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Luciano Spinosi atuou como sustentáculo de uma Juventus vencedora nos anos 1970

O conhecido escritor alemão Bertolt Brecht, em um de seus mais famosos poemas, intitulado “Perguntas de um operário que lê”, lança uma série de questionamentos sobre a história da humanidade e sobre quais foram os sujeitos que a construíram e que têm destaque nela. Ora, cada ser humano tem sua participação nos processos históricos e a faz de maneira diferente, mas aqueles que escrevem a história costumam dar destaque apenas para alguns, esquecendo outros tantos pelo meio do caminho de maneira injusta. Provavelmente esse seja o caso de Luciano Spinosi, um dos símbolos de três conquistas de Coppa Italia pela Roma e de uma Juventus que colecionou scudetti nos anos 1970, mas que não é tão lembrado quando se fala de futebol italiano naquela década. Brecht questiona: “César venceu os gauleses. Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço”? A história de Luciano responde.

O início

Luciano Spinosi nasceu em 1950, em Roma. Desde cedo se mostrou um garoto apaixonado por futebol e jogava nos times amadores na vizinhança da Vila Breda, onde tinha vindo ao mundo. Sua paixão quase foi interrompida por um acidente sofrido aos 10 anos, quando foi atropelado por um carro e acabou fraturando a tíbia e a fíbula da sua perna esquerda. Luciano era canhoto antes do ocorrido, mas a necessidade lhe fez aprender a se tornar destro.

Aos poucos, o garoto pode voltar a jogar nos times amadores da vila e chamou a atenção do técnico Walter Crociani, que o convidou para fazer testes em uma agremiação local – a Tevere Roma, que havia sido fundada na década de 1950 e estava na Serie D. Fisicamente forte, eficiente nas bolas aéreas e dedicado na marcação homem a homem, Luciano guardava algumas semelhanças com Enrico, seu irmão mais velho, que era volante e disputou algumas partidas da elite italiana pelo Cagliari, time em que se aposentou, em 1966.

Na capital, Spinosi foi lançado por Herrera como titular (Arquivo/AS Roma)

Spinosi II teria muito mais impacto no futebol do que Spinosi I. Ciano logo provou suas habilidades como defensor, passou nos testes da equipe conhecida por vestir-se de carmesim e amarelo-ouro, e fez duas partidas pelo elenco principal da Tevere Roma na temporada 1966-67. Ainda em 1967, vários esquadrões do futebol italiano voltaram seus olhares para o talento do jogador, mas a paixão pelo clube da sua cidade falou mais alto e Luciano foi contratado pela Roma, então treinada por Oronzo Pugliese. Em 12 de maio de 1968, com 18 anos, o defensor fez o seu debute pelos giallorossi na última rodada da Serie A, numa derrota por 2 a 1 para o Torino.

Pela Roma, o zagueiro conquistou também o primeiro título da sua carreira, a Coppa Italia de 1968-69, que era disputada em grupos, na época. Na competição, os romanistas venceram sua maior rival, a Lazio, e lideraram o quadrangular final, contra Foggia, Torino e Cagliari. O atleta jogou cinco dos seis jogos finais, ganhando seu espaço no plantel titular e a preferência do técnico Helenio Herrera.

Spinosi já demonstrava ali toda sua elegância e força na defesa: apesar de conhecido como Er Secco der Villaggio (“O Magrelo da Vila”), em virtude de seu físico esguio, o romano não se furtava a executar duras entradas, quando preciso. Em comparação com a temporada anterior, quando havia jogado apenas uma partida, em 1968-69 participou de 17 jogos, marcando o seu primeiro gol pela Serie A em partida contra o Pisa.

Na temporada seguinte, o zagueiro já era uma realidade e foi titular incontestável na Roma, com 37 partidas disputadas e três gols anotados. Nesse período, Spinosi geralmente compunha uma sólida linha defensiva com o ótimo líbero – e ídolo giallorosso – Sergio Santarini, o pilar Aldo Bet e Francesco Cappelli. O seu auge inicial significou também o seu até logo para o clube da capital: ainda em 1970, Luciano, junto com Fabio Capello e Fausto Landini, outros destaques da Loba capitolina, seriam contratados pela Juventus. Com a presidência de Giampiero Boniperti, a Velha Senhora começava a formar um clube que dominaria o cenário nacional na década.

