Fiorentina, de luto por Sócrates, venceu a Roma por 3 a 0, em dia inspirado de Jovetic, que veste a camisa 8, assim como o Doutor (Getty Images)
O último domingo foi um dia triste para o futebol. A morte de Sócrates foi notícia em todo o mundo e, mesmo onde ele não brilhou, como em Florença, pela Fiorentina, foi tratado com o devido respeito. Justo no dia do falecimento do Doutor, alguns episódios pareceram homenageá-lo: primeiro, Jovetic, camisa 8, como ele, além de adotar um visual semelhante, honrou a camisa viola e foi o grande responsável pela goleada sobre a Roma. Outra “homenagem” foi o grande passe de calcanhar de Diamanti para que Di Vaio marcasse o gol mais bonito de toda a rodada, na vitória magra do Bologna sobre o Siena. Além disso, a Juventus, invicta, confirmou sua liderança e a Lazio continua sua ótima campanha no campeonato. Acompanhe o resumo.
Fiorentina 3-0 Roma
A Fiorentina agiu rápido dentro e fora do campo. Assim que ficou sabendo da morte de Sócrates, o clube contactou a Lega Serie A e conseguiu homenagear o ex-jogador com um minuto de silêncio e luto no braço. Em campo, bastaram menos de vinte minutos de jogo para que a Fiorentina praticamente definisse o jogo. Jovetic ganhou de Juan e o brasileiro só parou o montenegrino com penalidade. O primeiro dos três vermelhos da tarde desestruturou a contestada zaga romanista, que sofreu com o próprio JoJo, autor da cobrança que abriu o placar e principal criador do time. Ainda no primeiro tempo, Gamberini fez o segundo, com uma forte cabeçada – sexto gol em toda sua carreira, o terceiro contra a Roma. Do banco, Totti, que voltava de lesão, assistiu a tudo sem que Luis Enrique fizesse menção de colocá-lo em campo. Logo a sua frente, o capitão viu Gago, muito nervoso, fazer falta dura sobre Jovetic e ser expulso com segundo amarelo. Para completar o show, Bojan foi inexperiente e, com o jogo já definido, defendeu com as mãos uma cabeçada de Nastasic que ia para o gol, foi expulso e permitiu que Silva marcasse seu primeiro gol na Itália. Mais uma vez ameaçado, Luis Enrique deve ter trabalho para formar a defesa da equipe no jogo de muita rivalidade contra a invicta Juventus, na semana que vem. A Fiorentina, motivada, visitará uma Inter em crise.
Juventus 2-0 Cesena
Sem Pirlo, lesionado, e com Pazienza em seu lugar, a Juventus teve muitas dificuldades para superar o esquema defensivo que Daniele Arrigoni montou no Cesena e só chegou à vitória porque, no segundo tempo, Marchisio e Vidal chamaram a responsabilidade. No primeiro tempo, a Juve apostou muito em jogadas pelas laterais, mas em um dia no qual Matri e Vucinic estavam aéreos, a estratégia não estava servindo. Após o intervalo, os dois atacantes deram lugar a Quagliarella e Del Piero, mas pouco mudou. O veterano ficou apenas oito minutos em campo, porque se chocou com Rossi e teve de deixar o campo para a entrada de Giaccherini, ex-Cesena. Foi aos 25 minutos que, sempre pelo lado direito, com Lichtsteiner, Pepe e também Vidal, a Juve achou o caminho do gol. O chileno fez jogada pelo setor e tocou para Marchisio acertar um chute no canto do goleiro Antonioli, marcando seu sexto gol no campeonato e igualando-se a Matri como artilheiro do time na temporada. A Juve garantiu os três pontos e se manteve invicta quando o árbitro Doveri errou feio e deu pênalti de Antonioli sobre Giaccherini, expulsando o goleiro. Vidal cobrou e definiu o resultado que manteve a Juve na liderança, com 29 pontos, dois à frente de Milan e Udinese. O Cesena continua em penúltimo, com 9 pontos.
