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Sandro Salvadore começou no Milan, mas se tornou bandeira da Juve

Redação

O início da década de 60 não traz boas lembranças para os italianos. Apesar do título na Eurocopa, em 1968, já no ocaso da década, o ápice do pesadelo azzurro teve lugar na Copa de 1966, quando a Squadra Azzurra foi surpreendentemente eliminada do Mundial pela inexpressiva Coreia do Norte logo na primeira fase do torneio. Entretanto, para os torcedores da Juventus, esta década ficou marcada pela contratação de um dos maiores ídolos da história do clube: o líbero Sandro Salvadore.

Oriundo das categorias de base do rival Milan, clube que chegou a defender profissionalmente entre os anos de 1958 e 1962 e pelo qual venceu dois campeonatos italianos, Salvadore foi envolvido em uma troca pelo atacante Bruno Mora no início da temporada 1962-63, iniciando assim sua trajetória como um dos maiores defensores que atuaram pela Velha Senhora. Antes disso, disputou sua primeira Copa do Mundo com a seleção italiana, em 1962.

O zagueiro foi segurança da defesa juventina por 12 anos (Arquivo/Juventus)

Mesmo tendo conquistado apenas um scudetto nos anos 60, o da temporada 1966-67, o líbero conquistou os torcedores bianconeri com sua raça e versatilidade, já que defendia com primazia e também se arriscava em muitas oportunidades no ataque. Dois anos depois de participar do fracasso italiano na Copa da Inglaterra, Salvadore foi titular na vitoriosa campanha italiana na Eurocopa que teve fase final disputada no Belpaese, em 1968, conquista que trouxe de volta o orgulho dos torcedores pela Squadra Azzurra após o fracasso ocorrido em solo inglês dois anos antes.

Sua história na seleção italiana encerrou-se pouco antes da Copa do Mundo de 70, em um amistoso disputado contra a Espanha, em que marcou dois gols contra no empate por 2 a 2. Após aquela partida trágica, o então técnico italiano Ferruccio Valcareggi decidiu não convocar “Billy” Salvadore para o torneio no México. Pela Squadra Azzurra, disputou 36 partidas, sendo que em 17 delas foi o capitão da equipe, tendo participado das Copas de 1962 e 1966.

Mesmo fora da equipe nacional, foi nos anos 70 que ele escreveu de vez o seu nome na história da Juventus, pois a partir de 1970 passou a ser o capitão do time, comandando a equipe em mais dois triunfos na Serie A, em 1971-1972 e 1972-1973, além do vice-campeonato europeu de 1972-1973, em que a Juve foi derrotada pelo Ajax de Johan Cruyff. Até hoje, o líbero está na lista dos dez jogadores que mais vezes defenderam a camisa do clube de Turim, com 453 atuações.

Uma curiosa troca de presentes antes da final do Mundial Interclubes de 1973, entre Juventus e Independiente (LaPresse)

Salvadore encerrou sua carreira na Juventus, após o vice-campeonato italiano de 1973-1974 e seria substituído na temporada seguinte por Gaetano Scirea, outra bandeira do clube. Ele ainda chegou a ser treinador das categorias de base do clube, mas após um curto período, decidiu afastar-se definitivamente do futebol e passou a tomar conta de uma pequena vinícola em Asti, onde faleceu em de janeiro de 2007, aos 67 anos, vítima de um ataque cardíaco.

Texto de Rodrigo Kenji

Sandro Salvadore
Nascimento: 29 de novembro de 1939, em Milão, Itália
Morte: 4 de janeiro de 2007, em Asti, Itália
Posição: líbero
Clubes: Milan (1958-1962) e Juventus (1962-1974)
Títulos: Serie A (1958-1959, 1961-1962, 1966-1967, 1971-1972 e 1972-1973), Coppa Italia (1965) e Eurocopa (1968).

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