Liga dos Campeões

Sonho por um triz

Sampdoria teve classificação quase garantida. Mas disse adeus à Liga dos Campeões (Reuters)

Aos 40 minutos do segundo tempo, Antonio Cassano colocava a cereja no bolo da Sampdoria. Semioli cruzou na área e o camisa 99 tocou, de letra, para abrir 3 a 0 para o time doriano, que já comemorava, sobre o Werder Bremen, a classificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Aos 44, Domenico Di Carlo tirava Cassano de campo para que fosse aplaudido pela torcida. Aos 48, Rosenberg dominava no espaço entre Ziegler e Dessena e batia no cantinho de Curci, que não alcançou. Gol de honra que levava a disputa para a prorrogação.

No tempo suplementar, o estado de ânimo da Sampdoria não poderia ser pior. O time havia feito um primeiro tempo extraordinário e dominado o segundo com facilidade. O gol de Rosenberg escancarou o cansaço do time blucerchiato, que havia começado a dar espaço nos minutos finais da partida. Dessena, exausto em seu primeiro jogo na temporada, correu o jogo inteiro e não conseguiu acompanhar o sueco.

Durante toda a prorrogação, Dessena também não conseguiu acompanhar Marin, o que havia feito com maestria até então. Com dois minutos, o jovem meio-campista acertou a trave de Curci. Pouco depois, passou fácil antes de tocar para Pizarro marcar o gol decisivo, de fora da área, que dava ao Werder Bremen a vantagem por 5 a 4 no placar combinado. Nos últimos minutos do jogo, Marin ainda escapou entre Dessena e Palombo para acertar a trave outra vez.

Um desastre para a Sampdoria, que fazia uma partida quase perfeita até os 47 minutos do segundo tempo. Quando cometeu o primeiro erro sério, pagou caríssimo. Contando os amistosos, era apenas a quarta partida do time na temporada. Só de jogos oficiais, por outro lado, o Werder já tinha quatro. Na prorrogação, ficou clara a supremacia física dos papagaios.

Domenico Di Carlo, antes do jogo, pediu ao time “coração quente e mente lúcida”. Durante quase todo o tempo, foi assim. Embalada pela torcida que lotou o Luigi Ferraris, a Sampdoria emulou seus melhores jogos da temporada passada, com triangulações rápidas e ultrapassagens pelas laterais. Lições da derrota da semana passada foram absorvidas. Para segurar Fritz, Di Carlo plantou Cassano na ponta-esquerda e, assim, livrou a cara de Ziegler.

A Sampdoria precisava vencer por 2 a 0 e conseguiu o placar com apenas 13 minutos. Abriu os trabalhos com um lindo lance que passou por Palombo e Ziegler antes de Cassano cruzar de primeira e Pazzini cabecear antes de Mertesacker. Ampliou com outro golaço, agora de Pazzini pegando de sem-pulo uma cobrança de falta de Stankevicius, outro que parecia voar até metade do segundo tempo. E Pazzini quase fez o terceiro, de cabeça, mas Fritz tirou em cima da linha. Cassano manteve o nível naquilo que parecia fim do segundo tempo, com o gol de letra. Mas o show da Samp parou no poderio físico do Werder.

Além do prejuízo de 15 milhões de euros por não chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões e ficar, novamente, relegada à Liga Europa, a Sampdoria pode ver alguma de suas estrelas deixar o time nesta última semana de mercado aberto. Para não falar da decepção para a torcida, que apoiou o time do início ao fim e aplaudia a queda honrosa após o jogo, ainda que atônita. Apagar o trauma alemão será essencial: neste domingo, a renovada Lazio já será a primeira adversária na Serie A.

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