Silvio Berlusconi: “Não entendo por que contrataram Mancini. Já temos gente para a função; um finalizador nos seria útil. E mais: ele está parado há dois anos. Não fui a favor da negociação e falei isso para Galliani” – em algum idioma desconhecido, isso deve significar “Bem-vindo, Mancini!“, e assim o brasileiro foi recepcionado no arquirrival do clube que detém seus direitos.
Por mais inconveniente que soe, o que o primeiro ministro da Itália afirmou tem discernimento: o brasileiro não mostra futebol há tempos e muito dificilmente terá lugar no Milan. Sem convencer na Internazionale, clube em que ficou encostado por uma temporada e meia, o ex-lateral terá seis meses para reviver seu futebol, esquecido em Roma. Nesta Serie A, Mancini disputou, ao todo, míseros 167 minutos.
Quando Mourinho desembarcou em Milão, logo apostou no recém-chegado ponta: Mancini de um lado e Quaresma do outro, com Ibrahimovic no meio, formavam o trio de ataque de um 4-3-3 que não deu certo. A dupla das laterais do campo acabou sendo um fiasco bem feio. Desde então, o mineiro nunca mais teve lugar na Inter, tornando-se uma alternativa pouco utilizada, até ser esquecido.
No Milan, Amantino precisará mostrar serviço em poucas oportunidades: Ronaldinho é o titular na faixa esquerda do ataque, e Pato – por ora lesionado e substituído por Beckham – na direita. Para o camisa 30 agarrar a oportunidade, será necessário fazer sombra a esses três nomes, de preferência ao primeiro. Caso se mostre útil, provavelmente terá metade de seu passe adquirido pelos milanistas em julho, quando seu contrato de empréstimo expira. A Inter não deve dificultar na negociação, tendo em vista sua esquecível passagem pelos nerrazurri.
Um ponto, contudo, é fato: se os milanistas não têm grande projeção no acerto com o brasileiro, também pouco têm a perder. A disponibilidade financeira do Milan não é alta e a presença de Mancini dificilmente levará qualquer tipo de prejuízo a Milanello. No máximo, um desperdício com os salários do ponta. Nenhum fim de mundo para um clube que até hoje paga para contar com Favalli.
O Berlusconi foi demais. Realmente, parece ser muito inconveniente a frase dele, mas é de uma transparência ímpar. No mais: Mancini sempre foi um bom jogador para compor elenco, ser o substituto imediato de alguém na lateral do campo. Na Roma que, sabe-se lá porque, virou "craque".
Mudando de assunto: certa vez li aqui no blog alguém falando que Silvio Lancelotti, comentarista da ESPN, estava gagá porque, dentre outras "heresias", dizia que Beckham jogava de ponta. No entanto, agora vejo o mesmo blog admitir que Beckham joga na ponta – mesmo que provisoriamente. Acredito que o juventino (ou seria rozanero?) Lancelotti merece um pedido de desculpas.
Abraço
Oi, Bruno. Pois é, fui eu que escrevi aquele texto. Não critiquei que Lança tenha chamado o Beckham de ponta, até porque o cara sempre jogou pelo lado direito. Na verdade, critiquei o fato do comentarista tê-lo chamado de "um ponta-direita medíocre com muito marketing pessoal": http://www.quattrotratti.com/2009/01/dois-que-jogam-sozinhos.html
Abraço
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Dessa eu não lembrava. Celotti pegou pesado mesmo então.
Valeu