Lazio 3-0 Novara
Silvio Piola, maior artilheiro da história da Serie A, passou maior parte da sua longa carreira jogando por apenas dois times: Lazio e Novara. No jogo que trazia a lembrança do goleador, o time pelo qual ele passou mais tempo e marcou mais gols não teve a menor dificuldade para, mesmo em marcha lenta, atropelar o Novara. O nome do jogo foi o capitão Rocchi, que fez dois gols – um em cada tempo. Ele começou como titular, tomando a vaga de um inconsistente Cissé, que, por sua vez, vinha sendo bastante criticado pela torcida, reagiu via Twitter, mas fez as pazes antes de o jogo começar. A defesa do Novara mostrou-se, mais uma vez, de uma fragilidade absurda: todos os três gols (além dos dois de Rocchi, Biava também marcou) surgiram a partir de cruzamentos vindos do lado direito do ataque biancoceleste. Contrastes de times separados por 15 pontos e 13 posições na tabela: a Lazio continua em quarto e o Novara em antepenúltimo.
Catania 0-1 Cagliari
Bem-vinda de volta, vitória. Fazia dois meses que o Cagliari não comemorava: a última vez havia sido no dia 2 de outubro, quando o técnico ainda era Massimo Ficcadenti. Um pouco pressionado, Davide Ballardini pode sorrir com os três pontos, que levaram a equipe sarda à sétima colocação, com 17 pontos, mesma quantidade do Catania. Sorriu também com o golaço de Ibarbo, aos 64 minutos. O colombiano, na linha de fundo, passou como quis por Legrottaglie, que tomou um tombo, driblou também Spolli e o goleiro Andújar antes de completar a magia. Ele fez jus a estatística que o coloca como o jogador que mais dribles conseguiu realizar nesta Serie A – um a cada 20 minutos. A jogadaça foi a única a vencer a defesa do time siciliano, que mesmo jogando em casa se preocupava mais em defender-se. Apenas Maxi López levou algum perigo ao goleiro Agazzi, mas nada que merecesse mais uma linha neste parágrafo.
Bologna 1-0 Siena
Festa em Bolonha: a equipe emiliana abriu quatro pontos da zona de rebaixamento e empatou em número de pontos justamente com o Siena, adversário direto na briga pela permanência, e com a Inter. A comemoração foi ainda maior porque o artilheiro Di Vaio, que vinha mal, marcou pelo segundo jogo seguido e atingiu os 200 gols na Serie A. Foi o segundo resultado útil consecutivo para o time, que tinha empatado em Cagliari, e uma amostra de que Stefano Pioli acerta em escalar o time no 4-3-2-1, aproveitando a técnica de Ramírez e Diamanti, bons garçons para Di Vaio. Diamanti, aliás, deu uma pequena homenagem a Sócrates e deu um belo passe de calcanhar para o gol do jogo. A nota negativa para o Bologna foi a prematura lesão go zagueiro Antonsson, que deixou o campo com menos de 10 minutos de jogo e não enfrentará nem Milan nem Juventus, adversários complicadíssimos para os felsinei nas próximas rodadas. O Siena, por sua vez, reclamou de um pênalti não marcado, mas, se não conquistou nenhum ponto na visita ao Dall’Ara, continua jogando bem, de acordo com a proposta do técnico Giuseppe Sannino.
Chievo 0-0 Atalanta
Na batalha dos goleadores Pellissier e Denis, venceram as defesas. Em um jogo de muito poucas emoções e muitas brigas entre os jogadores, a melhor chance foi uma tentativa de bicicleta do atacante argentino da Atalanta, que Sorrentino defendeu sem dificuldades. Bom para o Chievo, que depois de levar quatro gols do vice-líder Milan, passou ileso frente a Denis, artilheiro do campeonato. A Atalanta parece ter cansado um pouco. Após um início de campeonato fulminante, está há quatro jogos sem perder, mas empatou os três últimos. Jogando em casa contra o Catania, na próxima rodada, a equipe e Stefano Colantuono buscará vencer novamente e, assim, poderá ultrapassar os etnei, já que contra o Chievo não deu.
Parma 0-0 Palermo
Perguntamos: alguém viu esse jogo? A densa névoa que se abateu sobre o estádio Ennio Tardini, um dos claros indícios de que o inverno está muito próximo na Itália, deixou a visibilidade limitadíssima, mas a partida não correu riscos de ser adiada. Em campo, praticamente só deu Parma: Giovinco, talvez por ser o mais baixinho de todos, não se afetou muito pela névoa e, além de acertar a trave em um lance, obrigou o goleiro Benussi a trabalhar bastante. Valiani também acertou o travessão, mas já que a torcida não veria nada mesmo, a bola pareceu caprichosa em não balançar as redes na noite parmiggiana. O Palermo continua sem marcar gols fora de casa e somou apenas seu segundo ponto longe do Renzo Barbera. Dessa vez, o técnico Devis Mangia pode se dar por satisfeito.
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