Liga dos Campeões

Muita luta, nenhuma glória

O Tottenham soube jogar com o regulamento e, assim como Piennar faz com Flamini, passou por cima do Milan (Getty Images)

Não deu. Mais uma vez. Jogando com a necessidade de reverter um péssimo resultado conquistado às custas de uma atuação ainda pior, o Milan não conseguiu sair do zero com o Tottenham, fora de casa, e sucumbiu diante do time inglês, dando adeus à Liga dos Campeões. Não se pode negar que desta vez o panorama do duelo foi totalmente diferente do visto em seu primeiro jogo, mas os rossoneri mais uma vez deixaram de lado o time que lidera o Italiano para dar lugar à uma equipe nervosa e que cometeu erros cruciais para a eliminação que já parecia anunciada.

Sem poder contar com o suspenso Gattuso, Massimo Allegri quebrou a cabeça para montar seu sistema de meio-campo. As especulações sobre uma possível entrada de Boateng no lugar de Robinho só terminaram uma hora antes do duelo, quando as escalações oficiais foram divulgadas. Surpreendente, o técnico rossonero optou por ousar. Tanto o brasileiro quanto o ganês ganharam chance entre os titulares, com Seedorf e Flamini completando o meio-campo e Pato e Ibrahimovic fechando o ataque de um 4-3-3 que de cara deixou clara a proposta ofensiva do Milan no White Hart Lane.

A princípio a opção de Allegri se mostrou inteligente dentro do panorama da partida. Precisando do gol para levar o jogo à prorrogação, os rossoneri dominaram completamente a primeira etapa. Contando com a ausência de Gareth Bale, que por se recuperar de lesão começou entre os suplentes, o Milan se impôs e teve maior posse de bola, sem, no entanto, conseguir concretizar o domínio nos mais do que necessários gols. A imagem perfeita para a situação ficou por conta de uma finalização de Robinho, que viu Gallas salvar praticamente em cima da linha o que seria o primeiro tento rossonero.

O gol evitado pelo defensor francês fechou o primeiro tempo, enquanto a entrada de Bale no lugar de Van der Vaart – esse também longe de sua condição física ideal – deu a tônica ao segundo. Com o galês atuando pela direita e Aaron Lennon investindo com velocidade pela direita, o Tottenham conseguiu conter o domínio italiano, organizando melhor a partida a seu favor. E enquanto os craques do Spurs passavam a fazer a diferença, o principal jogador rossonero na temporada, Ibrahimovic, seguia sumido em campo, deixando de ser o ponto de desequilíbrio para se tornar quase que um fardo.

Com a demora para a saída do gol, o Milan passou a atuar cada vez mais no ataque – ao passo que o Tottenham ficava cada vez mais recuado, investido apenas em rápidos contra-ataques. Com Merkel e Strasser entrando no final do jogo, Seedorf, até então principal jogador da equipe, passou a fazer papel semelhante a de um primeiro volante. As investidas, porém, terminavam em um ataque sem inspiração, com Robinho e Pato desperdiçando as chances criadas ou parando em belas intervenções de Gomes. O desespero, então, tomou conta dos rossoneri, sepultando de vez qualquer chance.

O Milan, agora, dá as mãos para a Roma e o Napoli, dando adeus à Europa e deixando toda a energia restante para o Campeonato Italiano. Melhor para a Internazionale, que hoje completou 108 anos e teve como presente a eliminação do maior rival e a honra de, novamente, ser o único time a representar a Itália em competições europeias – os nerazzurri ainda não disputaram a volta contra o Bayern de Munique e também se encontram em situação difícil. Um presente para metade de Milão, que faz a outra metade triste. Mais do que triste, preocupada em evitar uma (compreensível) queda de rendimento após a dura eliminação. E que torce para que o Milan da Serie A continue sendo o que vem se apresentando, deixando de lado esse time que, apesar do último jogo, fez feio diante da Europa.

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