Ao lado de Marchetti, Spinosi foi importante coadjuvante na Juve do início dos anos 1970 (Hurrà Juventus)

A consolidação de um grande zagueiro e de um grande time bianconero

Luciano nunca escondeu que a sua ida para a Juventus também se deu porque enxergava que, em Turim, teria mais chances de disputar troféus – principalmente o da liga italiana. Entretanto, chegar a um clube que estava em condições de faturar o título da Serie A significava também ter que lutar novamente pelo posto de titular. A Velha Senhora contava com grandes jogadores em seu elenco, sobretudo na defesa, que tinha nomes que se tornaram verdadeiros ídolos dos bianconeri.

Um deles era Sandro Salvadore, famoso líbero, já veterano, que ganhara muito respaldo no clube que comandar a retaguarda com maestria e técnica apurada. O setor ainda tinha Francesco Morini, marcador implacável – outro que se tornaria ídolo –, Gianpietro Marchetti e o grande coringa Antonello Cuccureddu. Portanto, Ciano já percebia que teria que procurar o seu lugar e mostrar que, se não poderia ser uma das lendas, iria ajudar a construi-las. Algo fundamental no futebol, como esporte coletivo que é.

Para isso, contou com a ajuda de um grande ícone do futebol italiano: Armando Picchi, que jogou ao lado de Tarcisio Burgnich e Giacinto Facchetti, e se consolidou como um líbero de sucesso na Grande Inter, multicampeã da década de 1960. Na temporada 1970-71, o ex-jogador de apenas 37 anos assumira o cargo de técnico da Juve e, conhecedor do setor em que atuava Luciano, aproveitou as habilidades do romano para ajudá-lo a se adaptar à lateral direita.

O intuito era fazê-lo exercer a função de um defensor lateral  que se preocupava mais em fechar a área defensiva do que apoiar jogadas, ao estilo da época. Assim, o técnico deslocava Cuccureddu para subir ao meio com a bola e potencializava a retaguarda com a forte marcação de Spinosi e Morini, que contavam com a proteção e a visão de jogo do líbero Salvadore.

Spinosi, Capello e Morini posam para foto antes de duelo contra o Twente, pela Recopa Uefa de 1970-71 (Wikipedia)

Em entrevista concedida ao Guerin Sportivo, Spinosi recorda de Picchi como um treinador que foi um ponto de virada na sua carreira e no seu estilo de jogo. “Ele me disse: ‘sinto falta de um lateral-direito. Jogue e verá que vai gostar’. Eu o ouvi. Picchi foi um grande senhor. Também ex-jogador de futebol, falava muito com a gente. Ele nos falava sobre a Grande Inter e sua defesa. Ensinou-me muito, também do ponto de vista prático. A sua morte precoce foi uma dor imensa para todos”, afirmou o zagueiro. Contudo, a temporada terminou de forma horrível para a Juve. Não apenas pela falta de títulos, mas principalmente por conta da morte de Picchi, em maio de 1971, causada por um câncer.

Com a morte de Armando, o checo Cestmír Vycpálek, então técnico das categorias de base dos bianconeri, foi promovido ao time principal. Sob seu comando, a Juventus entrou em um ciclo vencedor, que resultou em dois scudetti seguidos, em 1972 e 1973, e na disputa de uma final de Copa dos Campeões, em 1973 – na qual a Velha Senhora saiu como vice-campeã, perdendo o título para o Ajax de Johan Cruyff.

A liga italiana de 1971-72 terminou de maneira especial para Spinosi. No último jogo do campeonato, em partida contra o Vicenza, o defensor marcou o seu primeiro gol com a camisa dos bianconeri pela competição, em um chute rasteiro com a sua preciosa perna direita, em partida que terminaria com vitória da Juve por 2 a 0. No total, a Velha Senhora entrou em campo 48 vezes naquela temporada. Ciano a representou em 47 deles, liderando no quesito ao lado de Marchetti.

