Liga dos Campeões

Foco na Serie A

Cartão vermelho para a Roma: Mais um italiano que se dá mal na Europa (Associated Press)
A missão da Roma era muito difícil. Após sofrer um 3 a 2 em casa e trocar de técnico, precisava de um placar de dois gols de vantagem ou vencer marcando no mínimo quatro gols na Ucrânia, onde o Shakthar não perdeu nessa edição da Liga dos Campeões. E continuou com esse status após o apito final.

Antes da partida, a Roma anunciou através de seu site a recisão “amigável” com Adriano. Aposta que custou caro, o Imperador recebeu mais de 11 mil reais por minuto que passou em campo, não participou e não marcou gol algum. Certamente, Adriano não seria esperança de gols em uma partida na qual a equipe capitolina jogaria contra uma equipe que sabe muito bem o que fazer com a bola, além da barulhenta Donbass Arena e do frio.

Precisando de gols, a Roma foi a campo sem Totti, opção de Montella também visando o dérbi contra a Lazio, no final de semana. O treinador optou pelo 4-2-3-1, com Borriello sendo o único atacante. Os ucranianos estavam taticamente dispostos de forma semelhante, com destaque par a linha de três meias-atacantes brasileiros: Jádson, Douglas Costa e Willian, que infernizaram a defesa romanista.
Logo no início da partida, a Roma deu impressões de que poderia aprontar em Donetsk. Boriello e Vucinic começaram bem, e assustaram Pyatov em arremates de fora da área. Porém, com calma, o Shakhtar dominou as ações e a defesa romana começou a falhar. Primeiro: Burdisso não cortou cruzamento rasteiro de Willian, Doni foi traído pelo desvio de Hübschman e não pode evitar o 1 a 0 para os ucranianos.
A Roma chegou a sonhar com um alento após sofrer o gol, quando o árbitro Howard Webb marcou pênalti a seu favor, mas Borriello bateu mal e Pyatov defendeu. Para piorar, Mexès, já punido com cartão amarelo, fez falta para parar o jogo e acabou expulso. Os giallorossi estavam entregues e De Rossi descontava sua frustração, talvez consigo mesmo, em Srna. Para sua sorte, Webb não viu o soco que poderia lhe valer uma expulsão, mas que pode lhe garantir um gancho imposto pela Uefa. Fato é que o capitan futuro não é sombra do jogador que foi em seus melhores anos em Trigoria. Com a derrota parcial e um jogador a menos, Montella foi aos poucos abdicando do jogo e sacando titulares. Melhor poupar-se para o dérbi mais importante dos últimos anos e manter o foco na Serie A.
Na segunda etapa, o Shakhtar ainda marcou mais duas vezes e, em ambas as chances, a defesa da equipe capitolina ajudou os adversários. Willian teve todo o espaço que quis para colocar a bola no ângulo esquerdo de Doni, que, mal posicionado, nada fez. E o pior ficou para o final. Rosi, pressionado por Eduardo, recuou mal a bola para o arqueiro brasileiro. Assim, o atacante do time ucraniano pode fazer tranquilamente o terceiro.
Agora, a Roma se volta para à Serie A. Na sexta colocação e a cinco pontos da Lazio, última classificada à Liga dos Campeões de 2011-12, disputará o dérbi capitolino pela primeira vez em anos longe da condição de favorita. Por outro lado, bater a rival significa muito mais agora: uma vitória dos giallorossi os devolveria à briga por uma vaga na LC. Estar na principal competição europeia na próxima temporada seria uma grande conquista para equipe, se levarmos em conta as grandes dificuldades que a Roma vive atualmente.
Ficha Técnica
Shakhtar: Pyatov; Srna, Chygrynsky, Rakitskiy, Rat; Hübschman, Mkhitaryan (Alex Teixeira – 66); Jadson, Douglas Costa (Eduardo da Silva – 60), Willian; Luiz Adriano. Treinador: Mircea Lucescu
Banco: Khudzhamov, Ischenko, Gai, Stepanenko, Alex Teixeira, Marcelo Moreno e Eduardo da Silva
Roma: Doni; Burdisso, Juan, Mexès, Riise; De Rossi, Pizarro; Taddei (Rosi – Intervalo), Perrotta (Caprari – 85), Vucinic (Brighi – 65); Borriello. Treinador: Vicenzo Montella
Banco: Lobont, Castellini, Rosi, Caprari, Brighi, Greco e Totti
Árbitro: Howard Webb, da Inglaterra
Gols: Hübschman, aos 18, Willian, aos 58 e Eduardo, aos 87.
Cartões amarelos: Mkhitaryan, Srna (Shakhtar) e Mexès, Pizarro e Perrotta(Roma)
Cartões vermelhos: Mexès (Roma), aos 41.
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