Durante o Mundial, ausências como as de Alberto Paloschi, Davide Santon, Federico Macheda, Fernando Forestieri e Mario Balotelli, principalmente, mostraram um time não tão bem preparado assim para fazer uma boa campanha. A seleção passou para a fase seguinte aos trancos e barrancos, acumulando apenas uma vitória, um empate e uma derrota, para se classificar na terceira colocação do Grupo B, atrás de Egito e Paraguai.
Após o conhecimento do adversário das oitavas de final, então, a decepção começou a ganhar corpo e a contaminar os discursos dos especialistas, já que os azzurrini enfrentariam ninguém mais, ninguém menos que os espanhóis, detentores da melhor campanha do torneio até o momento, com 100% de aproveitamento, 13 gols pró e nenhum contra.
E foi aí que veio a surpresa: na última segunda-feira, os comandados de Francesco Rocca fizeram um grande jogo contra a seleção espanhola e, aproveitando a superioridade numérica obtida ainda no primeiro tempo, conseguiram a inesperada classificação para as quartas de final do torneio.
O jogo
Com as duas seleções muito cautelosas, pensando mais na marcação, o primeiro tempo foi bem morno. A Espanha teve mais posse de bola, mas não conseguiu chegar com perigo ao gol de Fiorillo quase nenhuma vez. Já a Itália, adotando um 4-2-3-1, foi mais perigosa e explorou bem o lado esquerdo, com Mustacchio e Mazzarani. A expulsão de Botia, aos 27, do lado da fúria, ajudou ainda mais os azzurrrini, que, no entanto, não conseguiram estrear o placar.
Já no segundo tempo, a história foi outra. As duas seleções entraram muito mais ousadas e o jogo correu de maneira surpreendente. Os espanhóis pareciam ter esquecido que estavam com um jogador a menos e se lançaram ao ataque sem pudor. A zaga italiana, liderada por Albertazzi, jogador das categorias de base do Milan, no entanto, suportou bem a pressão e chegou bem ao ataque, quando necessário.
Foi assim no primeiro gol, aos 56, quando Crescenzi tocou para Mazzotta puxar o contra-ataque e tocar para Mazzarani, que deu belo passe para Mustachio abrir o placar. Com os espanhóis tendo que correr atrás do prejuízo, o segundo gol italiano não demorou a sair: Crescenzi lançou na área e, após bobeada da zaga vermelha, Mazzarani não desperdiçou.
Com um homem a mais e dois gols de vantagem no placar, o jogo parecia sob o controle dos azzurrini, mas o pênalti infantil cometido por Albertazzi (logo ele, destaque da primeira fase) recolocou a seleção espanhola no jogo, aos 68, quando Aaron Niguez converteu com categoria. O gol reacenderia o jogo e a seleção espanhola, de tanto insistir, conseguiria a chance do empate, em outra penalidade máxima marcada pelo juiz, aos 84.
Aaron partiu para a cobrança novamente, mas dessa vez foi Fiorillo quem se deu melhor, defendendo a cobrança do espanhol. Para acabar com qualquer esperança espanhola, então, Mustacchio bateu cruzado, aos 86, para definir o placar: 3 a 1.
A boa surpresa animou a imprensa italiana, que agora já fala de “grandíssimos nomes” e mostra uma seleção que vai dar o que falar. Nas quartas de final, a Itália enfrenta a Hungria, que venceu a República Tcheca nos pênaltis, hoje de tarde. O jogo é sexta-feira, às 15h.
Dizem que o Della Penna jogou muito bem os dois últimos jogos, bem que ele podia ter uma oportunidade com Ranieri na Roma. Tá às margens do elenco, já que não pode jogar pela equipe primavera e nem saiu por empréstimo na última janela de mercado.