Em 1971-72, Vycpálek simplesmente deu continuidade ao trabalho iniciado por Picchi e fez poucas alterações na estrutura da equipe, promovendo a frequente utilização de Marchetti pela lateral esquerda e o uso pontual de alguns reforços, como o defensor Silvio Longobucco. Entretanto, entre os titulares incontestáveis da Juventus bicampeã do treinador checo estavam os já citados Cuccureddu, Morini, Salvadore e, claro, Spinosi II. No meio-campo, o time tinha Capello, o criativo Helmut Haller e o implacável Giuseppe Furino; no ataque, a dupla de artilheiros formada por Pietro Anastasi e Roberto Bettega. Para se ter uma ideia do poder de fogo desse time, juntos, Capello, Anastasi e Bettega anotaram 30 dos 48 gols anotados pelo time em 1971-72.

Spinosi integrou forte elenco bianconero, ao lado de nomes como Morini, Haller, Bettega e Anastasi (Arquivo/Juventus)

Para a temporada de 1972-73, Boniperti trouxe dois reforços de muito peso: o lendário Dino Zoff e o goleador José Altafini, que foram essenciais para a conquista do segundo scudetto consecutivo. Aqueles foram os primeiros títulos de Spinosi jogando pelo clube de Turim, mas o defensor não celebrava “apenas” isso. A sua consolidação como titular importante na defesa de um clube campeão da liga nacional lhe rendeu a convocação para a seleção italiana em 1971 e a constante presença nas listas de Ferruccio Valcareggi. No auge de sua carreira, o romano disputaria a Copa do Mundo de 1974.

O fatídico 1974 de Spinosi

O ano de 1974 foi marcante para Luciano, mas não de maneira positiva. Em sua primeira e única Copa do Mundo pela seleção italiana, o zagueiro era uma das poucas peças de renovação de uma envelhecida Squadra Azzurra. Zoff, Facchetti, Burgnich, Sandro Mazzola, Gianni Rivera, Enrico Albertosi, Roberto Boninsegna e Antonio Juliano integraram a seleção vice-campeã mundial de 1970, enquanto Anastasi só não foi ao México por conta de uma lesão. A essa experiência somavam-se talentos que vinham se destacando na bicampeã Juventus, como Morini, Causio, Capello e Spinosi.

A mistura não deu certo e Itália foi eliminada ainda na fase de grupos, após vencer o Haiti por 3 a 1, empatar com a Argentina em 1 a 1 e ser derrotada pela Polônia por 2 a 1. Era uma seleção que tinha tudo para chegar longe novamente, mas que acabou se despedindo de forma precoce.

Spinosi jogou as três partidas, sendo que, na primeira, não conseguiu acompanhar o veloz atacante haitiano Emmanuel Sanon, que driblou Zoff e marcou o primeiro gol da seleção caribenha em uma copa do mundo. O goleiro italiano teria inclusive reclamado com Luciano, que não teve como parar o adversário. Um dos pontos fracos do defensor, segundo ele mesmo, era a sua lentidão. Embora fosse um bom marcador, com muita técnica e imposição física, Ciano não possuía muita velocidade para deter ultrapassagens e arrancadas rivais. Depois da Copa de 1974, devido a dois fatores, o zagueiro de apenas 24 anos não voltaria mais a jogar pela Nazionale.

Spina foi titular da Itália na Copa de 1974, mas não fulgurou na competição (imago)

Um dos motivos para a sua exclusão do grupo italiano foi a mudança no comando da seleção. O outro, a sua situação na Juventus. O azarento 1974 já não começara bem para Spinosi porque, antes mesmo da Copa, a Juventus já tinha amargado a segunda colocação na Serie A, que fora conquistada por uma Lazio barra pesada. O ano ainda reservaria outros dissabores para Luciano, que começou a temporada 1974-75 com uma boa notícia: o novo técnico, Carlo Parola, fizera a promessa de escalá-lo como stopper – o defensor à frente do líbero, que normalmente faz uma marcação individual. Essa posição sempre foi a preferida de Luciano, mas até então pertencia incontestavelmente a Morini.

