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Milan começou jogo fora do ritmo e viu classificação ser ameaçada, mesmo após vencer primeiro jogo por 4 a 0 (Getty Images) |
Depois de golear por 4 a 0 na partida de ida, o Milan entrou em campo, ontem, para lutar não apenas com o Arsenal. Duas estatísticas pressionavam o maior campeão italiano da competição: o time não chegava às quartas-de-final da Liga dos Campeões desde 2007 e, em 2004, a equipe rossonera sofreu reviravolta que parecia impossível (venceu o La Coruña por 4 a 1 em Milão por 4 a 1, mas acabou eliminado depois de perder por 4 a 0, no estádio Riazor).
Mas nem todo o histórico contra fez com que o Milan entrasse ligado. Pelo contrário: o time de Allegri entrou com uma apatia descomunal, como se o jogo fosse apenas para cumprir tabela. Para o Arsenal, porém, não era. Jogando em outro ritmo, o time da casa não teve dificuldades para marcar o primeiro gol. Logo aos seis minutos de jogo, a zaga milanista marcou mal e deixou o zagueiro Koscielny subir sozinho, após cobrança de escanteio, para abrir o placar para os gunners.
Ainda com boa vantagem no marcador, o time do Milan deixava o time inglês tomar conta da partida. Sem Boateng, o brasileiro Robinho ficou com a função de fazer a ligação entre meio de campo e ataque, mas não foi bem. Nocerino e Emanuelson não ajudavam e erravam muitos passes. Quando o jogo dos italianos começava a se acertar, Thiago Silva (justo ele, um dos melhores jogadores da equipe na temporada) errou dentro da pequena área e deixou a bola nos pés de Rosicky. O tcheco, inteligente que é, apenas colocou a bola, com classe, no canto do goleiro Abbiati. Com 2 a 0 no placar, a torcida local inflamou e o Arsenal ganhou moral, passando a acreditar na vaga.
O Milan não acordou e continuou dando campo ao Arsenal, que em uma jogada de velocidade de Oxlade-Chamberlaind, conseguiu um pênalti, cometido por Mesbah. O argelino, aliás, parece ter se assustado com a pressão de um jogo com tamanha grandeza e jogou tão mal quanto qualquer outro lateral nessa temporada. Com Van Persie na marca da cal, dificilmente o goleiro do Milan teria chances. E não teve: gol para o Arsenal, que foi para o intervalo com 3 a 0 no placar. Oficialmente, a classificação milanista estava ameaçada.
Além do fantasma do Riazor, em 2004, outra partida chegou às memórias dos milanistas. A histórica derrota na final de 2007, quando perdeu para o Liverpool, após estar vencendo por 3 a 0. Aquela foi a última partida europeia em que o Milan sofreu três gols em um mesmo período de jogo. Naquele caso, foi no segundo tempo. No intervalo, então, Allegri não mexeu no time, mas conseguiu acordar seus jogadores. Mais ligados, a etapa final foi de menos perigo para os rossoneri.
Abbiati e a defesa que livrou o Milan de outro vexame na Champions League (Guardian)
O time começou a jogar, finalmente, e até ameaçou o goleiro Szczesny algumas vezes. O problema é que, assim, o time ficou mais exposto a um contra-ataque vermelho. E foi em um lance desse que Abbiati se tornou peça essencial para a classificação do Milan. Aos 13 minutos, o goleiro fez duas grandes defesas seguidas, em chutes de Gervinho e Van Persie. Coincidência ou não, o Arsenal diminuiu o ímpeto depois daquele momento e o Milan comçou a ficar mais tranquilo no jogo.
O cansaço bateu e o time inglês deu mais espaço para o Milan jogar. Na melhor oportunidade, Nocerino desperdiçou sozinho, na pequena área, o gol que colocaria o time na próxima fase. Restou ao time segurar a pressão até o fim do jogo. Quando o árbitro esloveno Damir Skomina apitou o fim de jogo, tristeza inglesa e alívio italiano, que agora tem uma semana antes de conhecer o adversário da próxima fase em jogo que não terá Van Bommel, que cumprirá suspensão.
Veja os gols da partida.