chutar no canto de Handanovic. A má notícia fica por conta de Milito, substituído com 30 minutos de jogo e que deve ficar um mês parado. Desfalque certo contra o Genoa, seu ex-clube. Eto’o não marcou, mas deu duas assistências. Será suficiente?
O bom resultado nerazzurro no sábado pôs a Inter numa liderança provisória que se confirmou no domingo, após os tropeços de Sampdoria e Juventus. Os blucerchiati, até então líderes, não passaram do empate contra o impressionante Parma de Guidolin. De candidato ao rebaixamento, a cada rodada o Parma tem feito bem mais do que as declarações de seu presidente no início do campeonato, de que o Parma jogaria apenas para não voltar à Serie B. Num dia ruim de Cassano (anulado pela marcação pesada dos defensores crociati), foi Mannini quem deu o passe pro gol de Pazzini. O empate saiu em chute rasteiro de Galloppa, que foi o melhor em campo e gerou um questionamento da Gazzetta dello Sport: não seria já a hora de Lippi convocá-lo? Mas para a Samp também faltou sorte: Mazzoleni não marcou pênalti claro sobre Pazzini e Mariga tirou em cima da linha uma bola de Poli.
Sorte não pode ser a desculpa da Velha Senhora. Bastava vencer para chegar pela primeira vez à liderança, desde que retornou à Serie A após o escândalo que a rebaixou à segundona. Mas esbarrou num ótimo Palermo que, se jogasse sempre assim, fatalmente seria mesmo da scudetto. Com Migliaccio recuado quase como um zagueiro, Cassani e Balzaretti foram liberados pelas laterais num falso 3-4-1-2. A defesa rosanera não teve muitos problemas para anular o ataque da Juve, em mais uma grande jornada de Kjaer. O trio de frente também fez uma grande partida: Pastore desencantou e deu assistência para Cavani anotar o primeiro, enquanto Miccoli deu o passe para o segundo, de Simplício. O baixinho, outra vez, destruiu a Juve, última invicta a cair. Já a seca de Amauri continua firme: seu último gol foi há quase oito meses, em 15 de fevereiro. Falta de gols foi mesmo um problema em campo. Porque se o Palermo não tivesse perdido tantas chances, 2 a 0 ia ter sido pouco.
O Genoa fecha a zona de classificação para a Liga dos Campeões. O time não tomou conhecimento da festa de centenário do Bologna, com direito a bela camisa comemorativa, e enfim voltou a vencer. Resultado importante para recuperar a moral antes do desafio frente à líder Inter, na próxima rodada. Mas a expulsão de Mesto, um dos melhores da temporada, não é a melhor notícia possível para o confronto. Na vitória por 3 a 1, Gasperini mexeu de novo no time e contou com outra boa atuação de Floccari e Kharja, que já tinham feito bom papel contra o Valencia no meio de semana. Apesar do domínio grifone, deu tempo para a lei do ex se confirmar: Di Vaio converteu pênalti cometido por Tomovic, depois de ter acertado a trave.
Três partidas não saíram do zero, e com isso a Roma é o único time a ter marcado gols em todas as rodadas: os giallorossi chegaram a 14 gols, melhor ataque da Serie A junto de Inter e Genoa. Mas o gol sofrido pelo estreante Lobont foi o 13º da equipe no campeonato, que também possui a pior defesa, ao lado do Napoli, que caiu na rodada justamente para os comandados de Ranieri. Com a derrota, Donadoni dará lugar a Mazzarri no comando do time a partir da próxima rodada Os partenopei bem que saíram na frente, com um frango de Lobont em chute de Lavezzi, mas a virada romanista saiu sob o signo de Totti. Com sua doppietta, ele chegou à vice-artilharia do campeonato (6 gols) e a seu 184º gol na Serie A, alcançando Batistuta como o oitavo maior artilheiro da história. Mesmo com a vitória, continuam os problemas médicos na Roma, antes e durante a partida: com quase meio time lesionado, Ranieri ainda perdeu dois durante o primeiro tempo e Totti passou o segundo tempo no sacrifício.
Voltando às partidas zeradas: a primeira delas foi logo na abertura da rodada, no encontro entre Bari e Catania. As duas melhores chances foram dos donos da casa e Kutuzov mandou uma delas na trave, mas foi o Catania que dominou a partida – ainda que não tenha se esforçado muito para fazer mais que isso. Os etnei continuam na zona de rebaixamento, sem vencer. O dérbi toscano entre Siena e Livorno não saiu do zero graças a De Lucia, que defendeu bem um pênalti de Maccarone. Com Marchini expulso ainda no primeiro tempo e sem o ótimo Candreva, o Livorno só se defendeu. E bem. Giampaolo está em rota de colisão com a direção do Siena por conta do mercado de entrada feito contra sua vontade. Para fechar, o terceiro jogo em branco foi em Florença, mas por um erro de Brighi, que não marcou um gol claro de Gilardino. Nas duas boas chances de Foggia, a Lazio não conseguiu furar Frey, que não leva gols a quase sete horas em partidas oficiais.
O Chievo continua encantando, numa reedição mais modesta do Chievo dei Miracoli, obra de Del Neri no início da década. Os dois gols de Marcolini saíram de lances truncados e botaram o time na zona de classificação para a Liga Europa em mais um bom trabalho de Domenico Di Carlo. Milagre mesmo fez o goleiro Consigli, que parou um Milan que pressionou demais, mesmo sem fazer boa partida – principalmente após a expulsão duvidosa de Radovanovic. Para responder à Tiribocchi, Ronaldinho marcou seu primeiro gol na temporada depois de matar no peito um lançamento de Nesta. Leonardo ganhou sobrevida, mas avisou que é um treinador como outro qualquer e que não voltará à direção do Milan, se for demitido. Mas não importa a ameaça, é cada vez mais claro que sua saída é questão de tempo.
Texto com a colaboração de Nelson Oliveira.
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Seleção da 7ª rodada
Consigli (Atalanta); Zaccardo (Parma), Rivas (Livorno), Kjaer (Palermo); Stankovic (Inter), Pastore (Palermo), Marcolini (Chievo), Galloppa (Parma), Zapater (Genoa); Totti (Roma), Miccoli (Palermo)