Spinosi ainda teria o prazer de atuar com Gaetano Scirea, que substituiria Salvadore e viria a se tornar um dos maiores líberos da história, e com Claudio Gentile, afirmado como lateral defensivo – primeiro, pelo lado esquerdo; depois, pelo oposto. Contudo, após poucas partidas jogadas ao lado de Scirea, Luciano sofreu uma lesão na região pélvica, em jogo contra a Sampdoria, no início de novembro. O incidente seria um ponto de virada descendente na sua passagem pelo clube de Turim, pois o deixaria fora dos gramados por mais de quatro meses. Mesmo após voltar, o romano ficaria bastante tempo no banco de reservas.

Muitos títulos pela Juventus, a volta para Roma e o encerramento da carreira

De fato, Luciano se tornou reserva de uma encorpada defesa bianconera, que contava com Gentile, Scirea, Morini e, após 1976, Antonio Cabrini. Nas quatro temporadas seguintes, Spinosi disputou exatamente 70 partidas – média de 17,5 por ano. Isso não diminuiu a sua importância na equipe, pois nos jogos em que começava como titular ou nos quais entrava no seu decorrer, o defensor sempre se entregava em campo para ajudar o time a conquistar os resultados. Das 25 partidas de Serie A que contaram com a participação de Ciano, nas campanhas citadas acima, em apenas quatro delas o time de Turim foi derrotado.

Além de não diminuir a importância e a participação de Spinosi, o banco de reservas logicamente não o impediu de comemorar muito as conquistas da Velha Senhora nesse período: três scudetti (1975, 1977 e 1978) e o título inédito da Copa Uefa, atual Europa League, em 1977. A conquista continental é lembrada com carinho por Ciano, pois nela o jogador contou com a confiança do técnico Giovanni Trapattoni e teve frequente participação.

Na segunda parte de sua estadia em Turim, o zagueiro exerceu papel mais expressivo nos bastidores (Arquivo/Juventus)

Spinosi disputou sete dos 12 jogos disputados pela Juventus: o duelo de volta da segunda fase, contra o Manchester United; as duas partidas das oitavas de final, contra o Shakhtar Donetsk; as quartas, contra o Magdeburgo; a volta da semifinal, contra o AEK; e o último dos confrontos da decisão, contra o Athletic Bilbao. Nestes compromissos, Luciano foi elegante, antecipando jogadas e se utilizando das suas boas interceptações de cabeça. Ao mesmo tempo, se comportava como um líder, falando muito com os companheiros e também provocando os adversários.

A final, inclusive, é uma das grandes lembranças de Spinosi em sua jornada naquela Copa Uefa. A Juventus tinha vencido o jogo de ida, por 1 a 0. No jogo da volta, num lotado San Mamés, as equipes empatavam em 1 a 1, mas o Athletic Bilbao pressionava. Aos 60 minutos, Trapattoni colocou Spina na vaga de Boninsegna, deixando a Juventus com cinco defensores. Aos 78, os bascos viraram a partida, mas o placar ainda deixava o título com os bianconeri.

Nos instantes finais, a partida se intensificou: era uma verdadeira batalha travada pela defesa italiana contra a pressão do time da casa. Scirea, Morini e Spinosi, ajudados por Cuccuredu e Gentile, que se posicionavam pelos flancos, seguraram o resultado e garantiram o título para a Velha Senhora. Poucos dias depois, a Juventus conquistaria o título italiano e, na temporada 1977-78, viria o bicampeonato da Serie A.

Spina ainda tinha 28 anos e, como qualquer jogador, queria jogar mais partidas: levantar taças era bom, mas não o suficiente. Assim, em 1978, acertou com o presidente Boniperti a sua volta para a Roma. Luciano chegou com status de titular e frequentou o onze inicial de Gustavo Giagnoni e Valcareggi, na primeira temporada de sua segunda passagem pelos giallorossi. Ciano perdeu a posição em 1979-80, com Nils Liedholm, mas convenceu o treinador e recuperou espaço nas duas campanhas seguintes.

Ciano, ao centro, treina em sua segunda passagem pela Roma (Ansa)

Luciano ficou na Cidade Eterna até 1982. Na segunda experiência na Roma, voltou a jogar com o antigo companheiro Santarini e atuou ainda com outros grandes jogadores, como Roberto Pruzzo, Bruno Conti, Sebastiano Nela, Agostino Di Bartolomei, Carlo Ancelotti e Paulo Roberto Falcão, ajudando a Loba capitolina a adicionar à sua coleção mais dois títulos de Coppa Italia – os de 1980 e 1981. Em 1982, com 32 anos, saiu de Roma quando foi chamado pelo técnico Osvaldo Bagnoli para fazer parte do elenco do Verona.

No Hellas, Spina também marcou seu nome. A experiência do zagueiro foi essencial para a campanha histórica dos gialloblù na Serie A 1982-83, na qual os butei conquistaram um inédito quarto lugar, assegurando uma vaga na Copa Uefa. Nessa temporada, Spinosi jogou todas as 30 partidas da liga italiana, formando uma forte defesa com Emidio Oddi na lateral direita, Luciano Marangon na esquerda e o ótimo líbero Roberto Tricella ditando a saída de bola. Ciano era o stopper, função que sempre gostou de executar, saindo à caça dos adversários. Na mesma temporada, o Verona ainda chegou à final da Coppa Italia, perdendo o título para a poderosa Juventus.

Em 1983, o Verona negociou Spinosi com o Milan, que retornava à elite após um período atribulado, com dois rebaixamentos à Serie B. O defensor passou uma única temporada na Lombardia, sendo utilizado como importante peça de rotação do elenco. Após o oitavo lugar para os rossoneri na Serie A, Luciano se transferiu para o Cesena, clube em que faria a sua despedida como profissional. Depois de ajudar os romanholos a encerrarem a Serie B no meio da tabela, encerrou a sua carreira, aos 35 anos. Entretanto, Spina não abandonou o futebol: de imediato, iniciou uma nova trajetória, desta vez como técnico do time juvenil da Roma.

As marcas de Spinosi foram vistas também no comando técnico

O ex-jogador passou uma década como comandante das categorias de base dos giallorossi. Na Roma, conquistou o Campeonato Primavera (1990), a Copa Viareggio (1991) e a Coppa Italia Sub-19 (1994). O nome de Spinosi está ligado diretamente à história recente da Loba, já que ele chegou a treinar o maior ídolo maior do clube da capital: Francesco Totti.

Spinosi e Di Bartolomei se destacaram na Roma do início dos anos 1980 (Ansa)

Spinosi chegou a dirigir a equipe principal da Roma de forma interina, por quatro jogos, em 1989. Depois disso, Ciano passou sem sucesso por Lecce, na Serie B, e Ternana, na C2. Em 1996-97, dirigiu a Sampdoria em dupla com Sven-Göran Eriksson, a quem acompanhou até a Lazio: no clube albiceleste, foi assistente do sueco e, depois de sua saída, foi auxiliar técnico. Contribuiu, portanto, com um trabalho que resultou em um scudetto (2000), duas Supercopas Italianas (1998 e 2000), uma Recopa Uefa (1999), uma Supercopa Europeia (1999) e três troféus da Coppa Italia (1998, 2000 e 2004). Em 2007, auxiliou Fernando Orsi no Livorno e, em seguida, encerrou a carreira.

A jornada de Luciano foi de muitos títulos, participações em times históricos ao lado de grandes lendas do futebol italiano e mundial e evidenciou o quanto esquadrões inesquecíveis também dependem de jogadores que fazem o básico com muita maestria. Gentile, Scirea, Zoff, Falcão, Anastasi, Cabrini, Conti, entre outros, não se construíram como lendas sozinhos, assim como Brecht nos lembra de que Júlio César não invadiu a Gália sem ajuda. A trajetória de Luciano nos mostra o quanto o comum também pode ser gigante.

Luciano Spinosi
Nascimento: 9 de maio de 1950, em Roma, Itália
Posição: zagueiro e lateral-direito
Clubes como jogador: Tevere Roma (1966-67), Roma (1967-70 e 1978-82), Juventus (1970-78), Verona (1982-83), Milan (1983-84) e Cesena (1984-85)
Títulos como jogador: Serie A (1972, 1973, 1975, 1977 e 1978), Coppa Italia (1969, 1980 e 1981) e Copa Uefa (1977)
Clubes como técnico: Roma (1989), Lecce (1994), Ternana (1996) e Sampdoria (1996-97)
Seleção italiana: 19 jogos

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